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Polidez e inclusão : o ser e o parecer no discurso de professores sobre a inclusão da pessoa com deficiência na escola. / POLITENESS IS INCLUSION: "being" and "opinion" in the discourse of teachers on the inclusion of people with disabilities in school.

The linguistic politeness can be understood as the result of man's need to maintain the balance of their interpersonal relationships. The speakers employ politeness strategies in their verbal interactions, in order to keep them free of potential conflicts. Such strategies can be found in the speech of teachers on the inclusion of people with disabilities in the school environment. It is believed that these teachers make use of politeness not only to maintain the harmony of interpersonal relationships, but mainly to design, maintain and confirm images of themselves and the group to which they belong, in accordance with what is socially coded as politically
correct. The objective is to investigate the linguistic politeness in the discourse of these teachers, discussing the reasons underlying their use and their implications for effective school inclusion of people with disabilities, based on the following questions: a) What strategies of politeness can be verified in teachers' discourse on the inclusion of people with disabilities in regular classrooms? b) What reasons lead teachers to employ strategies of
politeness in his speech? c) What effect this polite discourse can produce to the process of inclusion of people with disabilities in the school environment? The research was based on concepts provided by pragmatic theories, in regard to politeness, from the model proposed by Brown and Levinson (1987 [1978]), according to the reformulations and improvements made
by Kerbrat-Orecchioni (2004, 2006) associated with other reflections provided mainly by studies of Rodriguez (2010), Goffman (2008) and Bravo (2000). These concepts were articulated to the issue of disability, which is presented and discussed based on the contributions of several authors, among them, Pessotti (1984), Pereira (2006), Diniz (2010), Mazzotta (2005), Matos (2007 ) and Souza (2009). The corpus of this research was formed
with the data from a focused discussion on the subject of inclusion of people with disabilities in school; the proposal was drawn up on a focus group of elementary school teachers in public schools of Sergipe. Although the Focus Group has been the main source, there was the
triangulation of data generated by diagnostic form, individual interviews and participant observation. The data analysis shows that politeness which occurs in the speech of teachers on the inclusion of people with disabilities in the school environment not only serves to disguise
the stigma that hangs over the image of people with disabilities, but especially to the projection, preservation and confirmation of teachers' images of themselves and the group they belong to. These images result from projections of ideological values of society over the
person, which applies to him in the form of a system of appearances. Thus, words and actions of teachers integrate a representation that person meet in order to enroll in a group and not to be classified as strange or deviant from what is considered appropriate or proper. This appearance game disguises attitudinal barriers and negative procedures for effective inclusion of people with disabilities in school and society. / A polidez linguística pode ser entendida como fruto da necessidade do homem de manter o equilíbrio de suas relações interpessoais. Os falantes empregam estratégias de polidez em suas interações verbais, com o propósito de mantê-las livres de possíveis conflitos. Tais estratégias
podem ser verificadas no discurso de professores sobre a inclusão de pessoas com deficiência no ambiente escolar. Acredita-se que esses professores façam uso da polidez não só para manter a harmonia das relações interpessoais, mas, principalmente, para projetar, preservar e confirmar imagens de si e do grupo ao qual pertencem, em conformidade com o que é codificado socialmente como politicamente correto. Objetiva-se investigar a polidez linguística presente no discurso desses professores, discutindo as razões que subjazem ao seu uso e suas implicações para o efetivo processo de inclusão escolar da pessoa com deficiência, a partir dos seguintes questionamentos: a) Quais estratégias de polidez podem ser verificadas no discurso dos professores sobre a inclusão da pessoa com deficiência em salas regulares? b) Que motivos levam os professores a empregarem estratégias de polidez em seu discurso? c)
Que efeitos esse discurso polido pode produzir para o processo de inclusão da pessoa com deficiência no ambiente escolar? A pesquisa fundamentou-se nos conceitos fornecidos pelas teorias pragmáticas, no que concerne à polidez, a partir do modelo proposto por Brown e Levinson (1987 [1978]), segundo as reformulações e os aperfeiçoamentos feitos por Kerbrat-
Orecchioni (2004; 2006), associados a outras reflexões fornecidas, sobretudo, pelos estudos de Rodriguez (2010), Goffman (2008) e Bravo (2000). Articularam-se tais conceitos à questão da deficiência, que é apresentada e discutida a partir das contribuições de diversos autores, entre os quais Pessotti (1984), Pereira (2006), Diniz (2010), Mazzotta (2005), Matos (2007) e Souza (2009). Constituiu-se o corpus desta pesquisa a partir dos dados gerados de uma discussão focalizada sobre o tema inclusão da pessoa com deficiência na escola, desencadeada em um Grupo Focal de professores do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino de Sergipe. Embora o Grupo Focal tenha sido a principal fonte, houve ainda a triangulação dos dados gerados com questionário diagnóstico, entrevistas individuais e observação participante. A análise dos dados realizada demonstra que a polidez que se verifica no discurso dos professores sobre a inclusão da pessoa com deficiência no ambiente escolar serve à dissimulação do estigma que pesa sobre a imagem da pessoa com deficiência e à projeção, preservação e confirmação de imagens de si, dos professores e do grupo a que pertencem. Tais imagens decorrem de projeções dos valores da ideologia da sociedade sobre o indivíduo, que se impõe a este sob a forma de um sistema de aparências. Assim, atos e palavras dos professores integram uma representação que os indivíduos cumprem, a fim de se inscreverem
num grupo e de não se deixarem classificar como estranhos ou desviantes do que é considerado apropriado ou adequado. Esse jogo de aparências mascara barreiras atitudinais e procedimentos negativos à inclusão efetiva da pessoa com deficiência na escola e na sociedade.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/5829
Date18 June 2012
CreatorsSantos, Jorge Henrique Vieira
ContributorsSilva, Leilane Ramos da
PublisherUniversidade Federal de Sergipe, Pós-Graduação em Letras, UFS, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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