Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / A autoavaliação do estado de saúde (AAS) é um indicador de saúde amplamente utilizado e influenciado por uma grande variedade de fatores. Em particular, existem evidências crescentes de que a discriminação racial é um importante fator de risco para eventos mórbidos em saúde e seu impacto na saúde da população brasileira ainda é pouco explorado. No primeiro artigo, o objetivo principal é investigar a associação entre AAS e fatores sociodemográficos, comportamentais e de morbidade. No segundo artigo, o objetivo é estimar a associação entre discriminação racial e diferentes desfechos em
saúde, a saber, AAS, morbidade física e depressão ajustando por variáveis sociodemográficas, comportamentos relacionados à saúde e Índice de Massa Corporal, na população de pretos e pardos. O presente estudo possui delineamento seccional, baseado nos dados do inquérito de abrangência nacional Pesquisa Dimensão Social das Desigualdades. Os entrevistados responderam a questionários estruturados e suas medidas antropométricas foram aferidas. No primeiro artigo, foram avaliados 12.324 indivíduos, entre chefes de família e cônjuges, com idade maior ou igual a 20 anos. No segundo artigo, foram avaliados 3.863 chefes de família que responderam a pergunta
sobre discriminação racial e que se classificaram como pretos e pardos. AAS foi avaliada por meio de pergunta obtida do instrumento de qualidade de vida SF-36 e, para o primeiro artigo, foi analisada de forma dicotômica em AAS boa (categorias de resposta excelente, muito boa e boa) e AAS ruim (categorias de resposta razoável e ruim). No segundo artigo, esse desfecho foi analisado utilizando-se as 5 categorias de
resposta. As análises foram realizadas utilizando-se modelos de regressão logística uni e multivariados, para dados binários (artigo 1) ou ordinais (artigo 2). Os resultados foram
apresentados na forma de Odds Ratios com os respectivos intervalos de 95% de confiança. Maior faixa etária, analfabetismo, tabagismo, obesidade e doenças crônicas estiveram associados a maior chance de AAS ruim. Para cada incremento na faixa de renda, observou-se uma redução de 20% na chance de relatar AAS ruim. Atividade física esteve associada a menor chance de AAS ruim. No segundo artigo, exposição à discriminação racial esteve associada com aumento na chance de relato de pior AAS, de morbidade física e de depressão. O presente estudo identificou a influência de diversos fatores sociais, demográficos, comportamentos relacionados à saúde e morbidade física na AAS. O estudo demonstrou ainda que a discriminação racial está associada negativamente aos três desfechos em saúde avaliados (AAS, morbidade física e depressão). Esses resultados podem traçar um perfil de subgrupos populacionais mais vulneráveis, ou seja, com maior risco de contrair doenças ou de procurar o serviço de
saúde por uma doença já existente, auxiliando na definição de populações-alvo para o adequado planejamento de políticas e de programas de promoção de saúde. / Self-rated health (SRH) is a health indicator widely used in surveys and affected by many factors. There is increasing evidence showing that racial discrimination is an important risk factor for morbid events on health and its impact on health of the Brazilian population is still poorly understood. In the first paper, the main purpose is to investigate the association between SRH and social and demographic factors, health
behaviors and morbidity. In the second paper, the main purpose is to estimate the association between racial discrimination and different health outcomes, such as: SRH, physical morbidity and depression, controlling for social and demographic variables,
health behaviors and Body Mass Index, in the population of blacks and mullatoes. This study has a cross-sectional design and is based on data obtained from the national survey Research for Social Dimension of Inequalities. The interviewees answered to a structured questionnaire and had their anthropometric measures collected. In the first paper, 12,324 household chiefs and their spouses, aged 20 years or older, were
evaluated. In the second paper, the study population was composed of 3,863 family chiefs who answered to the question about racial discrimination and who classified themselves as blacks or mullatoes. The measurement of SRH was based on the question obtained from the SF-36 quality-of-life questionnaire. For the first paper, SRH was treated as a dichotomous variable: Good (categories: Excellent, Very Good and Good) and Poor (Regular and Bad). For the second paper, the five original categories were considered. Analysis will be developed using univariate and multivariate logistic regression models for binary (paper 1) and ordinal data (paper 2). Results were presented in the form of Odds Ratios and respective 95% confidence intervals. Older age, illiteracy, smoking habits, obesity and chronic diseases were associated to higher chances of having poor SRH. As income increased, it was observed a reduction of 20% in the chance of having poor SRH. Physical activity was associated to a lower chance of having poor SRH. In the second paper, racial discrimination was associated to a higher chance of having: poor SRH, physical morbidity and depression. The present study identified the influence of several social and demographic factors, health behaviors, and physical morbidity in SRH. Individuals with poor SRH will compose the health services demand. It also showed that racial discrimination was negatively associated to the three evaluated health outcomes (SRH, physical morbidity and depression). These results may trace profiles of vulnerable population subgroups, that is, people with
higher risks of becoming ill or of searching for health services because of an existent disease. This find may help in the definitions of target populations for the adequate establishment of health planning and programs
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:2358 |
Date | 21 May 2012 |
Creators | Ana Luiza Braz Pavão |
Contributors | Guilherme Loureiro Werneck, Mônica Rodrigues Campos, Evandro da Silva Freire Coutinho, Claudia de Souza Lopes, Antonio José Leal Costa, Josué Laguardia |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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