[pt] Este trabalho investiga a disputa pelas palavras matrimônio e casamento no
debate legislativo sobre os direitos civis dos casais homossexuais na Espanha, em
Portugal e na Argentina. Partindo-se de uma visão da linguagem como práxis, ou,
em termos wittgensteinianos, como forma de vida, constrói-se uma reflexão sobre
discursos favoráveis e contrários ao uso dessas palavras no âmbito do debate
jurídico-político acontecido nos três países citados. Mais especificamente,
analisam-se transcrições documentais de sessões legislativas que tiveram esse
assunto como pauta, levando-se em conta também a sua repercussão na mídia. O
estudo aponta particularidades relativas ao que se deu em cada país, salientando,
no entanto, as seguintes tendências gerais convergentes: (a) o eixo das
argumentações mobiliza em grande parte a questão da correção ou incorreção
das palavras em foco, com apelo frequente a argumentos linguísticos, sobretudo
de natureza etimológica e lexicográfica; (b) no campo etimológico, o debate
parece reencenar, surpreendentemente, a antiquíssima controvérsia sobre a justeza
dos nomes contida no Crátilo de Platão; e (c) os argumentos de ambas as partes
são frequentemente vacilantes e inconsistentes: dão a ver a força de raciocínios
representacionistas e essencialistas na esfera pública, mas indicam também um
reconhecimento tácito da força político-performativa da linguagem. / [es] Este trabajo investiga la disputa por las palabras matrimonio y casamiento
en el debate legislativo sobre los derechos civiles de las parejas homosexuales en
España, Portugal y Argentina. Partiendo de una visión del lenguaje como praxis,
o, en términos wittgenstanianos, como forma de vida, se construye una reflexión
sobre discursos favorables y contrarios al uso de esas palabras en el ámbito del
debate jurídico-político acontecido en los tres países citados. Más
específicamente, se analizan las transcripciones documentales de sesiones
legislativas que tuvieron este asunto en el orden del día, teniendo en cuenta
también su repercusión en los medios. El estudio señala las particularidades de lo
sucedido en cada país, subrayando, sin embargo, las siguientes tendencias
generales convergentes: a) el eje de las argumentaciones movilizó en gran parte la
cuestión de la corrección o incorrección de las palabras mencionadas,
apelando frecuentemente a argumentos lingüísticos, sobre todo de naturaleza
etimológica y lexicográfica; b) en el campo etimológico, el debate parecía traer de
nuevo a escena, sorprendentemente, la antiquísima controversia sobre la justeza
de los nombres contenida en el diálogo Crátilo de Platón; c) los argumentos de
ambas partes eran frecuentemente vacilantes e inconsistentes: mostraban la fuerza
de los razonamientos representacionistas y esencialistas en la esfera pública, pero
indicaban también un reconocimiento tácito de la fuerza político-performativa del
lenguaje.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:17351 |
Date | 26 April 2011 |
Creators | BRUNO ANTONIO BIMBI |
Contributors | HELENA FRANCO MARTINS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Spanish |
Type | TEXTO |
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