[pt] A presente tese analisa a experiência literária e sua
relação com a produção
de subjetividade na escrita e na leitura, considerando que
a literatura é uma forma
de resistência aos mecanismos de ordenação da linguagem
intrínsecos ao seu uso
dominante. Os mecanismos de captura tentam aprisionar as
experiências totais do
ler e do escrever através de construções de pensamento que
congelam o fluxo da
linguagem. Observamos a contraposição do fluxo e da
retenção na dinâmica da
linguagem. Assim sendo, pensamos a relação entre a
experiência do escrever e o
desaparecimento do escritor para contrapô-la à mitologia
autoral. Já na
experiência da leitura ocorrem a evanescência do leitor, o
desmantelamento da
obra e a morte do autor. Nestes termos, a leitura
literária se caracterizaria pelo
acolhimento, pelo entendimento e pela ignorância, em
oposição a alguns modos de
apreendê-la que partem da interpretação, da compreensão e
da sapiência. Pensamos
assim a ligação entre a experiência da literatura e os
paradoxos da linguagem, já
que em seu encontro com o désaeuvrement - a potência
transgressiva da literatura -
o sujeito é convidado a se constituir e a perecer ao mesmo
tempo. Mostramos
também que os mecanismos de captura surgem para sobrepujar
estes paradoxos,
restituindo as identidades perdidas e restringindo
sentidos, através da dialetização
dos elementos da experiência literária. Deste modo,
observamos uma tensão entre
a natureza fugidia da literatura, e os movimentos de
unificação, sistematização e
essencialização da obra empreendidos pela cultura, pelo
mercado e pela crítica
literária. No entanto, percebemos ainda a possibilidade de
uma crítica libertadora
que não silencia a ressonância da experiência da leitura
com o excesso de
compreensão. / [fr] La thèse suivante analyse l’expérience littéraire et sa relation avec la
production de la subjectivité dans l’écriture et dans la lecture, en remarquant que
la littérature est une forme de résistance aux mécanismes d’ordre de l’usage
courante dans le domaine du langage. Les mécanismes d’ordre capturent les
expériences de lire et de l´écrire à travers quelques constructions de la pensée qui
empêche la fluidité du langage. Ainsi dire, nous réfléchissions sur l’opposition
entre la fluidité et la rétention du langage. A cause de cela, nous pensons sur la
relation entre l’expérience de l’écrire et la disparition de l’écrivain pour faire
opposition à la mythologie auctorale. Nous envisageons aussi que l’expérience de
lire est une expérience qui fait l’occurrence de l’évanescence du lecteur, de le
démantèlement de l’œuvre et de la mort de l’auteur. A propos de ce sujet, la
lecture littéraire est l’accueil, l’entente et l’ignorance. En revanche, les manières
de la faire capturer ont une fort liaison avec l’interprétation, la compréhension et
le savoir. Nous examinons ainsi les liaisons entre l’expérience littéraire et les
paradoxes du langage, puisque le rencontre avec le désœuvrement, le sujet est
invité à apparaître et à disparaître du même coup. Nous montrons aussi que les
mécanismes de capture est naît pour faire disparaître les paradoxes, en restituent
les identités perdues pendant l’expérience et en limitant les possibilités de sens, au
milieu d’un processus de dialectisation des éléments de l’expérience littéraire. En
s’agissant de cela, nous remarquons la tension entre la nature fugace de la
littérature et les mouvements de l’unification, de systématisation et de
l’essentialisation de l’œuvre littéraire qui sont utilisés par la culture, le marché et
la critique littéraire. Cependant, nous discernons encore la possibilité d’une
interprétation libératrice qui ne fait pas silence à la ressonance de l´expérience de
la lecture avec l’excès de la comprehénsion.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:9563 |
Date | 27 February 2007 |
Creators | LEONARDO PINTO DE ALMEIDA |
Contributors | CARLOS AUGUSTO PEIXOTO JUNIOR |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | TEXTO |
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