[pt] O contexto pós-industrial, marcado pelo advento de uma crescente disponibilidade tecnológica, tem favorecido a emergência de novas práticas de design. Contudo, o corpo de conhecimentos do campo se encontra deslocado em relação à estas mudanças recentes. O objetivo deste trabalho é a produção de conhecimentos que auxiliem a compreensão de práticas emergentes da experimentação em design pós-industrial, em especial no cenário da autoprodução, por meio da identificação e caracterização de elementos que constituem a experimentação, determinantes para as práticas de design. Propõe-se que uma abordagem de design baseada na experimentação seria adequada para práticas pós-industriais de ruptura. Reflexões a partir da revisão da literatura, em especial das correntes teóricas da prática reflexiva de Schon e da gestão de desenvolvimento de produtos e serviços, permitiram o delineamento de um quadro de referência preliminar para a experimentação em design. A partir de uma revisão sobre o tema design estratégico, que alcança avanços recentes e teorias da estratégia pouco exploradas junto ao campo do design, é proposta uma abordagem de design estratégico pós-industrial baseada na configuração de recursos para a experimentação, produzida ao longo do tempo e das práticas, e, portanto, junto à experimentação, de modo que estratégias em design sejam adequadas mesmo a processos pouco estruturados. Um esforço de mapear a disponibilidade tecnológica que marca o contexto pós-industrial atual e o cenário da autoprodução revela três eixos tecnológicos para a experimentação em design: fabricação digital, interfaces físicas computacionais e sistemas paramétricos e generativos. Foi conduzido um estudo de casos múltiplos junto a oito grupos criativos. Proposições teórico-conceituais são elaboradas junto à triangulação de evidências empíricas (primárias e secundárias). A partir da confrontação entre estas proposições e a revisão da literatura foi produzido um quadro de referência teórico-conceitual para a experimentação em design pós-industrial. Este quadro de referência, bem como a caracterização dos elementos que o constituem, deve servir a propósitos descritivos e analíticos das práticas de experimentação em design pós-industrial. Por outro lado, um caráter instrumental é atribuído ao quadro de referência pela proposição de que estratégias de experimentação pós-industrial sejam produzidas a partir destes elementos e orientadas por uma mentalidade flexível, que pode ser pensada a partir de três linhas não excludentes: a experimentação para a produção de sentido, em resposta à falácia do controle; a experimentação como jogo fluido, em resposta à falácia da eficiência; e, a experimentação conscienciosa, como resposta ao determinismo e à alienação dos processos de trabalho. / [en] The post-industrial context, marked by the advent of a growing technological availability, has favored the emergence of new design practices. However, the body of knowledge of the field is shifted in relation to these recent changes. The objective of this work is the production of knowledge that helps the understanding of emerging experimentation practices in post-industrial design, especially in the scenario of self-production, through the identification and characterization of elements of experimentation, determinants on the design practices. It is proposed that a design approach based on experimentation would be appropriate for post-industrial breakthrough practices. Reflections from the literature review, especially the theoretical streams of reflective practice of Schon and product and service development management, have enabled the delimitation of a preliminary framework for experimentation in design. From a review on the subject strategic design, which reaches recent advances and theories of strategy unexplored by the design field, it is proposed an approach to post-industrial strategic design based on resource configuration for experimentation, produced over time and practices, and therefore within experimentation, so that design strategies are suitable even to unstructured processes. An effort to map the technological availability that marks the contemporary post-industrial context and the scenario of self-production reveals three axes for technological experimentation in design: digital manufacturing, physical interfaces for embedded systems, parametric and generative systems. A multiple cases study was conducted with eight creative groups. Theoretical-conceptual propositions are elaborated alongside the triangulation of empirical evidences (primary and secondary). From the confrontation between these propositions and the literature review a theoretical-conceptual framework for experimentation in post-industrial design was produced. This framework, as well the characterization of its constituent elements, should serve to descriptive and
analytical purposes on experimentation practices in post-industrial design. On the other hand, an instrumental character is attributed to the framework by the proposition that strategies of post-industrial experimentation are produced from these elements and guided by a flexible mindset, which can be considered from three non-exclusive lines: experimentation for the production of meaning (meaningful), as a response to the fallacy of control; experimentation as fluid game (playful) as a response to the fallacy of efficiency; and conscientious experimentation (mindful), as a response to the determinism and the alienation of work processes.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:29360 |
Date | 09 March 2017 |
Creators | ERICO FRANCO MINEIRO |
Contributors | CLAUDIO FREITAS DE MAGALHAES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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