[pt] Este trabalho faz uma análise da construção de um sujeito político feminino no Brasil e na Argentina, nos anos 1970, pela via da memória e da noção de socialização política da maternidade. Para isso, foram comparados dois grupos: Mães da Praça de Maio (Argentina) e Movimento Feminino Pela Anistia (Brasil). As diferenças históricas de escolaridade e cultura cívica nos dois países, somada às distinções intrínsecas a cada sistema repressivo, deram origem a terrenos com oportunidades políticas específicas. Foi possível observar ao longo da análise documental desses dois grupos que, de forma semelhante, construíram, a partir da representação social da maternidade, ligada à esfera privada, uma estratégia de inserção na esfera pública, que traz em seu processo a construção de um sujeito político feminino. Desse modo, a luta por memória, dentro da perspectiva da socialização política da maternidade, torna-se elemento de construção de um sujeito consciente de sua capacidade de ação na esfera pública. Dentro dessa perspectiva, as trajetórias posteriores às redemocratizações das Mães da Praça de Maio e do Movimento Feminino Pela Anistia (MFPA) mostraram que o que se deu na Argentina foi a construção de um movimento social, que reúne os elementos definidores desse conceito, completando 40 anos em 2017; já no Brasil, tratou-se de uma mobilização social que, após a Lei de Anistia em 1979, se fragmenta em outros movimentos ou formas de ação na esfera pública, que se dinamiza no país nos anos 1980 e 1990. / [de] This work analyses the development of a female political subject in Brazil and Argentina in the 1970s through the memory path and the notion of the political socialization of motherhood. For this purpose we compared two groups: the Mothers of the Square of May (Argentina) and the Women s Movement for Amnesty (Brazil). The historical differences in schooling and civic culture in the two countries, coupled with the intrinsic distinctions of each repressive system, gave rise to specific political opportunities. It was possible to observe throughout the documentary analysis of these two groups the construction - in a similar way, from the social representation of maternity, linked to the private sphere - a strategy of insertion in the public sphere. This strategy brought in its process the construction of a female political subject. In this way the struggle for memory within the perspective of the political socialization of motherhood becomes an element of the construction of a subject conscious of its capacity for action in the public sphere. In this perspective, after the re-democratization in the two countries, the trajectories of the Mothers of the Plaza de Mayo and the Women s Movement for Amnesty (MFPA) showed that what happened in Argentina was the construction of a social movement that brings together the defining elements of this concept, reaching its 40th anniversary in 2017. In Brazil, it was a social mobilization that, after the Amnesty Law in 1979, was fragmented into other movements or forms of action in the public sphere that became more dynamic in this country in the 1980s and 1990s.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:36215 |
Date | 21 January 2019 |
Creators | BEATRIZ ANDRADE MELO DE S E SILVA |
Contributors | ANGELA MARIA DE RANDOLPHO PAIVA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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