[pt] A ditadura civil-militar e a luta armada funcionaram como
tema e
cenário para uma significativa produção cinematográfica no
período pós-abertura
política, marcando de forma expressiva a cultura nos anos
oitenta e noventa.
Através de filmes realizados durante estes anos, a memória
da luta armada foi
sendo construída e disputada. A criação e atuação das
organizações armadas de
esquerda marcará indelevelmente aquele ano, assim como os
anos subseqüentes
de uma ditadura que tinha no apoio e cumplicidade de
amplos setores sociais, um
de seus pilares de sustentação. O fim da ditadura,
anunciado em 1979 com a
Anistia, e a retomada do regime democrático, marcado pela
eleição de Tancredo
Neves no Colégio Eleitoral em 1985, trouxeram uma profunda
transformação de
valores na chamada geração de 68. A ditadura civil-
militar, a luta armada, a
repressão, o exílio, a Anistia, a volta para o Brasil e a
abertura lenta, segura e
gradual estão na esteira de um universo de eventos que
fornecerão elementos
políticos, ideológicos, mas, sobretudo afetivos para
aqueles que se debruçam
sobre a construção desta memória. Neste sentido, o tema da
presente dissertação
abarca a análise de dois importantes filmes: Que bom te
ver viva (Lúcia Murat,
1989) e O que é isso, companheiro? (Bruno Barreto, 1997).
Cada um dos títulos
analisados ajuda a explicar, a seu modo, como foi se
construindo a memória da
luta armada nestas duas décadas, e de que modo esta
memória se relaciona com
um afeto como o ressentimento, sua faceta reveladora dos
caminhos possíveis,
impossíveis, pensáveis, impensáveis do lembrar e esquecer.
A partir de seus
próprios refletores e prismas, cada filme adota uma forma
de tratar dos
ressentimentos da memória e da memória dos ressentimentos. / [en] The civilian-military dictatorship and the armed revolt
that had an
outbreak in Brazil from the year of 1964 on, worked as
theme and scenery for a
meaningful cinematographic production in the period of a
political post-opening
marking in an expressive way the culture of the 80 s and
90 s. Through videos
produced throughout these years, the memory of the armed
revolt was being built,
defended and disputed. The creation and the performance of
the leftist armed
organization marked that year like any other ever did as
well as the following
years of the dictatorship that had in the support and
alliance of vast social sectors
one of its major sponsors. The end of the dictatorship
announced in 1979, along
with the Amnesty and the reestablishment of the democracy
marked by the
election of Tancredo Neves in the Electoral College in
1985 provoked a profound
transformation of values in the nominated 68-generation.
The civilian-military
dictatorship, the armed revolt, the repression, the exile,
the Amnesty, the return to
Brazil and the slow, secure and gradual opening are
fundamental items of this
universe of transformations that will supply political and
ideological elements, but
most significantly sentimental elements for the ones that
enjoy the history of the
construction of those memories. Based on that, the theme
of this paper comprises
the analysis of two important movies: Que bom te ver viva
(Lúcia Murat, 1989)
and O que é isso companheiro? (Bruno Barreto, 1987). Each
movie analyzed
independently contribute to explain, in your own
particular way, how the memory
of the armed revolt was built in those two decades and how
this memory relates to
feelings such as resentment, its revealing feature of
possible, impossible,
thinkable and unthinkable paths of remembering and
forgetting. Based on your
own reflectors and prisms, each movie adopts a way of
treating the resentment of
the memory and the memory of the resentment.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:9863 |
Date | 07 May 2007 |
Creators | RODRIGO DE MOURA E CUNHA |
Contributors | LUIS REZNIK, LUIS REZNIK |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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