[pt] Na primeira página dos Ensaios Montaigne se dirigia
diretamente aos seus
leitores para declarar seu objetivo de representar a si
mesmo em sua forma mais
simples e ordinária. O intento do autoretrato o levava a
advertir de imediato: je
me suis proposée aucune fin que domestique et privée. Je n
ay nulle consideration
de ton service ny de ma gloire. Seu estilo privado, assim,
representava uma
novidade em seu tempo, contrastando com a prática geral dos
autores humanistas
de exibir sua erudição e servir à instrução pública a fim de
fazer-se imortalizar
como exemplos de sabedoria. Pretendemos investigar aqui esse
caráter de
novidade da obra de Montaigne sob a égide das motivações e
dos procedimentos
próprios do autoretrato tomando como centro de nosso estudo
sua crítica da glória.
Esta, com efeito, marcava sua distância em relação ao
ideário humanista, assim
como aos modos que determinavam os padrões da relação entre
autor e leitor no
Renascimento, pautados no desejo do autor de instruir e de
glorificar-se e na
disposição do leitor em ser instruído e elogiar. Para isso
tomaremos aqui como
objeto de análise o percurso da reflexão de Montaigne do
ensaio Da glória, em
que melhor desenvolve sua perspectiva negativa sobre as
ambições e Da
presunção, que se lhe segue imediatamente, em que toma a si
mesmo como
objeto, traçando de si um autoretrato oposto à aspiração de
engrandecer-se. / [en] In the first page of his Essays, Montaigne turned directly
to his readers to
declare his purpose of representing himself in his most
simple and ordinary way.
The purpose of the autoportrait leads him to admonish: je me
suis proposée
aucune fin que domestique et privée. Je n ay nulle
consideration de ton service ny
de ma gloire. His private style represents a newness in that
time, forming a
contrast with the general practice of humanist authors of
exhibits their erudiction,
serving the public instruction and make himself imortals,
occupying the position
of wisdon models. Our intent here is investigate that
newness character of
Montaignes gloria theme. That
critic marks his distance of the humanists ideals and of the
modes which regulates
the traditional patterns of relationship between author and
reader in the
Renaissance, founded in the author desire of instruct and
glorify himself and in
the disposition of the reader to learn and eulogize the
author. To accomplishe our
purpose, we anlyze here the course of Montaignes reflection
in De la gloire,
where his negative perspective of the ambitions takes the
most expressive form,
and De la praesumption, which follows De la gloire, with a
autoportrait for
theme, against the ambition of aggrandize himself.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:12670 |
Date | 22 December 2008 |
Creators | SERGIO XAVIER GOMES DE ARAUJO |
Contributors | ANTONIO EDMILSON MARTINS RODRIGUES, ANTONIO EDMILSON MARTINS RODRIGUES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0014 seconds