[pt] Este trabalho investiga a noção de entendimento em textos seminais da Prática Exploratória. Reconhecendo que se busca renunciar ali a uma visão tradicional de entendimento, sem que, contudo, se elabore uma concepção alternativa capaz de fundamentar teoricamente essa nova abordagem pedagógica, esta pesquisa busca contribuir para a superação de tal lacuna. Parte-se do pressuposto de que há uma substantiva afinidade entre a Prática Exploratória e a filosofia de Ludwig Wittgenstein, filósofo que dedicou particular atenção à noção que se toma aqui como foco de investigação. O objetivo desta pesquisa é, pois, explorar afinidades e discrepâncias que se podem discernir entre o programa da Prática Exploratória e a perspectiva
wittgensteiniana de linguagem, tendo como foco o conceito de entendimento. Busca-se, mais especificamente, desenvolver uma reflexão conceitual acerca da noção de entendimento, a partir de uma concepção wittgensteiniana de linguagem. A análise dos textos seminais da Prática Exploratória aqui realizada mostrará que é compatível com os princípios norteadores desse programa uma caracterização wittgensteiniana do entendimento, como conceito que, entre outras coisas, é: (a) invulnerável simultaneamente ao essencialismo e ao ceticismo; (b) apreensível por semelhança de família; (c) visto como condição permanente e não como acontecimento mental; (d) determinado por atuações reguladas e públicas, compartilhadas entre os membros da comunidade exploratória; e (e) tomado como ocasião eventualmente propícia à desnaturalização de práticas culturais arraigadas. Apontam-se, por outro lado, pontos de discrepância entre os discursos exploratório e wittgensteiniano, sobretudo no que tange
à questão da autonomia da linguagem em relação ao pensamento. / [en] This thesis investigates the notion of understanding in the seminal texts of Exploratory Practice. Despite its attempts to shift from a traditional view of understanding, Exploratory Practice does not elaborate an alternative concept to ground theoretically this new pedagogical approach. This work attempts to contribute to fill this gap, based on the assumption that there is substantial affinity between Exploratory Practice and the philosophy of Ludwig Wittgenstein, who devoted special attention to the notion under investigation in this thesis. Thus, the objective of this research work is to explore affinities and discrepancies between the Exploratory Practice program and the Wittgensteinian perspective of language, with focus on the concept of
understanding. More specifically, it attempts to develop a conceptual reflection on the notion of understanding on the basis of a Wittgensteinian conception of language. The analysis of seminal texts of Exploratory Practice accomplished in this work will demonstrate that the guiding principles of this program are compatible with a Wittgensteinian-oriented characterization of understanding as a concept that, among
other factors: (a) is simultaneously invulnerable to essentialism and skepticism; (b) is apprehensible by family resemblance; (c) is taken as an abiding condition and not as a mental occurrence; (d) is determined by regulated and public actions shared by members of the exploratory community; and (e) is considered as an occasion ultimately favorable to denaturalization of well established cultural practices. Furthermore, the
analysis points towards discrepancies between exploratory and Wittgensteinian discourses, with specific reference to the issue of autonomy of language in relation to thinking.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:32859 |
Date | 02 February 2018 |
Creators | CRISTIANE PEREIRA CERDERA |
Contributors | HELENA FRANCO MARTINS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0034 seconds