[pt] Nos últimos anos foi possível observar um processo de mudança no
conceito de mobilidade urbana. Existe hoje uma maior valorização dos percursos
feitos a pé ou de bicicleta, e também maior consciência da necessidade de
investimentos na melhoria do transporte público. Essa é uma das razões pelas
quais algumas cidades do mundo estão repensando o espaço público e tentando
devolver à população áreas que antes se encontravam degradadas e abandonadas
pelo poder público, chegando a demolir alguns viadutos. Desta forma, pode-se
dizer que a demolição do Elevado da Perimetral, na zona portuária do Rio de
Janeiro, foi um marco divisor na história do urbanismo nacional. Por isso, é
possível supor que, em função dos resultados obtidos no porto do Rio, outras
regiões da cidade que apresentem características semelhantes e que sejam
impactadas com a construção de um viaduto, também entrem no rol de discussões
e, consequentemente, sejam alvo de estudos e intervenções urbanísticas. Por esta
razão, este trabalho teve como principal objetivo investigar o que torna um bairro
de boa ou má qualidade para os seus moradores, ou, mais especificamente,
verificar se a presença ou não de um viaduto é determinante para a mensuração da
qualidade do espaço urbano por parte de sua vizinhança imediata. Como estudo de
caso, optou-se pelo Elevado Paulo de Frontin, localizado no bairro do Rio
Comprido, na cidade do Rio de Janeiro. Metodologicamente, esta pesquisa tem
partes de cunho teórico, onde se buscou analisar a origem do caos urbano e a
história do bairro em questão, e uma parte que tem como principal foco o
resultado das entrevistas realizadas com moradores e ex-moradores do Rio
Comprido. A conclusão a que chegamos é que a presença ou não de um viaduto é
menos relevante para a qualidade do espaço do que se supõe o senso comum: ele
não é determinante, por si só, para a depreciação ou degradação de um bairro, mas
pode ser um agravante. Essa constatação reforça ainda mais a importância da
participação popular nas decisões da cidade. / [en] In recent decades it has been observed the demolition of viaducts in areas
that have suffered large depreciation of the urban space because of these
buildings. This process, in addition to providing areas with better quality of life,
brings up questions about the use of the car, so fashionable in recent times.
For years, urban mobility has developed in road mode. In other words, much
of the transportation planning was - and still is - linked to passenger cars.
Consequently, viaducts have become the best solution, from the road point of
view, to connect quickly and safely two areas of a city.
This kind of planning is due to the concepts of modern urbanism, which
allows even now to deploy large structures in consolidated residential areas,
cutting the urban fabric and definitely impacting entire families that find
themselves forced to leave their homes in favor of progress. So viaducts have
been built around the world, including in Rio de Janeiro, in an imposing way and
with the allegation that these works were for the well-being of the city, and
thinking otherwise would oppose progress, history and modernity itself
(BERMAN, 2007, p. 345).
As time passed and, because of the growing number of cars and frequent
traffic jams, urban planners and experts in the transportation field began a
questioning process on how to solve the problem of urban mobility.
One of the trends of today is to treat all in a sustainable way, and this also
includes investments in public transport and non-motorized, valuing walking,
hiking and cycling routes at the expense of passenger car.
It was at the center of this discussion – the city that we have and the city
that we want - that this work emerged.
The above expression originates in the Statute of City, created by a
Brazilian federal law in 2001 (Law No. 10,257), which determines that the
management of cities must be democratic. From this concept, then, debates,
hearings and public consultations are proposed, that is, it is understood that there
should be popular participation in decisions. Thus, it follows that the participation
of society in the definition of public spaces is closely related to quality of life.
Imbued with this idea and considering that Rio de Janeiro City is going
through a historic urban landmark with the demolition of the Perimetral viaduct
which aims to revitalize and modernize the port area of the city, two questions
arise: what does the main by impacted population say about this type of structure?
Is it possible to measure the impacts caused by a viaduct on a daily basis?
The method of this study was, therefore, the development of direct questions
to the residents, the true users of these spaces.
To do this analysis we had to choose one of these structures to be used as a
case study. At this point, the Paulo de Frontin viaduct in the neighborhood of Rio
Comprido proved to be an ideal model.
The demolition of the Paulo de Frontin viaduct it would then be the best
solution for the region? Or architectural and landscape solutions would be enough
to improve the quality of space? What do the residents think in this regard? It is in
seeking answers to these questions that this research is justified, ie, the reading of
reality implies knowing how to listen to people, as postulated by the Statute of
City.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:26635 |
Date | 17 June 2016 |
Creators | SABRINA BRIDI MARCONDES MARTINS |
Contributors | RODRIGO RINALDI DE MATTOS, RODRIGO RINALDI DE MATTOS, RODRIGO RINALDI DE MATTOS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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