Os ácidos graxos (AGs) trans foram largamente utilizados pela indústria de alimentos. Entretanto, seu consumo tem sido associado a problemas de saúde, principalmente ao aumento do risco para doenças coronarianas. No Brasil, desde 2006, o conteúdo de gorduras trans obrigatoriamente precisa ser informado nos rótulos dos alimentos industrializados. Aparentemente, isso fez surgir diversos produtos que declaram não conter gorduras trans e que tradicionalmente os continham em grandes concentrações. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar a oferta atual desses alimentos. Para tanto, a proporção de alimentos que declaravam conter 0g de gordura trans foi avaliada, verificando variações conforme a localização do estabelecimento de venda dentro da cidade de São Paulo. Também foi realizada a comparação da composição declarada e preço dos alimentos que declaram conter 0g de AGs trans com os demais. Além disso, foram analisados alguns produtos para verificar se a informação com relação ao conteúdo de AG é confiável e se está em conformidade com a legislação. A pesquisa foi realizada nas categorias biscoito doce simples, biscoito recheado, wafer, cream cracker e biscoito de polvilho através de pesquisa em supermercados. A quantificação dos AG nas amostras foi realizada por cromatografia gasosa e os resultados foram comparados com as informações contidas nos rótulos. Dos 498 diferentes produtos encontrados nos supermercados visitados, 68,9 por cento foram de alimentos que informavam não conter gorduras trans. Não foram observadas diferenças na oferta entre as regiões da cidade, entretanto, os produtos que informavam não conter gorduras trans possuem um preço mais elevado que os demais (p<0,001). Nove produtos foram analisados e a quantidade média de gordura trans por porção encontrada foi de 0,18 (±0,29). Dentre os produtos analisados, dois deles não poderiam declarar não conter gordura trans, pois continham mais do que 0,2 g por porção, considerando-se a variação permitida pela legislação de ±20 por cento. Os resultados sugerem que a obrigatoriedade em informar a quantidade de gordura trans nos rótulos proporcionou uma oferta ampla e bem distribuída de alimentos afirmam não conter esse tipo de gordura, no entanto, tais alimentos são menos acessíveis por possuírem um preço mais elevado. Além disso, com nem sempre as informações disponíveis nos rótulos são confiáveis, existe a necessidade de maior fiscalização por parte do poder público / Trans fatty acids (FA) were extensively used by food industry. However, the consumption of this type of FA has been associated with health problems, especially with increased risk for heart diseases. Since July, 2006, Brazilian regulation has imposed that industrialized food labels must express trans fat content. This apparently contributed to several products known for having large amounts of trans fat which now declare does not contain trans fat. Thus, the purpose of this study is to examine the supply of food products that claim to be trans fat-free, checking possible variations according to the sales spots, and comparing their composition and price to those of other food products in order to verify if such claims are reliable and comply with the law. The supply of the following products was evaluated supermarkets of Sao Paulo: sweet biscuit, sandwich biscuit, wafer, cream cracker and tapioca flour biscuit. The comparison between the products was based on the information on the labels. The quantification of trans FA in some of these foods was carried by gas chromatography and the results were compared with the information from labels. Were found 498 different products in the six supermarkets visited and 68.9 per cent of them were products that declare the absence of trans FA. There were no differences in terms of supply among regions of the city. However, the products that claim to be trans fat-free had a higher price than the others in all categories (p <0.001). No increase in the amount of saturated fat was found. In the nine products analyzed by gas chromatography the average amount of trans fat per serving was 0.18 (±0.29). Two of the products tested should not claim to be trans fat-free because they contained more than 0.2 g per serving, taking into account the acceptable variation of ±20 per cent. The results suggest that the mandatory declaration of trans fat content on labels led to a wide and well distributed supply of products that declare do not contain this kind of fat. However, these products are less accessible because they are more expensive. Furthermore, available information on the labels is not always reliable, which indicates the need to supervise such information
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-29092010-082826 |
Date | 13 July 2010 |
Creators | Tatiane Bottan |
Contributors | Elizabeth Aparecida Ferraz da Silva Torres, Jorge Mancini Filho, Tatiana Saldanha |
Publisher | Universidade de São Paulo, Nutrição em Saúde Pública, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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