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Clarice Lispector e seu papel como cronista: da futilidade das páginas femininas à epifania do texto literário

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Previous issue date: 2011 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Entre as décadas de 1940 e 1970, a escritora Clarice Lispector exerceu diferentes funções na
imprensa brasileira, especialmente na imprensa carioca. Além de escrever crônicas para o
Jornal do Brasil, a escritora manteve colunas femininas em três diferentes periódicos do Rio
de Janeiro, nos quais discorria sobre temas fúteis como moda, corpo, beleza, normas de
etiqueta, comportamento, curiosidades, economia doméstica, entre outros. Com receio de
manchar sua imagem diante da crítica que já a considerava uma escritora complexa e
hermética, Clarice Lispector assinava tais colunas com os pseudônimos Tereza Quadros (no
Comício, em 1952) e Helen Palmer (no Correio da manhã, entre 1959 e 1961), além de
assumir a função de ghost writer da famosa atriz e manequim da época Ilka Soares (no Diário
da noite, entre 1960 e 1961). Tendo em vista as circunstância e particularidades dessa
atividade exercida por Clarice Lispector no jornalismo carioca, nossa dissertação pretende
analisar a sua participação nessas páginas femininas e a possível influência que essa escrita
jornalística possa ter exercido sobre sua obra ficcional. Para tanto, buscamos analisar de
maneira abrangente a contaminação dos gêneros jornalístico e literário na obra da escritora, a
fim de compreender de onde pode ter nascido uma literatura das mais poderosas e definitivas
no cenário da literatura brasileira de todos os tempos, marcada por experiências místicas e
reveladoras, consideradas por muitos como epifânicas, a partir de um jornalismo feminino de
extrema superficialidade e banalidade. Não obstante, utilizamos como corpus de nossa
pesquisa textos jornalísticos publicados por Clarice Lispector nas colunas femininas reunidos
em dois livros organizados pela pesquisadora Aparecida Maria Nunes, Correio Feminino
(2006) e Só para mulheres (2008), bem como oito textos ficcionais presentes em diferentes
livros, Felicidade Clandestina (1975), A via crucis do corpo (1974) e Laços de família
(1960), observando os processos de transmigração e de transfiguração de temas e motivos das
colunas femininas para sua ficção, percebendo como a escritora se utilizou desse meio
jornalístico como importante laboratório e exercício de escritura

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7093
Date31 January 2011
CreatorsMilene Gomes de Araújo, Marta
ContributorsMaria Araújo Ferreira, Ermelinda
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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