O presente estudo avaliou os efeitos letais e subletais de dipirona sódica e paracetamol para organismos de água doce. O efeito letal foi determinado pela realização de ensaios agudos com D. similis, C. dubia, C. silvestrii e D. rerio. A influência da temperatura, tipo de água de diluição e fotoperíodo na ecotoxicidade aguda foram avaliadas. Os efeitos subletais foram determinados por meio de ensaios de embrioxicidade com D. similis (20°C), crônicos individuais e populacionais com D. similis, C. dubia e C. silvestrii. A influência da temperatura na ecotoxicidade crônica individual e populacional foi determinada. Os critérios para aceitabilidade para o controle (número de neonatas) nos ensaios populacionais com D. simlis (20 e 25°C) e C. dubia, foram estabelecidos. Nos ensaios de ecotoxicidade aguda, D. similis (20°C) foi mais sensível a dipirona sódica que a 25°C e, para paracetamol, D. similis (25°C) foi mais sensível. A água de diluição influenciou na ecotoxicidade aguda apenas do paracetamol e o fotoperíodo não influenciou na ecotoxicidade aguda de ambos os fármacos. Os valores de CL(I);96H obtidos para D. rerio foram 3670 e 590mg.L-1 para dipirona sódica e paracetamol, respectivamente. Dipirona sódica e paracetamol induziram malformações nas neonatas e embriões de D. similis e os valores de CI50 obtidos foram 21,1 e 94,00mg.L-1, respectivamente. Os valores de CI50 nos ensaios crônicos individuais com dipirona sódica para D. similis (20°C e 25°C) foram 7,53mg.L e 8,08mg.L-1, respectivamente. Para C. dubia e C. silvestrii a CI50 para ensaios crônicos individuais com dipirona sódica foram 5,38 e 3,57mg.L-1, respectivamente. Nos ensaios crônicos individuais com paracetamol, a CI50 para D. similis (20°C) foi 21,84mg.L-1 e 10,72mg.L-1 para D. similis (25°C). Para C. dubia e C. silvestrii a CI50 nos ensaios crônicos individuais com paracetamol foram 7,24 e 4,15mg.L-1, respectivamente. Como critérios de aceitabilidade para os ensaios crônicos populacionais estabeleceu-se para o controle de D. similis (20 e 25°C) e C. dubia 137, 143 e 80 neonatas, respectivamente. Os valores de CI50 nos ensaios populacionais com D. similis (20 e 25°C), C. dubia e C. silvestrii para dipirona sódica foram 8,84, 10,82, 4,68 e 2,81mg.L-1, respectivamente. Para os ensaios populacionais com paracetamol os valores de CI50 para D. similis (20 e 25°C), C. dubia e C. silvestrii foram 9,57, 10,1, 6,48 e 4,26mg.L-1, respectivamente. Os valores das concentrações que causaram ecotoxicidade aguda e crônica não são superiores as concentrações destes compostos no ambiente porém, de acordo com a classificação baseada na Diretiva Européia 93/67/EEC, estes compostos são classificados como nocivos para o ambiente. / The present study evaluated the lethal and sublethal effects of dipyrone and paracetamol to different freshwater organisms. The lethal effect was determined by acute toxicity assays with D. similis, C. dubia, C. silvestrii and Danio rerio. The influence of temperature, type of dilution water and photoperiod were evaluated in acute toxicity assays. The sublethal effects were determined by Embryotoxicity with D. similis (20°C) and chronic toxicity assays both individual and population methods with D. similis, C. dubia and C. silvestrii. The influence of temperature upon individual and population chronic ecotoxicity was also determined. The criteria for acceptability for the population control assays with D. simlis (20 and 25°C) and C. dubia were established. D.similis (20°C) was more sensitive for dipyrone that 25 °C and for paracetamol, D.similis (25°C) was more sensitive. Dilution water interfere on acute ecotoxicity paracetamol, only and the photoperiod did not influence the acute ecotoxicity of both drugs. The LC(I);96H to Danio rerio was 3670mg.L-1 and 590mg.L-1 for dipyrone and paracetamol, respectively. Dipyrone and paracetamol induced malformations in D. similis neonates and embryos. The IC50 for these assays with dipyrone were 21,1mg.L-1 and 94mg.L-1 for tests with paracetamol. The IC50 of dipyrone to D. similis (20°C) was 7,53 and 8,08 at 25°C. Values of IC50 to C. dubia and C. silvestrii on individual chronic toxicity tests with dipyrona was 5,98 and 3,57mg.L-1respectively. The IC50 of paracetamol for D. similis (20°C) was 21,84 and 10,72mg.L-1 for at 25°C in individual chronic tests. The IC50 to C. dubia and C. silvestrii in individual chronic tests with paracetamol was 7,24 and 4,15mg.L-1 respectively. As criteria of acceptability for the population chronic tests were established to control the D. similis (20 and 25°C) and C. dubia, 137, 143 and 80 respectively. The IC50 obtained to D. similis (20 and 25°C), C.dubia and C.silvestrii for Dipyrone 8,84; 10,82; 4,68 and 2,81mg.L-1 respectively. For chronic population tests with paracetamol the IC50 to D. similis with 20 and 25°C, C.dubia and C.silvestrii was 9,57; 10,1; 6,48 and 4,26mg.L-1 respectively. The concentrations that cause acute and chronic ecotoxicity on organisms in this study are higher than environmental concentrations of these compounds. However, according to the classification based on the European Directive 93/67/EEC, these compounds are hazardous to the environment.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-06032013-141130 |
Date | 29 October 2012 |
Creators | Lameira, Vanessa |
Contributors | Morel, Maria Beatriz Bohrer |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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