Ce texte est un essai sur la théorie de la définition telle que développée par Spinoza dans le Tractatus de Intellectus Emendatione. En examinant cette théorie, on prétend démontrer la thèse selon laquelle le modelage attribué par Spinoza à la définition parfaite constitue la structure élémentaire d´une logique de l´immanence, apte à présider, dans la modernité, l´élaboration d´une ontologie qui fait face au problème classique de l´un et du multiple, reformulé en des termes tels qu´ils rendent compatibles l´affirmation de l´unité et de l´unicité substantielles avec l´affirmation selon laquelle, pourtant, de la nature de cette même substance une et unique, s´ensuivent d´infinis êtres singuliers et réels. L´articulation entre définition et immanence est recherchée surtout au moyen de la notion de causalité, qui prend part aussi bien au travail de définir et par là même caractérisé comme un travail constructif ou génétique qu`à la genèse ontologique du monde physique. Démontrer cette thèse conceptuelle équivaut, dans une approche historique, à réfuter la tradition interprétative débutée déjà avec les interlocuteurs contemporains de Spinoza, mais qui aura des interférences sur toute réception future de son oeuvre et qui considère la philosophie spinoziste comme une sorte d´éléatisme moderne. Pour cela on examine de préférence la théorie de la définition présente au Tractatus de Intellectus Emendatione, étant donné que cette oeuvre, organisée selon une perspective propre de valorisation de la finitude, en plus d´entreprendre une exposition détaillée des conditions définitionnelles, comporte également une critique accentuée au troisième mode de perception la raison qui s´articule avec les critiques spinozistes de la logique scolastique d´inspiration aristotélicienne, au sein de laquelle se trouve la définition par le genre et la différence spécifique. Cette version de mon essai cest un version beta. En démontrant, à partir de la théorie de la définition, que certaines accusations faites par la postérité se trouvaient déjà implicitement répondues dans le débat spinoziste avec la logique d´inspiration aristotélicienne, on prétend par là même, fournir des apports pour une révision critique de la réception de l´oeuvre de Spinoza, en caractérisant sa philosophie immanentiste comme une possibilité de rationalisme moderne, historiquement mal comprise, et, par là même, peut être, comme capable d´exiger une certaine ampliation des concepts eux-mêmes de rationalisme et de modernité. / O presente trabalho é um ensaio sobre a teoria da definição desenvolvida por Espinosa no Tractatus de Intellectus Emendatione. Através do exame dessa teoria, pretendese demonstrar a tese de que a modelagem conferida por Espinosa à definição perfeita constitui a estrutura elementar de uma lógica da imanência, apta a presidir, na modernidade, a elaboração de uma ontologia que enfrenta o clássico problema do uno e do múltiplo, reformulado em termos de compatibilização entre a afirmação da unidade e unicidade substanciais e a afirmação de que, não obstante, da natureza dessa mesma substância una e única, seguem-se necessariamente infinitos entes singulares reais. A articulação entre definição e imanência é investigada principalmente através da noção de causalidade, que toma parte tanto do trabalho definicional por isso caracterizado como um trabalho construtivo ou genético quanto da gênese ontológica do mundo físico. Demonstrar essa tese conceitual equivale, numa chave histórica, a refutar a tradição interpretativa iniciada já com os interlocutores contemporâneos de Espinosa mas que interferirá em toda recepção futura de sua obra que considera a filosofia espinosana como uma sorte de eleatismo moderno. Para tanto, examina-se preferencialmente a teoria da definição apresentada no Tractatus de Intellectus Emendatione, pois que esta obra, organizada conforme uma perspectiva própria de valorização da finitude, além de empreender uma detalhada exposição das condições definicionais, também comporta uma acentuada crítica ao terceiro modo de percepção a razão , que se articula com as críticas espinosanas à lógica escolástica, de inspiração aristotélica, em cujo cerne está a definição por gênero e diferença específica. Demonstrando, a partir da teoria da definição, que certas acusações feitas pela posteridade já se encontravam implicitamente respondidas no debate espinosano com a escolástica de inspiração aristotélica, ambiciona-se, destarte, fornecer subsídios para uma revisão crítica da recepção da obra de Espinosa, caracterizando sua filosofia imanentista como uma possibilidade do racionalismo moderno historicamente mal compreendida e, por isso, talvez capaz de exigir alguma ampliação dos próprios conceitos de racionalismo e de modernidade.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-05022010-114514 |
Date | 16 March 2009 |
Creators | Cristiano Novaes de Rezende |
Contributors | Luiz Henrique Lopes dos Santos, Lucas Angioni, Marilena de Souza Chaui, Marcos André Gleizer, Lia Levy |
Publisher | Universidade de São Paulo, Filosofia, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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