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A dialética na crítica à ilustração conforme a fenomenologia do espírito

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Previous issue date: 2007-07-03 / A filosofia kantiana é uma filosofia da Ilustração. Sua concepção do homem e da liberdade insere-a na corrente
dominante no século XVIII que, num sentido geral, elege a razão como a faculdade suprema, que deve
conduzir a humanidade em direção às suas potencialidades últimas. A Ilustração kantiana, essencialmente
crítica, inaugura o idealismo alemão como uma autocrítica que estabelece os limites do uso legítimo da própria
razão. O estabelecimento das condições do conhecimento possível, no entanto, resulta na oposição fundamental
entre fenômeno e coisa em si. Em conseqüência desta oposição, várias outras se impõem e fazem do sistema
inteiro uma contradição aos olhos das filosofias posteriores. Nossa tese é de que a superação da distinção entre
fenômeno e coisa em si empreendida pela Fenomenologia do Espírito de Hegel resulta na dissolução do que,
em termos transcendentais, constitui a condição de possibilidade de toda Ilustração: a idéia de liberdade. A
solução da terceira antinomia coloca a idéia kantiana de liberdade, diante da consciência fenomenológica,
como algo a ser superado e não um ideal perseguido num progresso contínuo através da história. A tese central
do idealismo, de que o pensamento e o ser são idênticos, sucumbe ao idealismo transcendental. A concepção da
consciência em sua história permite que a dialética hegeliana dissolva, pela dissolução mesma da coisa em si, a
oposição entre liberdade e causalidade natural e as dicotomias resultantes, que Kant só resolve mediante os
postulados morais. A dissolução da aporia fenômeno-coisa em si leva a uma concepção da liberdade como uma
efetividade imanente à própria consciência no percurso que ela faz na Fenomenologia. Isso quer dizer que a
razão deve se compreender na própria realidade social e não na idéia de um aproximar-se infinito da
humanidade rumo a um fim que pode somente ser postulado. A oposição da razão à causalidade natural
resultaria sempre numa aspiração insatisfeita. Em suma, se o idealismo absoluto afirma a identificação
necessária da razão com o ser, ele deve suprimir a noção kantiana do dever. Para demonstrá-lo iniciamos com a
abordagem da filosofia crítica. Em adendo mostramos no pensamento de Fichte o passo decisivo em direção à
dialética hegeliana na reflexão da consciência de si que se torna sujeito-objeto. A exteriorização do Eu, que põe
o não-eu como um outro que deve ser superado, põe a liberdade ainda como pura aspiração, como dever ser.
Mas a dinâmica do Eu em sua extrusão já anuncia o conceito-chave do idealismo absoluto: o da alienação do
espírito. O espírito aparece como consciência. E ele é a idéia que se exterioriza no tempo como História. O
espírito é a substância como sujeito, que sabe de si no saber da consciência e que se objetiva na obra humana,
resultado do trabalho da consciência. O caminho da consciência é o da própria liberdade que se efetiva no
universal com o qual ela deve identificar-se. A Ilustração kantiana resulta abstrata na medida em que remete
para um além esse resultado do trabalho humano e a efetivação da liberdade da consciência que age

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/4749
Date03 July 2007
CreatorsVieira, Roney Wagner
ContributorsMaar, Wolfgang Leo
PublisherUniversidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Filosofia e Metodologia das Ciências, UFSCar, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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