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Multipli(cidade): a potência da multidão em Pauliceia de mil dentes, de Maria José Silveira

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Previous issue date: 2017-02-23 / Constructed as a space for the voices of the many, contemporary literature has proved
fruitful for the encounter with otherness, bringing various characters with singularities.
Their lives are important and their individual experiences make sense when they are
produced collectively. This idea implies difference as power, since it coexists in the
same space, generally urban, it generates a production of subjectivity, without excluding
relations. The subjects that find themselves in this typically modern multiplicity bring in
themselves the desires of the multitude, conquering a new space in the literary scope:
the literature of multitude. Based on this, the present work aims to broaden a debate on
this new type of approach, taking into account the many and putting the city as a locus
of multiplicity. Therefore, we will use the novel by Maria José Silveira, Pauliceia de
mil dentes (2012), for a reading that is intended horizontally. Thus, in Chapter I, we will
make an approach about the biographical traits of the author, passing summarily
through the fragmented plot. In addition, we will elucidate the ties held by the crowd in
Pauliceia, based on Justin (2014); The discussion of the multiple voices present in the
narrative - narrator and characters - with Dalcastagnè (2012) and Silviano Santiago
(1986); The paths of dialogism and otherness, with Bakhtin (1995); As well as the
relation of the photographs, put in the book, with crime, with the city, with the crowd,
by the considerations of Schollhammer (2013). In Chapter II, we aim to weave
considerations about the city of São Paulo in the work, its relations with Modernism and
modernity, with the theories of Chalmers (2002) and Andrade (1978); On the concept of
multiplicity that Castro (2015) refers to, contextualizing the discussion about the city;
On the rhizome as an expansive movement, related to the city panorama, by Deleuze
and Guatarri (1995). In a following moment, Pellegrini (2005) enters still more in the
city, revealing its possible spaces; Dalcastagnè (2012) focuses on his character
character; Among other lucubrations. To base the debate on the crowd, concepts of
Justino (2012, 2014) about the subjects that circulate in the city will be discussed; Of
Canclini (2006) and Legault (2000), regarding the concept of "intercultural", quite
applicable to the literature of multitude, since the difference is not superimposed and
exclusive, but imbricated and powerful. Finally, in Chapter III, we turn to a metacritical
developed from the positions of Antonio Candido (1970, 1972, 1973, 2011), in classic
texts, in which he dictates the aesthetic elitist criteria for valuing a work. In this sense,
these traditional values will be put in check, taking as a "counter-argument" the
positions of Regina Dalcastagnè (2008, 2012), suggesting a literature more open to
alterity, and especially more unrealistic (breaking of the "untouchable") Of the literary
work, by Benjamin (1994). In the conclusion, we will emphasize the opening of a new
line of escape that proposes to analyze Pauliceia of a thousand teeth from the
perspective of the many, gathering all the critical-interpretative elements of the work
that indicate the existence of a literature of multitude. The latter does not deny tradition,
but reconfigures it. / Construído como espaço profícuo para as vozes dos muitos, a literatura contemporânea
tem se mostrado fecunda para o encontro com a alteridade, trazendo diversos
personagens com singularidades. Suas vidas possuem importância e suas experiências
individuais ganham sentido quando são produzidas coletivamente. Tal ideia implica na
diferença como potência, pois coexistente em um mesmo espaço, geralmente urbano,
ela gera produção de subjetividade, sem relações excludentes. Os sujeitos que se
encontram nessa multiplicidade tipicamente moderna trazem em si os devires da
multidão, conquistando um espaço novo no âmbito literário: a literatura de multidão.
Com base nisso, o presente trabalho visa ampliar um debate sobre este tipo novo de
abordagem, levando em consideração os muitos e pondo em xeque a cidade como locus
da multiplicidade. Sendo assim, utilizaremos o romance de Maria José Silveira,
Pauliceia de mil dentes (2012), para uma leitura que se pretende horizontalizada.
Assim, no Capítulo I, faremos uma abordagem acerca dos traços biográficos da autora,
perpassando sumariamente pelo enredo fragmentado. Além disso, elucidaremos os laços
travados pela multidão em Pauliceia, com base em Justino (2014); a discussão das
múltiplas vozes presentes na narrativa – narrador e personagens –, com Dalcastagnè
(2012) e Silviano Santiago (1986); os caminhos do dialogismo e da alteridade, com
Bakhtin (1995); bem como a relação das fotografias, postas no livro, com o crime, com
a cidade, com a multidão, pelas considerações de Schollhammer (2013). Já no Capítulo
II, objetiva-se tecer ponderações sobre a cidade de São Paulo na obra, suas relações com
o Modernismo e a modernidade, com as teorias de Chalmers (2002) e Andrade (1978);
sobre o conceito de multiplicidade a que Castro (2015) se refere, contextualizando a
discussão acerca da cidade; sobre o rizoma como movimento expansivo, relacionado ao
panorama citadino, por Deleuze e Guatarri (1995). Em um momento seguinte, Pellegrini
(2005) adentra mais ainda na cidade, revelando seus espaços possíveis; Dalcastagnè
(2012) enfoca no seu caráter de personagem; entre outras lucubrações. Para
fundamentar o debate sobre a multidão, serão discutidos conceitos de Justino (2012;
2014) acerca dos sujeitos que circulam na cidade; de Canclini (2006) e Legault (2000),
a respeito do conceito de ―intercultural‖, bastante aplicável à literatura de multidão, já
que a diferença não é sobreposta e excludente, mas imbricada e potente. Por fim, no
Capítulo III, nos voltaremos para uma metacrítica desenvolvida a partir de
posicionamentos de Antonio Candido (1970; 1972; 1973; 2011), em textos clássicos,
nos quais ele dita os critérios estéticos elitistas de valoração de uma obra. Nesse sentido,
esses valores tradicionais serão postos em xeque, tomando como ―contra-argumento‖ os
posicionamentos de Regina Dalcastagnè (2008; 2012), sugerindo uma literatura mais
aberta à alteridade, e, principalmente, mais desaurática (quebra do ―intocável‖) da obra
literária, por Benjamin (1994). Na conclusão, frisaremos a abertura de uma nova linha
de fuga que se propõe a analisar Pauliceia de mil dentes sob a perspectiva dos muitos,
reunindo todos os elementos crítico-interpretativos da obra que indiciam a existência de
uma literatura de multidão. Esta última não nega a tradição, mas a reconfigura.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.bc.uepb.edu.br:tede/2805
Date23 February 2017
CreatorsOliveira, Silvanna Kelly Gomes de
ContributorsJustino, Luciano Barbosa
PublisherUniversidade Estadual da Paraíba, Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI, UEPB, Brasil, Centro de Educação - CEDUC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB, instname:Universidade Estadual da Paraíba, instacron:UEPB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation-33720892889466387, 600, 600, 600, -3913650091454659684, -1988061944270133392

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