[pt] A experiência fundamental da sociedade moderna é a de uma intensa
aceleração do fluxo de experiência de cada indivíduo (ROSA, 2019a). Os reflexos
deste fenômeno são observados em larga escala, coexistindo com um discurso
cultural que relaciona a velocidade a limitações sociais, ambientais e individuais.
Frente a isso, nota-se o surgimento de movimentos contestatórios à lógica temporal
moderna, utilizados como válvulas de escape em relação à aceleração (BAUER et
al, 2015; HUSEMANN e ECKHARDT, 2019; LEVINE, 2015; ROSA, 2019a),
dentre os quais o Slow Movement (HONORE, 2019; PARKINS, 2004). Neste
contexto, este estudo propõe compreender o processo de desaceleração do
consumidor no ambiente estrutural contemporâneo, por meio do consumo sob o
rótulo Slow. Como a noção de temporalidade está relacionada ao desdobramento
de significados que emergem das práticas de vida, utiliza-se a Sociossemiótica
(LANDOWSKI, 2014a) como aporte teórico-metodológico para entender a criação
de sentido e os significados da desaceleração em torno do consumo Slow. Com base
em entrevistas em profundidade com consumidores do Movimento Slow, foi
possível concluir que este tipo de consumo pode equivaler a uma experiência
extraordinária de lentificação, revelando-se como oásis de desaceleração (ROSA,
2019a) em meio ao contexto contemporâneo acelerado. Este extraordinário possui
a estesia como elemento central, emergindo a partir da busca dos consumidores por
sentido no que e em como consomem, da combinação de elementos estruturais e
antiestruturais e do emprego de estratégias de desaceleração específicas. / [en] A critical experience of modern society involves an intense acceleration of
experience flux of each individual (ROSA, 2019a). The consequences of this
phenomenon are observed in a large scale, coexisting with a cultural discourse that
relates speed to social, environmental and individual limitations. In view of this,
movements have emerged contesting the modern temporal logic, used as escape
valves from acceleration (BAUER et al., 2015; HUSEMANN and ECKHARDT,
2019; LEVINE, 2015; ROSA, 2019a), including the Slow Movement (HONORE,
2019; PARKINS, 2004). This study seeks to understand the process of consumer
deceleration in the contemporary structural environment, assessing Slow
Movement consumption. As the notion of temporality is related to the development
of meanings that emerge from life practices, Sociosemiotics (LANDOWSKI,
2014a) is used as a theoretical-methodological approach to understand the creation
of sense and meanings from deceleration via slow consumption. Based on in-depth
interviews conducted with Slow Movement consumers it was possible to conclude
that such type of consumption can ensure an extraordinary experience of
deceleration, acting as an oasis of deceleration (ROSA, 2019a) in the fast-paced
contemporary context. This extraordinary experience has esthesia as its central
element, emerging from the search of consumers for meaning in what and how they
consume, the combination of structural and anti-structural elements, and the use of
specific deceleration strategies.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:60431 |
Date | 01 September 2022 |
Creators | NATALIA CONTESINI DOS SANTOS |
Contributors | LUIS ALEXANDRE GRUBITS DE PAULA PESSOA, LUIS ALEXANDRE GRUBITS DE PAULA PESSOA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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