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Previous issue date: 2005-05-20 / As mudanças pelas quais a saúde pública brasileira passou nas últimas décadas, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Programa Saúde da Família (PFS), trouxeram à tona grandes desafios no que tange à assistência prestada à população. Nesse novo contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) revela-se como de fundamental importância para a qualidade dessa assistência, uma vez que tem por função básica desenvolver uma aproximação/interlocução entre os serviços oferecidos e os universos cultural, lingüístico e político das comunidades assistidas. Esta pesquisa analisa a dimensão ético-política presente nas práticas dos ACSs, ou seja, observa que tipo de relação esses profissionais têm estabelecido com a comunidade e em que medida sua atuação tem se mostrado comprometida com a transformação das condições concretas de vida da população. Para tal, foi selecionada uma Unidade de Saúde da Família do município de Vitória/ES e realizado o acompanhamento de dez agentes de saúde. Adota o Método de Observação Participante, que constituiu no acompanhamento das atividades cotidianas dos agentes. Foi utilizada a técnica de grupos focais, como forma de acesso às concepções desses trabalhadores acerca do próprio trabalho e ao conceito de saúde que permeia suas práticas. Analisa os dados a partir de uma perspectiva histórico-genealógica, entendendo-os como efeitos de forças sociais, políticas e históricas. Conclui que a atuação do agente traz avanços, uma vez que possibilita a criação de formas de assistência mais contextualizadas, acolhedoras das reais necessidades da população assistida. Entretanto, verifica que, embora os agentes entendam a saúde como efeito de múltiplas determinações (sociais, biológicas e subjetivas), sua atuação ainda permanece centrada nos sujeitos individualmente, sem propor ações com um caráter mais amplo, que visem a intervir sobre os determinantes sociais e políticos do fenômeno Saúde-doença. Essa limitação aparece como fruto de múltiplos determinantes e não simplesmente como uma postura pessoal. A exigência de produção imposta pela Secretaria Municipal de Saúde; a eleição que esta elabora das prioridades, em sua maioria distantes das reais necessidades da população; a desvalorização, por parte dos demais profissionais da equipe, do discurso e do trabalho realizado pelos agentes, entre outros aspectos, indicaram a necessidade de reformulação na forma como a proposta vem se concretizando, para que se torne possível a efetivação do trabalho do agente, como preconizado pelo PSF. Por fim, percebe o quanto as relações estabelecidas entre os profissionais das equipes e o lugar ocupado pelos agentes dentro do Programa têm produzido, nesses trabalhadores, um estado de sofrimento e adoecimento por não terem legitimado o seu papel e discurso dentro do processo de formulação e execução das propostas de intervenção com a população.
PALAVRAS-CHAVE: Programa Saúde da Família. Políticas Públicas de Saúde.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/3048 |
Date | 20 May 2005 |
Creators | REIS, L. B. |
Publisher | Universidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, UFES, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | text |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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