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A perspectiva histórica da criação da Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul e a sua relação com o modelo agrícola convencional

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas. / Made available in DSpace on 2012-10-20T13:39:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1
226359.pdf: 546431 bytes, checksum: 0cc180685a01526ff7fa1fc9316783fa (MD5) / Este trabalho tem por objetivo auxiliar na reconstrução histórica do modelo político pedagógico da Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul - EAFRS, levando a uma reflexão sobre os principais fatores que influenciaram na definição do seu modelo político pedagógico, sua organização didática e funcional, bem como, identificar o modelo tecnológico de produção agropecuária adotado e a sua adequação às condições locais. Inicialmente, utilizando-se da pesquisa bibliográfica, fica evidente a existência de uma estreita relação entre o modelo de desenvolvimento nacional e as políticas públicas relativas ao Ensino Agrícola. Partindo da criação dos primeiros Patronatos Agrícolas Federais, no início do século XX, observa-se que o Estado atribui uma função assistencialista a este sistema de ensino com o objetivo de compensar os efeitos sociais negativos existentes no período. Demonstra-se também, que a partir dos anos 40, com o fim da Segunda Guerra Mundial, o modelo de desenvolvimento urbano industrial capitalista é assumido oficialmente no Brasil. Com isso, ao Ensino Agrícola, é atribuída uma nova função. Para tal, o mesmo passa por diversas modificações na busca de uma metodologia eficiente para a difusão das tecnologias que pretendiam integrar o setor agropecuário ao modelo industrial capitalista. No final da década de 60, emerge destas experiências o modelo político pedagógico denominado de Sistema Escola Fazenda, que foi, efetivamente, implantado no Ensino Agrícola no início da década de 70 sob forte influência e financiamento internacional. Com o Sistema Escola Fazenda, o Ensino Agrícola Federal é incluído nas ações que promoveram a implantação do modelo de produção agrícola convencional, denominado de Revolução Verde. O programa do Banco Mundial, que financiou a adequação do Ensino Agrícola aos objetivos da Revolução Verde, foi extinto no final da década de 80 e, em conseqüência, a Coordenação Nacional de Ensino Agropecuário - COAGRI, responsável até então pela implantação do modelo político pedagógico fundamentado no Sistema Escola Fazenda, também foi extinta. Em 1993, foi criada a Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul, na região do Alto Vale do Itajaí, região central de Santa Catarina. A criação da escola é resultante de um significativo movimento político regional que justificava a sua criação como uma importante ação para a minimização do êxodo rural dos jovens. Os documentos resgatados e as entrevistas realizadas, com os principais atores envolvidos na criação da EAFRS, possibilitaram comprovar que, apesar de a mesma ter sido criada para atender a uma necessidade local, a sua construção, organização e funcionamento não levaram em conta as características econômicas, sociais e ambientais da região. Também se conclui que o modelo tecnológico de produção agropecuária utilizada pela EAFRS, de maneira hegemônica, é remanescente da década de 70 e do modelo político pedagógico implantado pela COAGRI sob influência do Banco Mundial, para difundir as tecnologias da Revolução Verde e introduzir o capitalismo ao setor agrícola nacional. Constata-se uma relação direta entre as tecnologias da Revolução Verde e a exclusão social. Portanto, as tecnologias de produção agropecuária utilizada pela EAFRS não se apresentam como as mais adequadas à minimização do êxodo rural dos jovens do Alto Vale do Itajaí, bem como ao modelo fundiário e produtivo regional

Este trabajo tiene como objetivo auxiliar en la reconstrucción histórica del modelo político-pedagógico de la "Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul - EAFRS", llevando a una reflección sobre los principales factores que influyeron en la definición de ese modelo y su organización didáctica y funcional, así como identificar el modelo tecnológico de producción agropecuária adoptado y su adecuación en las condiciones locales. Inicialmente, con base en investigación bibliográfica, se torna evidente la existencia de una estrecha relación entre el modelo de desarrollo nacional y las políticas públicas relativas a la Enseñanza Agrícola. A partir de la creación de los primeros Patronatos Agrícolas Federales, a inícios del siglo XX, se observa que el Estado atribuye una función asistencial a este sistema de enseñanza, con el objetivo de compensar los efectos sociales negativos existentes durante el período. También se demuestra que a partir de los años 40 y con el fin de la Segunda Guerra Mundial, el modelo de desarrollo urbano industrial capitalista es oficialmente asumido en el Brasil. Con esto, a la Enseñanza Agrícola se le atribuye una nueva función, para la cuál, pasa por diversas modificaciones en la búsqueda de una metodologia eficiente para la difusión de tecnologias que pretendían integrar el sector agropecuário al modelo industrial capitalista. Al final de la década del 60, surge de esas experiências el modelo político - pedagógico denominado Sistema Escuela Hacienda, que fué implantado efectivamente en la Enseñanza Agrícola al início de la década del 70, bajo una fuerte influencia y financiamiento internacional. Con el sistema de "Escola - Fazenda", la Enseñanza Agrícola Federal es incluída en las acciones que impulsaron la implantación del modelo de producción agrícola convencional denominado Revolución Verde. El programa del la Banca Mundial que financió la adaptación de la Enseñanza Agrícola a los objetivos de la Revolución Verde fué extinguida al final de la década del 80 y como consecuencia, la Coordinadora Nacional de Enseñanza Agropecuária - COAGRI, responsable hasta entonces por la implantación del modelo político pedagógico basado en el Sistema "Escola Fazenda", también fué extinguido. En 1993, fué creada la "Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul", en la región del "Alto Vale do Itajaí", región central de Santa Catarina. La creación de la escuela es resultado de un amplio movimiento regional, que la justificaba como una acción importante para disminuir el éxodo rural de los jóvenes. Los documentos y las entrevistas realizadas con los principales actores involucrados en la creación de la EAFRS permiten comprobar que, aunque fué creada para atender una necesidad local, su construcción, organización y funcionamiento no tuvieron en cuenta las características económicas, sociales y ambientales de la región. También se concluye que el modelo tecnológico de producción agropecuária utilizado por la EAFRS, de manera hegemónica, es remanente de la década del 70 y del modelo político pedagógico implantado por la COAGRI bajo influencia del la Banca Mundial para difundir las tecnologías de la Revolución Verde y introducir el capitalismo en el sector agrícola nacional. Se constata una relación directa entre las tecnologías de la Revolución Verde y la exclusión social y por lo tanto, las tecnologías de producción agropecuária utilizadas en la EAFRS no se presentan como las más adecuadas para reduzir el éxodo rural de los jóvenes del "Alto Vale do Itajaí", ni las más adaptadas al modelo fundiário y productivo regional.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/84913
Date January 2003
CreatorsKoller, Claudio Adalberto
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Mussoi, Eros Marion, Durand, Olga Celestina da Silva
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format107 f.| tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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