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Previous issue date: 2011-05-22 / A pesquisa se empenha em analisar a fenomenologia da morte em Emmanuel Lévinas. Em
Martin Heidegger, principal autor com o qual dialoga Lévinas, a morte é vista não como um
fenômeno da vida, mas como um modo de ser do Dasein e que pode ser antecipada
(vorlaufende Entschlossenheit), possibilitando o destrancamento do impessoal (das Man) e
uma possível resignificação da existência inautêntica face a angústia da nadificação. Lévinas,
no seu esforço de desontologizar a filosofia, vê a morte como um evento que afronta o
presente do sujeito inter-essado (intéressement). Ao contrário da atracção existencial na qual a
finitude está posta na Analítica Existencial, a morte, em Lévinas, é posta no exterior da
existência, realizando-se como um anti-projeto. A morte é um enigma, uma experiência
inexperienciável, uma alteridade estranha que dissipa os poderes compreensivos do sujeito,
torna-o passivo, delineia os limites da razão e restringe a capacidade de antecipação à
possibilidade mais radical da existência. Deste modo, acredita Lévinas, a morte do outro a
“morte primeira”, uma experiência moral concreta, mais impactante do que os poderes da
morte própria. O filósofo francês tem a morte como afecção do outro no Mesmo. Assim, é
possível afirmar que morremos na morte de outrem. Angustiamo-nos por não possuirmos
respostas (a não-resposta, o sem-resposta), por estarmos diante de um enigma absoluto que só
temos a possibilidade de “sofrê-lo”, porque outros morrem junto e nem se pode “morrer por
eles”, nem morrer a própria morte e nem ser dono de qualquer poder de decisão, a não ser que
ela se aproxime, se avizinhe (voisinage). A essência da morte é o seu caráter de eterno futuro.
Constitui-se, desta maneira, uma grandiosa metonímia na existência. Não a minha morte, mas
a morte do outro é a morte primeira, pois é esse evento que me inicia e continua re-lembrando
que sou mortal, pois não me apercebo desse fato todo o tempo. O acesso a mortalidade, a
minha mortalidade, faz-se, desde Lévinas, via experiência da morte de outro. A angústia que
me toma não é fundamental, prima, é um “sentimento” a posteriori que nesta etapa posterior
irá me angustiar profundamente e de forma singular. / The present research analyses the phenomenology of death in Emmanuel Lévinas. According
to Martin Heidegger, the main philosopher with whom Lévinas develops a dialogue, death is
not seen as a phenomenon of life but as a way of being of Dasein which can be anticipated
(vorlaufende Entschlossenheit) in order to operate the dissolution of the they-self (das Man)
and a possible reframing of inauthentic existence in view of the angst of nihilation. In his
effort of de-ontologizing philosophy, Levinás understands death as an event that takes down
the present of the interestedness (intéressement) subject. Unlike the existential attraction in
which finitude is posited in the Existential Analytic, Levinás claims that death is posited in
the exterior of existence and that it is actualized as an anti-project. Death is a riddle. It is an
inexplicable experience, an strange otherness that consumes the comprehensive powers of the
subject; it makes it passive, draws the boundaries of reason and restricts the capacity to
anticipate the most radical possibility of existence. Thus, Levinás believes that the death of
the other is a “first death”, a concrete moral experience even more startling than the powers of
death proper. The French philosopher conceives death as affection of the other in the Same.
Therefore, it is possible to say that we die in the death of the other. We agonize in not having
answers (a non-answer, the without-answer). We agonize in facing an absolute riddle and
because others die along and one can neither “die for them” nor die one’s own death; neither
one can be the owner of any power of decision, unless she approaches and take a voisinage
(neighborliness). The essence of death lies in its feature as an eternal future. This way death
configures a great metonymy of existence. It is not my death but the death of the other that is
the first death. Such event introduces and reminds me to the fact that I am mortal. I am not
constantly aware of mortality. The access to it – to my mortality, is given by the experience of
death of the other. The angst that overcomes me is not fundamental. Instead, it is an a
posteriori “feeling” which will constitute me as a singularity in this ulterior moment.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/19723 |
Date | 22 May 2011 |
Creators | FILHO, Raphael Douglas Monteiro Tenório |
Contributors | SAYÃO, Sandro Conzza |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Filosofia, UFPE, Brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Breton |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
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