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Lastro, rastro e historicidades distorcidas: uma leitura dos anos 70 a partir de Galáxias / Discursive ballast, trace and distorted historicities: a reading from the 70s under an analysis of Galáxias

Neste trabalho proponho uma relação entre literatura e história a partir do conceito de historicidades distorcidas. Partindo da obra galáxias, de Haroldo de Campos, volto-me aos anos 70 para pensar uma historicidade que consiga levar em contas as múltiplas historicidades em jogo, muitas vezes entrecruzando-se, sem que se caia no relativismo ou em uma nova tentativa de construir narrativas. Para tanto, sob o conceito de historicidades distorcidas, mostro que o regime de historicidade de um poema é relacional, ou seja, só existe em relação a um outro regime de historicidade, seja ele do leitor, de outro poema ou de ambos. Essa maneira de pensar a relação entre literatura e história passa a ser a mais funcional, assim defendo, pois vimos experimentando o que chamo de perda de lastro discursivo: um aumento da distância, temporal e espacial, entre o espaço de experiência e o horizonte de expectativa (Koselleck, 2006), que leva a uma diminuição daquilo que compartilhamos como mínimo múltiplo comum discursivo: o contexto, a fraseologia, o que é ou não ideológico, o que é ou não cinismo. Nessa combinação entre uma concepção dos regimes de historicidade vistos de forma relacional, as historicidades distorcidas, e a diminuição daquilo que compartilhamos em nosso espaço público discursivo, a perda do lastro discursivo, termino propondo, no último capítulo, uma prática historiográfica, terminando em uma possível ontologia variável do poema. / In this thesis, I propose a relationship between literature and history from the concept of distorted historicities. Departing the work galaxies, by Haroldo de Campos, I turn to the 70s to think such a historicity that can take on multiple historicities accounts, often crisscrossing up without it falling into relativism or into a new attempt to build big narratives. To this end, under the concept of distorted historicities, I show that the historicitys regime of a poem is relational, which means that it exists only in relation to one another historicitys regime, whether the reader, another poem or both. That way of thinking about the relationship between literature and history becomes the most functional as well, I argue, as we are experiencing what I call the loss of discursive ballast: an increase of the distance, both in time and space, between the space of experience and the horizon expectation (Koselleck, 2006), which leads to a decrease of what we share as our discursive least common multiple: the context, the phraseology, what is or is not ideological, what is or is not cynicism. This combination of a conception of historicity schemes seen relationally, what I call distorted historicity, and the reduction of what we share in our discursive public space, the loss of discursive ballast, I end offering, in the last chapter, a historiographical practice, ending in a possible variable ontology of the poem.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-16082016-150905
Date16 May 2016
CreatorsProvase, Lucius
ContributorsZular, Roberto
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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