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Previous issue date: 2010 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Estudos sobre argumentação e explicação (tratadas ora isoladamente, ora como
atividades discursivas equivalentes) e constituição do conhecimento têm despertado, de
forma crescente, a atenção e empenho de lingüistas, psicólogos e educadores. As
ênfases prevalentes em tais estudos são, em geral, o contexto interativo, as práticas
discursivas e seus potenciais efeitos no processo de ensino-aprendizagem. Muito menos
freqüente, parece ser, entretanto, o esforço de conceituar os papéis privilegiados que
cada uma teria na construção do conhecimento em sala de aula. Consideramos que essa
aparente pouca ênfase nas especificidades desses discursos, deve-se, em parte, à
controvérsia existente, nos estudos da área, quanto à conceituação/delimitação do que
seria da ordem do argumentar e da ordem do explicar em produções linguageiras.
Seriam esses discursos complementares ou suficientemente divergentes, tendo funções
específicas na constituição do conhecimento? O presente estudo se justifica, por um
lado, ante a polêmica, acima referida, em torno da dificuldade de delimitação do que
seriam o argumentar e o explicar; por outro, ante a escassez observada de estudos, de
cunho psicológico, que investiguem conjuntamente, o impacto desses movimentos
discursivos no processo de constituição do conhecimento escolar. O objetivo da
pesquisa é, portanto, investigar o argumentar e o explicar em sala de aula, indagando
conceitual e empiricamente, sobre especificidades e relações possíveis entre esses
movimentos discursivos na constituição do conhecimento. A nossa hipótese é que o
eixo norteador na delimitação desses dois movimentos dialógicos é o conflito,
entendido numa perspectiva discursiva como mecanismo de desenvolvimento,
possibilitando eventualmente mudanças e a construção de conhecimentos, através da
deflagração de negociações de perspectivas na argumentação, e de sentidos na
explicação, nas quais discurso e cognição são indissociáveis. Outra hipótese do estudo é
que a explicação assumiria uma função retórica, à medida que permite compreender ou
explicitar perspectivas divergentes, tendo em vista a adesão ou convencimento dos
interlocutores, contribuindo com a argumentação no processo de construção de
conhecimento. Os dados analisados na investigação das hipóteses mencionadas fazem
parte do banco de dados do Núcleo de Pesquisa em Argumentação (NupArg) da UFPE e
consistem em videogravações de aulas regulares da disciplina de História em uma turma
do sexto ano de uma escola particular do Recife. A unidade de análise utilizada no
tratamento dos dados conjuga o modelo triádico de análise da argumentação, proposto
por Leitão (2000), e a elaboração, no presente estudo, de um modelo (análogo, inspirado
em Marková, 2006) para análise da explicação. A análise realizada é de natureza
eminentemente qualitativa com ênfase na busca de indícios microanalíticos (Góes,
2000) de processos de constituição do conhecimento na argumentação e na explicação.
Os resultados apontam na direção das hipóteses investigadas. Permite observar
empiricamente a emergência de novo conhecimento a partir do conflito, bem como, que
se postule a operação de funções lingüístico-cognitivas diferentes num e noutro casos, a
depender do contexto enunciativo a ser considerado na análise interpretativa
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8120 |
Date | 31 January 2010 |
Creators | Paula Monteiro Ferreira Ximenes, Ana |
Contributors | Leitão Santos, Selma |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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