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O acolhimento na assistência especializada no estado do Acre: micropolítica e produção do cuidado em saúde / User embracement in specialized care in the state of Acre: micropolitics and production of health care.

Introdução:A implantação e implementação da diretriz do acolhimento nos serviços de assistência especializada representam desafios à Política Nacional de Humanização (PNH) do SUS pela complexidade de gerenciamento e de estrutura, diversidade de atores sociais e pelas relações que se estabelecem entre os trabalhadores-gestores-usuários, e destes, com o sistema de saúde pública. Objetivos:Identificar aspectos relacionados ao trabalho e à produção do cuidado em saúde que interferem no acolhimento e na humanização da assistência especializada; Interpretar a relação entre as diferentes práticas profissionais envolvidas no trabalho e na produção do cuidado especializado com as possibilidades elimites da implementação da PNH; Compreender a percepção dos trabalhadores usuários sobre a humanização em saúde e o acolhimento como diretriz da PNH. Percurso Metodológico: Estudo de natureza qualitativa, realizado no ambulatório de especialidades médicas do Hospital das Clínicas do Acre (HCAC), entre setembro de 2015 e janeiro de 2016. Foram realizados quatro grupos focais (usuário, trabalhadores de apoio, médicos e outros profissionais de saúde) e três entrevistas semiestruturadas (gerência do serviço e ouvidora). Com base na diretriz do acolhimento, na PNH e a na micropolítica, a análise temática do conteúdo das mensagens permitiu formar quatro categorias temáticas. Resultados:A Atenção Primária em Saúde(APS), o complexo regulador e o atendimento médico na APS,representam pontos sensíveis na Rede de Atenção em Saúde (RAS)que dificultam a resolubilidade, e contribuem para a grande demanda da assistência especializada interferindo no acolhimento e na humanização dos serviços. Na assistência especializada, o modeloburocrático de gestãoe os fatores relacionados à ambiência dificultam a implementação do acolhimento. A micropolítica pode interferir tanto positivamente quanto negativamente para a produção do cuidado humanizado no serviço especializado. A humanização e acolhimento para os usuáriosrefletem o respeito, a educação e o bom atendimento realizado pelo trabalhador; para os trabalhadores a humanização e acolhimento representam a escuta de suas necessidades, informação adequada ao usuário, vínculo e resolubilidade. O apoio institucional e a ouvidoria no HCAC representaram avanços na implementação da PNH e da diretriz do acolhimento. Considerações finais: A diretriz do acolhimento mostrou-secomo estratégia de humanização possível de ser implementadano serviço especializado apesar de todos os problemas e desafios relacionados ao ambulatório no HCACe à RAS. Neste sentido, a gestão deve considerar a introdução de dispositivos tecnológicos de acolhimento e espaços coletivos de escuta do trabalhador. / Introduction: The introduction and implementation of the user embracement directive in specialized assistance services represent challenges to the National Humanization Policy (PNH) of the Brazilian Health System (SUS) due to the complexity of management and structure, the diversity of social actors and the relationships established between workers-managers-users and the public health system.Objectives: To identify aspects related to work and to production of health care that interfere with the user embracement and humanization of specialized care; To interpret the relationship among the different professional practices involved in work and production of specialized care and the possibilities and challenges related to the implementation of PNH; To comprehend the perception of the workers and users about humanization in health and the user embracement as guideline of PNH.Methods: A qualitative study was held in the ambulatory medical care of the Hospital das Clínicas do Acre (HCAC), between September 2015 and January 2016. We conducted four focus groups (users; support workers; physicians and other health professionals) and three semi-structured interviews (manager and ombudsman). Based on the user embracement directive, the PNH and the micropolitics field, the thematic analysis of the content allowed distributing the messages in four thematic categories.Results: The Primary Health Care (APS), the regulatory service and the medical care in APS represent sensitive points of the health care system that hamper resolubility and contribute to the high demand of specialized care interfering in the user embracement and humanization of services. In specialized health care, the bureaucratic model of management and the factors related to the ambience make the user embracement difficult to implement. Micropolitics can interfere both positively and negatively to the production of humanized care in the specialized service. For the users, the humanization and the user embracement reflect the respect, the education and the good service promoted by the worker; for the workers, humanization and user embracement represent the attention of their needs, adequate information to the user, bond and resolubility. The institutional support and the ombudsman service in HCAC represented advances in the implementation of the PNH and the user embracement directive.Final considerations: In this study, the user embracement directive proved to be a viable strategy of humanization in the specialized health caredespite all the problems and challenges identified and related to the medical ambulatory of HCAC and the health care system. In this sense, management should consider the introduction of technological devices of user embracement and collective spaces for listening to the workers.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-27062017-110416
Date29 March 2017
CreatorsCruz, Jene Greyce Oliveira da
ContributorsMartins, Cleide Lavieri
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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