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Reprodutibilidade da avaliação da força muscular, da amplitude de movimento e da funcionalidade do quadril em sujeitos saudáveis

INTRODUÇÃO: A avaliação da articulação do quadril continua sendo considerada complexa e desafiadora. Avanços recentes nas técnicas cirúrgicas e de imagem têm contribuído para a identificação das estruturas que contribuem para a dor no quadril. Medidas válidas, confiáveis, reprodutíveis e repetíveis são necessárias para que se possa identificar mudanças que ocorreram na articulação do quadril ao longo do tempo, e para avaliar os desfechos do tratamento realizado. Tanto no ambiente clínico como no de pesquisa, um processo sistemático de avaliação é fundamental para constituir uma prática baseada em evidência. Entretanto, são poucos os estudos encontrados na literatura que avaliaram a reprodutibilidade da avaliação da força muscular, da amplitude de movimento (ADM) e da funcionalidade do quadril em sujeitos saudáveis, medidas fundamentais para que se possa avaliar os efeitos de intervenções clínicas no tratamento de pacientes com problemas na articulação do quadril e comparar com dados normativos. OBJETIVO: Avaliar a reprodutibilidade de um protocolo de avaliação da força muscular, ADM e funcionalidade de quadril em sujeitos saudáveis. MATERIAIS E MÉTODOS: 15 voluntários saudáveis (30 quadris), de ambos os sexos, entre 22 e 37 anos, foram submetidos ao teste e reteste, com um único avaliador, da força muscular, da amplitude de movimento e da funcionalidade do quadril. Quatro sessões de avaliação foram realizadas no Setor de Plasticidade Neuromuscular do Laboratório de Pesquisa do Exercício da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. As avaliações foram compostas por: (1) medidas antropométricas, (2) aplicação de questionários funcionais, (3) teste de agachamento unipodal, (4) avaliação fotogramétrica e goniométrica da ADM do quadril, (5) teste de força máxima com dinamômetro manual e dinamômetro isocinético, (6) avaliação da dor. RESULTADOS: a dinamometria manual apresentou excelente reprodutibilidade, com coeficiente de correlação intraclasse (CCI) > 0,9 (com intervalos de confiança (ICs) entre 0,85 e 0,99) e valores de erro padrão de medida relativo (EPM%) inferiores a 10%. Os testes dos rotadores externos em 0°, 10° e 20° de rotação interna; dos rotadores internos em 15° de rotação externa e dos abdutores do quadril da dinamometria isocinética e os da rotação externa ativa e passiva e da rotação interna bilateral passiva da fotogrametria da ADM do quadril também apresentaram reprodutibilidade considerada excelente, com CCIs > 0,75, e valores aceitáveis do EPM e EPM%. Porém, tanto na dinamometria isocinética quanto na avaliação da ADM, em muitas das situações testadas, os testes permaneceram com a reprodutibilidade entre razoável e boa (CCIs entre 0,48 a 0,75, no geral), com ICs muito amplos, principalmente para a avaliação da ADM. No dinamômetro isocinético, os testes dos rotadores externos foram mais reprodutíveis que o dos rotadores internos; e os testes em extremos articulares de ambos rotadores foram menos reprodutíveis. A classificação do Kappa do teste de agachamento unipodal foi satisfatória (k=0,59). Os testes menos reprodutíveis foram: a fotogrametria da abdução ativa do quadril (CCI=0,39), da abdução passiva do quadril (CCI=0,48) e a ADM ativa de flexores do quadril realizada com um goniômetro (CCI=0,51). CONCLUSÃO: Uma boa parte dos testes apresentou reprodutibilidade excelente e justifica a aplicação no ambiente clínico, quando realizados por um único avaliador. Entretanto, aprimoramentos nas técnicas utilizadas são necessários a fim de melhorar a reprodutibilidade e reduzir os erros de medida na avaliação do quadril. / INTRODUCTION: The assessment of the hip is still considered complex and challenging. Recent advances in surgical and imaging techniques have contributed to the identification of structures that contribute to hip pain. Measures that are valid, reliable, reproducible and repeatable are necessary to identify changes that have occurred at the hip joint over time, and to evaluate the treatment outcomes. Both at the clinical and research settings, a systematic evaluation process is crucial to provide an evidence-based practice. However, there are few studies in the literature that evaluated the reliability of muscle strength, range of motion (ROM) and hip function measurements in healthy subjects, fundamental steps to assess the effects of clinical interventions in the treatment of patients with problems in the hip joint and compare with normative values. PURPOSE: To evaluate the reliability of an assessment protocol of muscle strength, ROM and hip functionality in healthy subjects. MATERIALS AND METHODS: 15 healthy volunteers (30 hips), of both sexes, between 22 and 37 years of age, were submitted to the test and retest, with a single investigator, of muscle strength, ROM and hip functionality. Four test sessions were held at the Neuromuscular Plasticity Department of the Exercise Research Laboratory at the Federal University of Rio Grande do Sul. The hip assessment included: (1) anthropometric measurements, (2) patient-reported outcome measures, (3) single leg squat test, (4) photogrammetric and goniometric hip ROM examination, (5) maximum strength test with handheld and isokinetic dynamometers, (6) pain evaluation by intensity rating scale. RESULTS: the handheld dynamometer showed excellent reliability with intraclass correlation coefficient (ICC) > 0.9 (with confidence intervals (CIs) between 0.85 and 0.99) and relative standard error values (% SEM) of less than 10%. The external rotators tests at 0°, 10° and 20° of internal rotation; internal rotators at 15° of external rotation, and hip abductors on an isokinetic dynamometer, and active and passive external rotation and bilateral passive internal rotation taken by photogrammetric analysis of the hip also showed excellent reliability, with ICCs> 0.75, and acceptable SEM and SEM% values. However, in many tests performed on the isokinetic dynamometer and in ROM assessment, the reliability remained between fair and good (ICCs between 0.48 to 0.75 overall), with very large CIs, especially for the assessment of ROM. At the isokinetic dynamometer, testing of the external rotators was more reliable than the internal rotators; and the strength rotators tests at the extremes ROMs the reliability was lower. The kappa interpretation for the single leg squat test was satisfactory (k = 0.59). The worst reliability tests were photogrammetry of active hip abduction (ICC = 0.39), passive hip abduction (ICC = 0.48) and active ROM of the hip flexors performed with a goniometer (ICC = 0.51). CONCLUSION: A good part of the tests showed excellent reliability and justifies the application at the clinical setting, when performed by a single investigator. However, improvements are needed in some of the used techniques to improve the reliability and reduce measurement errors in the assessment of the hip.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/143309
Date January 2015
CreatorsMorales, Anete Beling
ContributorsVaz, Marco Aurelio
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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