Lima Barreto aborda o intelectual do seu tempo a partir do seu ideal de arte social, e dentro deste ideal de arte o intelectual é aquele que mantém articulação com o saber, e faz disto um benefício para a coletividade (OAKLEY, 2011). Portanto, este trabalho aborda as figurações da intelectualidade no Brasil utilizando a idealização de arte e intelectual de Lima Barreto em nossas análises sobre a figura do intelectual. Inevitavelmente ao tratar da temática do intelectual não poderíamos deixar de abordar a própria figura de Lima Barreto como intelectual em seu tempo. Assim sendo, busca-se compreender Lima Barreto como intelectual preterido por seus contemporâneos, bem como não engajado em lutas de classes sociais, distante de qualquer categoria de intelectual orgânico de Gramsci. Com isto infere-se que Lima Barreto não fazia parte da elite intelectual da Belle Époque, e nem era porta-voz do subúrbio. Ele foi um escritor e intelectual militante somente de uma causa: a arte como ferramenta para comunhão entre os homens. Escolhemos o gênero crônica por ela ser algo diário, escrita de observador e gênero onde Lima pode explorar a sua escrita irônica e sarcástica sobre diversos temas, em especial o intelectual (SÁ, 2005). Portanto, as crônicas de Lima Barreto podem nos oferecer uma melhor representação dessas figurações do intelectual, seja na política, imprensa ou literatura. Lima Barreto vai construir seu ideal de arte e intelectual dentro da sociedade Belle Époque, sociedade essa que abrigava um trabalho de elaboração da literatura em que a forma era mais importante do que o conteúdo e fomentava a política de modernização do país numa clara imitação dos modos e costumes europeus em nossa literatura. Ao contrário disto, Lima Barreto defendia que o importante, para o intelectual, era o trato com o conteúdo, ser contemporâneo, uma relação verdadeira com a inteligência e que sua escrita estivesse a serviço do bem comum. Evidente que a literatura idealizada por Lima Barreto era utópica, mas militante, e é por isso que ele, Lima Barreto, é um intelectual de resistência / Lima Barreto addresses the intellectual of his time from its social ideal of art, and art within this ideal of the intellectual is one who maintains liaison with knowledge, and makes it a benefit to the community (OAKLEY, 2011). Therefore, this paper addresses the figurations of the intelligentsia in Brazil, using Lima Barretos idealization of art and intellectual in our analysis of the figure of the intellectual. Inevitably, when addressing the issues relating to the intellectual, we could not fail to address the very figure of Lima Barreto as an intellectual in his time. Therefore, we seek to understand how Lima Barreto as an intellectual was underestimated by his contemporaries and did not engage himself in social class struggles, this way standing apart of Gramscis definition of organic intellectual. We argue that Lima Barreto was not part of the intellectual elite of the Belle Époque, nor was spokesman of Rio de Janeiros suburb. He was a writer and intellectual activist supporting only one cause: art as a tool for a brotherhood of men. We chose the genre crônica because it is a daily writing gender and, as a social observer, Lima Barreto explored with irony and sarcasm topics related to the intellectual (SA, 2005). Therefore, the chronicles of Lima Barreto can offer us a better representation of these figurations of the intellectual in politics, media or literature. Lima Barreto built his ideal of art and intellectual in the so called Belle Époque, when a work of literature was considered way more important for its language than content and political modernization of the country was a clear imitation of European manners and customs. Unlike this, Lima Barreto argued that what is important for the intellectual is dealing with the content, being contemporary, having a true relationship with his own intellect and directing his writing to serve the common good. Obvously, literature was idealized by Lima Barreto, a militant utopian, and that is why he, Lima Barreto, was an engaged intellectual
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:3469 |
Date | 27 March 2013 |
Creators | Francisco Humberlan Arruda de Oliveira |
Contributors | José Luís Jobim de Salles Fonseca, Júlio César França Pereira, André Luiz Dias Lima |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Letras, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0021 seconds