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A multiplicidade do sujeito de fronteira : as feridas abertas nas narrativas borderlands La frontera, de Gloria Anzaldúa, e Dois irmãos, de Milton Hatoum

A organização da sociedade atual acontece em decorrência dos encontros entre culturas, sejam por meio de tragédias naturais, guerras mundiais, diásporas, reconfiguração de fronteiras ou da hibridização cultural. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa é investigar a construção da multiplicidade do Ser de fronteira a partir da perspectiva da escritora chicana Gloria Anzaldúa e do amazonense Milton Hatoum nas narrativas Borderlands/La frontera: The New Mestiza (1987), e Dois Irmãos (2000), respectivamente. Partindo das questões identitárias, o caminho para a análise das narrativas transita pelo espaço ficcional na intenção de evidenciar os deslocamentos e os fluxos migratórios das personagens como articuladores para compreender as feridas abertas nos espaços de fronteira. No decorrer da investigação foi possível ressignificar a fronteira como locus da diferença cultural e fragmentação para contrapor a ideia de que os lugares fronteiriços são fixos ou funcionam com divisores de sistemas culturais. Para desenvolver o trabalho, utilizo os métodos comparatistas e de aporte teórico da corrente culturalista. Uso os conceitos-chave de Walter Mignolo sobre a colonialidade do saber e de Stuart Hall e Homi Bhabha sobre as identidades heterogêneas. Na corrente filosófica, Jacques Derrida, com a teoria desconstrucionista, e Gilles Deleuze e Félix Guattari, com o rizoma e a teoria dos agenciamentos. Esse aporte é o fio condutor do debate sobre a modernidade tardia e da diferença cultural, tendo em vista espaços elaboradores de sujeitos marginalizados, periféricos, excluídos e silenciados. Sendo assim, a negação da postura essencialista, a partir da leitura das obras, serve de estratégia analítica e de compreensão da ferida aberta como espaço da multiplicidade dos sujeitos em regiões de fronteira. / Nowadays society’s structure is built upon/on encounters between cultures, natural tragedies, world wars, diasporas, reconfiguration of borders and cultural hybridization. Thus, the aim of this research is to investigate the construction of the multiplicity of the Frontier Self as it is through the approach of the Chicano writer Gloria Anzaldúa and in the approach of the Amazonian writer Milton Hatoum in Borderlands/La frontera: The New Mestiza (1987) and Dois Irmãos (2000), respectively. Considering the identity issues, the analysis of the narratives transits/moves/focuses on through the fictional space to highlight the displacements and the migratory flows of the characters as articulators in order to understand the open wounds in border spaces. Therefore, during the research, it was possible to re-signify the frontier as a locus of cultural difference and fragmentation to counteract the idea that frontier places are fixed or function as divisors of cultural systems. To develop this work, I apply comparative and theoretical methods within the culturalist approach as well as the key concepts of Walter Mignolo on the coloniality of knowledge, and Stuart Hall and Homi Bhabha on heterogeneous identities. The denial of the essentialist position, based on the reading of the works, serves as an analytical strategy and understanding of the open wound as the space of the multiplicity in border regions.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/172392
Date January 2017
CreatorsSilva, Fidelainy Sousa
ContributorsNeumann, Gerson Roberto
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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