O presente trabalho procura estabelecer uma relação entre as manifestações culturais, do ponto de vista do teatro, e a geografia das cidades. Tem-se como hipótese que cada cidade possibilita expressões culturais distintas e que estas, por sua vez, impulsionam dialeticamente sua dinâmica e vida urbana. Considerando as cidades como lugares de expressão da modernidade e do modernismo, discute-se a expressão teatral no eixo Rio-São Paulo, entre 1940-1960. As capitais situadas nesse eixo desempenharam importante papel de pólos de desenvolvimento e modernidade, irradiadores de tendências modernistas para o restante do país. A princípio, o Rio de Janeiro exportava teatro para São Paulo, mas a situação modificou-se com o crescimento econômico da região Sudeste e da concentração industrial em São Paulo, que transformou a capital paulista no coração da vida econômica do país, possibilitando investimentos privados na área da cultura, incluindo a área teatral, até então pouco expressiva naquela cidade. Concomitantemente, a cidade do Rio de Janeiro, como Distrito Federal, perdia força econômica e cultural. Foi o desempenho dos grupos amadores cariocas e paulistas em modificar o panorama do teatro brasileiro que propiciou a renovação da linguagem cênica nacional. Entre 1940-1960, o teatro realizado nas duas cidades não chega a arrebatar a sociedade como um todo, tendo as melhores respostas com as platéias paulistas, embora o ponto de ebulição do teatro moderno tenha ocorrido no Rio de Janeiro, em 1943, com os amadores Os Comediantes. Na verdade, a institucionalização do teatro moderno só aconteceria com a profissionalização da atividade teatral, empreendida pelo mecenas Franco Zampari na estrutura empresarial utilizada na criação do Teatro Brasileiro de Comédia (1948), traduzindo assim o ideal modernista que os grupos amadores pretendiam expressar desde o final dos anos 30. De fato, durante os anos 1940-1960, o Rio de Janeiro, por ser a sede do Governo Federal, recebe maior apoio financeiro para a atividade teatral e se mantém como referência, apesar do sucesso alcançado pelo teatro paulista. Com a mudança da Capital Federal para Brasília (1960), a cidade sofre um esvaziamento econômico e, conseqüentemente, ocorre o enfraquecimento do teatro carioca, agravado pela instalação da censura, que colocou um obstáculo nos avanços até ali alcançados. Todavia, o Rio, ainda hoje, mantém forte tradição cultural. / This work was developed with the aim of determine the relation between de cultural manifestations, seen through the theater and the geography of the cities. It has as hypothesis that each city makes possible cultural and distinguished expressions and these, in turn, impel dialectically its dynamic and urban life. Forasmuch the cities as places of expression of the modernity and of the modernism, it is discussed the theatrical expression in the route Rio-São Paulo, between 1940-1960. The capitals located in this route played an important part of focus of interest of development and modernity, which emanate modernist inclinations for the others cities of the country. At first, Rio de Janeiro exported theater to São Paulo, but the situation has changed itself by the economic increase of the southeast region and the industrial concentration in São Paulo, that has turned the capital of São Paulo into the center of the economical life of the country, by making possible private investments in the culture area, including the theatrical area, up to now little expressive in the city. Concomitantly, the Rio de Janeiro city, as Distrito Federal lost the economic and cultural strength. It was the amateur groups performance from Rio and São Paulo by aiming to change the panorama of the national theater which provided the renewal of the national scenic language. Between 1940-1960, the theater performed in both cities cant surprise the society as a whole, having the better responses with the public from São Paulo, although the boiling-point of the modern theater has happened in Rio de Janeiro, in 1943, with the amateur group Os Comediantes. Truthfully, turn the modern theater institutional only would happen if the theatrical activity undertaken by the supporter Franco Zampari in the organizational structure used inserted in the construct of the Teatro Brasileiro de Comédia (1948), achieving like that the perfect modernist that the amateur groups have intended to express since the last in the 30s. In fact, through the years 1940-1960, Rio de Janeiro as the headquarters of the federal government receive greatest financial support for the theatrical activity and keep up itself as a cultural reference despite the reached success by the theater in São Paulo. Due to the relocation from de Federal Capital to Brasília in 1960, the city suffer an economic emptying, and consequently, occur the weaking of the theater in Rio de Janeiro, grown worse by the establishment of the censure, which restrain the advances up to there reached. However, Rio de Janeiro, still nowadays, keeps up a strong cultural tradition.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:695 |
Date | 31 March 2009 |
Creators | Hélia Frazão de Souza |
Contributors | Mônica Sampaio Machado, Miguel Angelo Campos Ribeiro, Cristina Lontra Nacif |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Geografia, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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