Amplamente relacionado à forma com que os indivíduos valorizam as temáticas humanas, sociais e econômicas, o bem-estar pode ser vislumbrado sob diferentes aspectos, no entanto, todos intimamente atrelados entre si. Uma das formas de se observar o bem-estar é através da dimensão econômica, cujo enfoque é direcionado aos elementos que proporcionam maior nível de comodidade econômica e satisfação individual ou coletiva. Tendo em vista a importância de indicadores para subsidiar a implementação e monitoramento de políticas públicas, assim como disponibilizar informações transparentes à população, a construção de um índice de bem-estar econômico que busque captar a realidade econômica e regional dos estados brasileiros se justifica. Considerando o exposto, o presente estudo teve por objetivo a construção de um Índice de Bem-Estar Econômico (IBEE) para as unidades da federação brasileira, considerando os anos de 2002 e 2008. Especificamente, buscou-se verificar os níveis de bem-estar econômico e de seus sub-componentes nos anos de 2002 e 2008, além de compará-los entre os estados brasileiros. Ademais, fez-se a proposta de analisar comparativamente os resultados do IBEE em relação aos valores apresentados pelo PIB per capita. Por fim, objetivou-se a estimação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) a partir da substituição da variável renda que o compõe pelos valores obtidos no cômputo do IBEE, de forma a avaliar possíveis diferenças entre o IDH calculado de maneira convencional e o IDH modificado (IDH-M). O índice proposto foi composto por quatro dimensões distintas: Fluxos de Consumo, Riqueza Real Legado Intergeracional, Equidade e Seguridade Econômica. Os principais resultados demonstraram que, independentemente da ponderação utilizada, Santa Catarina foi o estado brasileiro que apresentou o maior bem-estar econômico em relação aos demais. Por outro lado, Alagoas foi o estado com pior desempenho, ocupando a última posição do ranking em todas as análises. A comparação entre o PIB per capita e o IBEE mostrou que, com exceção do Distrito Federal, todos os estados apresentaram o índice de bem-estar superior ao PIB per capita. Além disso, observou-se que o Distrito Federal perde sua vantagem quando considerados outros aspectos relacionados ao bem-estar econômico. Ademais, verificou-se que não há um comportamento regular entre os dois indicadores, ou seja, não é possível afirmar que um estado com elevado PIB por indivíduo necessariamente apresentará altos níveis de bem-estar econômico e vice-versa. A análise do IDH e do IDH-M permitiu observar que todas as unidades da federação apresentaram estimativas do índice modificado inferior ao IDH, sugerindo uma possível superestimação ao ser utilizada a renda per capita para estimação do acesso a recursos econômicos. Desta forma, a partir da necessidade de construção de uma medida sintética de bem-estar econômico, o IBEE apresenta-se como um índice capaz de mensurar de maneira mais adequada os distintos aspectos associados a um padrão de vida decente. / A way to evaluate the well-being of a society is through economic dimensions, which focuses directly on the elements that provide higher level of economic comfort, and individual or collective satisfaction. Given the importance of indicators to support the implementation and monitoring of public policies, as well as to provide clear information to the population, the elaboration of an index of economic well-being that seeks to capture the economic and regional reality of the Brazilian states is justified. The objective of this study is to build an Index of Economic Well-Being (IEWB) for the Brazilian federation units, considering the years 2002 and 2008. Specifically, we determine the levels of economic well-being and their sub-components in the years 2002 and 2008. Furthermore, we analyze comparatively the results of the IEWB in relation to the values presented by Gross Domestic Product (GDP) per capita. Finally, we estimate the Human Development Index (HDI) by substituting its \"income\" variable by the values obtained for the IEWB in order to evaluate possible differences between the standard HDI and the modified HDI (HDI-M). The proposed index was composed of four distinct dimensions: \"Consumption Flows\", \"Real Wealth Intergenerational Legacy\", \"Equity\" and \"Economic Security\". The main results demonstrated that, independently of the weights attributed in the index, Santa Catarina was the Brazilian state that revealed the highest economic well-being in relation to the others. On the other hand, Alagoas was the worst state. The comparison between GDP per capita and IEWB showed that, except for the Federal District, all states presented index of well-being greater than GDP per capita. In addition, it was observed that the Federal District loses its advantages when considering other aspects related to economic well-being. Moreover, it was found that there is not a regular behavior between the two indicators, consequently, it is not possible to assure that a state with a high GDP per capita will necessarily exhibit high levels of economic well-being and vice versa. The analysis of the HDI and the HDI-M allowed to observe that all federation units presented estimates of the modified index lower than the HDI, suggesting a possible overestimation when income per capita is used to evaluate the access to economic resources. Therefore, considering the necessity to construct a synthetic measure to determine the economic well-being, the IEWB demonstrated to be capable to measure more adequately the distinguished aspects associated with a decent standard of living.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-20032012-085345 |
Date | 31 January 2012 |
Creators | Vidigal, Cláudia Bueno Rocha |
Contributors | Kassouf, Ana Lucia |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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