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O alvissareiro : a Natal antiga e a nova Natal nas crônicas cascudianas de 1940-1950

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Previous issue date: 2009 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esta dissertação pretende analisar as imagens produzidas por Luís da Câmara Cascudo
para a cidade do Natal nas décadas de 1940 -1950. Uma das questões principais é entender
como e porque o autor construiu duas imagens complementares e antagônicas para a capital
potiguar: a Natal antiga, que caracteriza a cidade provinciana e nostálgica do fim do século
XIX e início do século XX, e a nova Natal, que representa a cidade nos anos 1940 -1950,
época em que o espaço urbano passou por profundas transformações ocasionadas pelo
impulso modernizador. Para isso faz-se uso da análise textual das crônicas cascudianas
publicadas na imprensa natalense no período mencionado, assim como de outros escritos que
auxiliam a compreender tal assunto. A articulação entre uma história dos espaços urbanos e
uma história intelectual permite vislumbrar a formação de um autor que produziu sua
identidade de homem de letras em estreita relação com terra em que nasceu, viveu e morreu.
O percurso traçado ao longo da escrita busca afastar-se das verdades instituídas acerca da vida
e obra de Câmara Cascudo e lançá-lo na dispersão, na multiplicidade, na fragmentação que
caracterizaram sua trajetória intelectual e que possibilitam compreender seus posicionamentos
frente a questões centrais como o passado, o presente e a modernidade, as quais se
desdobraram em suas crônicas sobre a cidade. A investigação das crônicas cascudianas sobre
a cidade revela um intelectual apegado ao tempo passado, que constrói com o tecido da
saudade a Natal antiga, um espaço calmo e idílico que reflete o período de sua infância. Já a
nova Natal aparece em seus escritos como o lugar da instabilidade, da fragmentação, do
dilaceramento do sujeito. A cidade moderna é vista com pessimismo por um autor que se
mostra extremamente reacionário em relação a qualquer tipo de mudança e que enxerga o
passado como um refúgio contra as agruras do tempo presente. Câmara Cascudo situa-se entre
essas duas realidades conflitantes. Por fim a leitura de suas crônicas permite traçar o perfil de
um intelectual conservador, que tem suas origens vinculadas as decadentes elites rurais do
Norte do país, que produz sua memória sublinhando certos aspectos de sua vida e
obscurecendo outros, e que trata a historiografia de uma maneira tradicionalista

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7013
Date31 January 2009
CreatorsMagno dos Santos Souto, Carlos
ContributorsCortez Silva, Sílvia
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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