Introdução
Contexto: A identificação de agressores sexuais poderá ser um processo difícil ou impossível, nomeadamente quando não existe material biológico humano suficiente ou este constitui uma mistura proveniente de vários indivíduos que tiveram contacto com a vítima, ou por os suspeitos serem gémeos monozigóticos. Objetivo: Realização de uma revisão scoping da literatura sobre a possibilidade de identificar agressores sexuais através do estudo genético de microrganismos presentes nas vítimas e nos suspeitos, utilizando as diretrizes PRISMA-ScR.
Métodos
Critérios de elegibilidade: Casos de estudo genómico de microrganismos presentes em indivíduos envolvidos sexualmente tendo em vista a sua identificação. Fontes de evidência: Scopus, PubMed, Web of Science e Cochrane Library. Métodos gráficos: Fluxograma do processo de seleção das publicações e tabelas de síntese dos resultados.
Resultados
Obtiveram-se onze publicações de revistas sobretudo do quartil 1, entre os anos 1993 e 2021, sobre a identificação de indivíduos envolvidos sexualmente através do estudo genético de microrganismos. Oito destas publicações relacionaram-se com a identificação de microrganismos causadores de infeções sexualmente transmissíveis (IST): em sete das oito, houve semelhança genómica dos microrganismos existentes nas vítimas e nos agressores, referindo-se a condenação de agressores em cinco publicações; em uma das oito, houve exclusão de um suspeito por existirem estirpes diferentes de um mesmo microrganismo nesse suspeito e na vítima. As restantes três das onze publicações eram sobre o estudo do microbioma, tendo sido evidenciada a possibilidade de identificação de indivíduos envolvidos sexualmente, apesar de não haver relatos forenses.
Conclusões
O número de publicações incluídas foi escasso. Contudo, é possível dizer que o estudo genético de microrganismos presentes nas vítimas de crimes sexuais, especialmente quando relacionados com IST, já permitiu ajudar a identificar agressores sexuais em tribunal. / Introduction
Background: Identification of sex offenders may be difficult or impossible, namely when there is not enough human biological material or it is a mixture from several individuals who had contact with victims, or because suspects are monozygotic twins. Objective: To perform a scoping review following the PRISMA-ScR guidelines about the possibility of identifying sex offenders by genomic studies of microorganisms present in victims and suspects.
Methods
Eligibility criteria: Cases of genomic studies of microorganisms present in individuals who had sexual contact in order to identify them. Source of evidence: Scopus, PubMed, Web of Science and Cochrane Library. Charting methods: Flowchart of the selection process of studies and tables with synthesis of results.
Results
Eleven studies published in journals mostly in quartile 1, between years 1993 and 2021, were obtained. Eight publications were related to microorganisms involved in sexually transmitted infections (STI): in seven of eight, genomes of microorganisms detected in victims and offenders were similar, referring court condemnation in five publications; in one of eight, the suspect was excluded because he hadn't the same strain as the one in the victim. The remaining three publications were about studies of microbiome, providing evidence for the possibility of identifying individuals sexually involved, although there was not any forensic report.
Conclusions
The number of publications assessed in this review was scarce. However, it is possible to say that the genetic study of microorganisms present in victims of sexual crimes, specially those related to STI, already helped identifying sex offenders in court.
| Identifer | oai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/142148 |
| Date | 25 March 2022 |
| Creators | Maria Beatriz Flores Lima Bernardes |
| Contributors | Faculdade de Medicina |
| Source Sets | Universidade do Porto |
| Language | Portuguese |
| Detected Language | Portuguese |
| Type | Dissertação |
| Format | application/pdf |
| Rights | restrictedAccess, https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
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