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A violência conjugal contra mulheres das classes médias do município de São Paulo / The marital violence against women of middle classes in São Paulo´s city

Apesar de a violência conjugal contra as mulheres de classes médias ser um problema social comum na sociedade brasileira, a maioria das pesquisas existentes sobre este tema ou enfoca as mulheres vítimas de classes populares, ou é analisada sobre a perspectiva jurídica. Esta pesquisa visa mostrar que este tipo de violência também ocorre nas classes médias no município de São Paulo. Por meio da análise quantitativa das ocorrências arquivadas em 2000, 2003 e 2004 na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) deste município, é possível indicar que as mulheres destas classes sociais têm denunciado as diversas formas de violência sofrida (embora a maioria delas tenha afirmado não ter feito queixa do primeiro episódio de agressão sofrido). A realização de entrevistas nesta DDM com mulheres pertencentes às classes médiamédia e média-alta foram de vital importância na compreensão de alguns de seus valores sociais (como, por exemplo, tradicionais, modernos e patriarcais). Também foram investigados quais motivos influenciaram a postergação em denunciar os episódios de violência. Entre alguns dos motivos da postergação identificados pode-se citar: dependência emocional, medo, dependência econômica, entre outros. Como as duas fases da pesquisa (quantitativa e qualitativa) ocorreram em 2005, o trabalho se baseia na regulamentação então em vigor - a lei 9.099 de 1995 -, já que a aprovação da lei Maria da Penha ocorreu em agosto de 2006. Identificou-se um quadro de impunidade dos casos de violência conjugal, influenciado pelas leis (principalmente a lei 9.099), pela desmotivação e falta de treinamento das escrivãs e policiais das DDM´s. Este trabalho sugere que além das mudanças necessárias nas políticas públicas, o investimento nas áreas de moradia, trabalho e educação seriam de grande valia para propiciar maior independência a estas mulheres. / In spite of marital violence against women of middle classes is a common social problem in the Brasilian society; most of the research deals with women of low classes or it is analysed among its juridical perspective. This research aims to show that this kind of violence also occurs in middle classes in São Paulo´s city. Through the analysis of the charges pressed during the years 2000, 2003 and 2004 at the 2nd DDM; it is possible to indicate that the women of these classes have pressed charges of several types of violence that they suffered (though most of them do not agree to press charges at the first episode of aggression). At this DDM interviews were conducted among middle class women in order to understand the social values of their family (such as traditional, modern and patriarchal values) and the reasons that they did not press charges at the first incidence of violence. Also were investigated some reasons of the lateness to report these episodes of violence. Some of the reasons for this were: emotional dependence, fear, economical dependence etc. Even with the approval of the law Maria da Penha in August 2006, it is important to point out that this work still considers law 9.099 of 1995, because the investigation occurred prior to the new laws instatement. Then, we identified an unpunished situation of the resolution of marital violence, influenced by the existence of the law 9.099, by the lack of motivation, lack of training of the police officers of the DDM´s. This work suggests that beyond the changes of politics, it is important to invest in other areas such as housing, work, education to give women more independence.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-13112007-105647
Date13 June 2007
CreatorsSilva, Barbara Garcia Ribeiro Soares da
ContributorsHirano, Sedi
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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