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O uso de histórias no encontro clínico: uma experiência em oficina terapêutica com crianças psicóticas / The use of stories in clinical encounter: A Therapeutical Workshops experience with psychotic children

Este trabalho tem como objetivo estudar o uso de histórias no encontro clínico com crianças psicóticas. Entendemos que as histórias nos aproximam de experiências da natureza humana; na experiência de ouvir/ler uma história, é possível ao ouvinte/leitor reconhecer nela um sentido relativo à sua própria vida. Tal tema surgiu a partir da própria experiência clínica, numa Oficina Terapêutica de História. A Oficina Terapêutica era parte do dispositivo clínico GIRAMUNDO oficinas terapêuticas e inclusão, da Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic da PUC/SP. Para alcançarmos o objetivo proposto, estudamos as características das histórias, relacionando-as ao tema da experiência e articulando-as, posteriormente, com os conceitos winnicottianos de transicionalidade e criatividade. A partir da teoria de Winnicott sobre o desenvolvimento emocional primitivo pensamos em como a transmissão e a tradição das histórias podem ser articuladas às especificidades da clínica da psicose infantil. A pesquisa é qualitativa, de abordagem psicanalítica. Levando em conta que a pesquisa qualitativa busca aperfeiçoar as formas que tornam possível compreender o mundo da experiência, tal estudo foi realizado por uma leitura das situações e cenas vividas no encontro clínico em Oficinas Terapêuticas resgatadas de um registro textual, O livro da oficina de história. De forma geral, notamos que o registro do Livro da oficina de história marca dois momentos principais. No primeiro momento, o registro era uma narrativa do que acontecia na Oficina, quem estava, o que estava fazendo etc., e uma história se desenrolava a partir daí. Já no segundo momento as crianças tiveram um papel mais ativo na construção das narrativas, inventando histórias novas e experimentando o mundo do faz-de-conta. Parece que a experiência de vivenciar um eu-descrito possibilitou o surgimento de um eu-narrador: momento no qual as crianças eram, ao mesmo tempo, personagens e criadoras de personagens e, de alguma forma, começaram a brincar de fazer histórias. O brincar articula a rede de todas as funções e tarefas pelas quais passamos para o desenvolvimento do sentimento de si mesmo, e observamos que criar histórias é também uma forma de brincar criativo / This paper intends to study the use of stories in clinical encounter with psychotic children. We propose that stories bring us closer to human nature experience; in hearing/reading a story, the hearer/reader is able to recognize a meaning relative to his/her own life. Such a theme emerged through the experience of working in a Therapeutical Workshop of Stories. It was a part of a clinical device called GIRAMUNDO therapeutical workshops and inclusion, hosted by the Ana Maria Poppovics Psychological Clinic in PUC/SP. To attain the aforementioned objective, we studied the storys characteristics, correlating them to the theme of experience, and after associating them with the winnicottian concepts of transitionality and creativity. From Winnicotts theory regarding primitive emotional development, we considered how the tradition and transmission of stories could be related to specificities in child psychosis treatment. This is a qualitative research of psychoanalytical approach. Given the fact that a qualitative research aims to improve the modes of understanding the world of experience, this study was made through the reading of scenes and situations lived in clinical encounters in Therapeutical Workshops taken from a textual record, O livro da oficina de história (The book of the Workshop of Stories). In general, this record has two major time frames. In the first one, the record was a narrative of what took place in the workshop (who was there, what they were doing, etc.) and the story unraveled from there. In the second, the children had a more active role in the narratives construction, creating new stories and experiencing the make-believe world. It seems that experiencing a describedme allowed the appearance of an I-narrator: moment in which the children were, at the same time, characters and creators of characters and, in a way, started playing by making stories. Playing links the network of functions and tasks that we must live through for the development of the feeling of self, and we observed that making stories is also a form of creative playing

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-17072013-100932
Date19 April 2013
CreatorsJéssica de Sousa
ContributorsAudrey Setton Lopes de Souza, Alexandre Augusto Martins Maduenho, Tania Maria Jose Aiello Vaisberg
PublisherUniversidade de São Paulo, Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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