Uma questão fundamental em psicologia diz respeito à construção da ação clínica do psicólogo. Dentre tantos referenciais, qual o mais adequado? qual o mais verdadeiro?
Tais questões, de uma forma ou de outra, afetam todos os estudantes e, talvez, até mesmo muitos profissionais. Tal situação foi vivida, com toda a intensidade, com a
inserção progressiva dos psicólogos na saúde pública. A exigência de um novo contexto de atuação provocou perplexidade e desorientação nos primeiros profissionais que
passaram a atuar na área. Compreende-se que, em grande parte, tal situação se associa a uma formação baseada em modalidades teóricas - e conseqüentemente práticas -
técnicas da psicologia tradicional. Portanto, nosso objetivo foi propor nova modalidade de prática clínica psicológica na saúde pública. Para tanto, por meio de pesquisa
bibliográfica e reflexão teórica, construímos dois artigos que detalham nossa proposta. No primeiro, preparatório para o segundo, caracterizamos a construção do pensamento
técnico-racionalista e de suas consequências para o modo como as pessoas pensam e se percebem o que inclui o desenvolvimento das práticas clínicas vigentes. Tal reflexão
baseou-se na perspectiva heideggeriana. No segundo artigo, a partir da poética concebida por Bachelard e da proposta psicoterápica de Pompéia e Sapienza - que dão
lugar privilegiado à linguagem poética-, refletimos sobre uma postura, escuta, linguagem e construção que restauram a dimensão poético-existencial do homem. As conclusões do
primeiro artigo apontaram para hegemonia do pensamento técnico, entretanto, ao lado de uma crítica desse pensamento, acenamos caminhos para sua possível superação. Esses caminhos dizem respeito ao resgate de um modo de pensar - pensamento meditativo -,
que não só é desvalorizado como corre o risco de desaparecer através da construção da contemporaneidade. Já os resultados do segundo apontaram para a constituição da
prática clínica que propusemos a partir da poética: como postura do terapeuta diante do cliente na compreensão de sua fala e no exercício de sua possibilidade poética de ser, e
não como proposição de nova técnica psicoterápica. Nessa perspectiva, para dar conta das diferenças de cada cliente - o que inclui também seu aspecto sociocultural como
inúmeros outros que o constituem -, o terapeuta deve, no encontro terapêutico, estar aberto, sem determinação prévia de sua atuação que anteceda ao modo como o cliente
se mostra a ele. Um posicionamento, uma escuta e, sobretudo, um encorajamento poéticos, acreditamos, auxiliam e muito nesse processo / A fundamental question in psychology concerns the construction of clinical practice. Among many references, which is the best? which is the most true? Such questions, in one way or another, affect all students and perhaps many professionals. This situation was experienced, with all the intensity, with the gradual integration of psychologists in
public health. The requirement of a new context of practice caused confusion and disorientation in the first professionals who have come to work in the area. It is understood that, in large part, this situation is associated with a training procedure based on technical
theoretical - and therefore practices - of traditional psychology. Therefore, our objective was to propose new way to practice clinical psychology in public health. Through
bibliographical and theoretical reflection, we built two articles detailing our proposal. In the first, preparatory to the second, we characterize the construction of technical-rationalist thought and its consequences for the way people think and realize that includes the
development of effective clinical practices. This reflection was based on the Heideggerian
perspective. In the second article, from Bachelards poetical conception and Pompéia e Sapienzas psychotherapy proposal which privileges poetic language , we think about attitude, listening, language and construction to restore the poetic existential dimension of
man. The conclusions of the first article pointed to the hegemony of the technical thought, however, alongside a critique of this thinking, we propose possible ways to overcome them. These possibilities concern of a way of thinking - thinking meditation - which is not
only devalued and risked disappear through the construction of the contemporary. The results of the second pointed to the establishment of clinical practice we have proposed
from the poetic, rather than proposing new psychotherapeutic technique. From this perspective, to account for the differences of each client - which also includes its sociocultural aspect as countless others who are - the therapist must, in the therapeutic
encounter, be opened, without prior determination of its performance that predates customers behaviors. A position, a listener and, above all, a poetic encouragement, we
believe, would help this process
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:unicap.br:302 |
Date | 01 December 2009 |
Creators | Rafael Auler de Almeida Prado |
Contributors | Marcus Túlio Caldas, Carmem Lúcia Brito Tavares Barreto, Junot Cornélio Matos, Roberto Novaes de Sá |
Publisher | Universidade Católica de Pernambuco, Mestrado em Psicologia Clínica, UNICAP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNICAP, instname:Universidade Católica de Pernambuco, instacron:UNICAP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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