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Desenvolvimento de conceitos espontâneos e científicos por crianças de 6 e 7 anos

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Previous issue date: 2010 / Universidade Católica de Pernambuco / Este trabalho objetiva examinar o processo de construção de conceitos científicos
por crianças entre 6 e 7 anos, a partir de conceitos espontâneos por elas
empregados em situações cotidianas, dentro e fora da escola. O suporte teórico da
investigação é a teoria de Vygotsky (1987; 1988; 1998 e 2001), que discute a
formação de conceitos científicos e conceitos espontâneos como processos que se
relacionam e se influenciam continuamente, constituindo-se, assim, em um único
processo. Esse autor enfatiza, também, os primórdios da vida da criança imersos em
um sistema de significações sociais produzidas e acumuladas historicamente.
Outros autores que dialogam com as ideias vygotskyanas, a exemplo de Van der
Veer e Valsiner (2001), Luria (1987), Moll (2002), Piaget (1973) e Wallon (1971), são
também trazidos ao debate. Para atender ao caráter descritivo e exploratório da
pesquisa, optou-se pela abordagem qualitativa, por ser essa modalidade centrada
na compreensão do processo de aquisição sob a ótica dos sujeitos envolvidos, sem
declinar da interpretação própria do pesquisador. Foram planejadas duas situações
de coleta de dados: entrevistas individuais e intervenção pedagógica, ambas
registradas em vídeo. O locus da pesquisa foi uma instituição educacional da rede
municipal de ensino da cidade do Recife, com a participação de 18 crianças de 6 e 7
anos, de ambos os sexos. Na construção dos dados, foram priorizados episódios
interacionais, com destaque para os registros em que as crianças formulam
explicações ou levantam questionamentos sobre conceitos relacionados ao meio
ambiente, apresentando indícios de conflitos cognitivos ou de busca de resolução
desses conflitos, tomados como instigadores de processos de desdobramento e
reformulação de seus pensamentos, em busca de uma compreensão mais
apropriada sobre o meio ambiente. Os resultados apontam os conceitos construídos
como frutos das interações sociais, com destaque para as experiências cotidianas
construídas em processos diretos de observação e comparação, sob influência
materna e da mídia, sobretudo a televisiva. Destaca-se, ainda, a mistura de
impressões do mundo real com o mundo fantástico. Em síntese, os dados indicam
que crianças, nessa faixa etária, são capazes de produzir conhecimento quando
engajadas em atividades significativas. Seu pensamento é de natureza dinâmica,
constantemente sujeito a transformações e reelaborações coerentes, consistentes e
abrangentes. Isso ratifica a ideia de que a participação e a aprendizagem são
instigadas por situações de interação com o outro e com as ferramentas culturais. O
trabalho aponta para a importância da observação do cotidiano da criança, para
ajustar situações de ensino que mais apropriadamente se articulem à formação de
conceitos, bem como para a necessidade de pesquisas que ampliem esse campo de
estudo

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3731
Date31 January 2010
CreatorsMaria de Andrade da Silva Caraúbas, Lúcia
ContributorsIsabel Patricio de Carvalho Pedrosa, Maria
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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