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Abordagem semântico-pragmática da construção concessivo-comparativa anteposta simples “PARA X, Y” e construção concessivo-comparativa anteposta enfática “ATÉ QUE PARA X, Y”

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Previous issue date: 2016-06-20 / Enunciados como (1) “até que para um carro 1.0 ele anda bem na estrada” e (2) “PRA QUEM JÁ MORDEU UM CACHORRO POR COMIDA, ATÉ QUE EU CHEGUEI LONGE” têm nos chamado a atenção pelo fato de expressarem um tipo de concessividade (frustração de expectativas) ao passo que um elemento é colocado em evidência em comparação ao frame ao qual é vinculado. Ancorados nos pressupostos da Gramática das Construções (GOLDBERG, 1995, 2006; FILLMORE; LEE-GOLDMAN & RHOMIEUX, 2012), Teoria dos Espaços Mentais (FAUCONNIER, 1994, 1997; FAUCONNIER & TURNER, 2002) e igualmente norteados pelas abordagens sobre concessividade (KÖNIG & SIEMUND, 2000) e comparação linguística (HASEGAWA et al, 2010), buscamos legitimar esses tipos de ocorrências como instâncias do que chamamos de Construção Concessivo-comparativa Anteposta Enfática (CCCAE), em (1), esquematizada por “ATÉ QUE PARA X, Y”; e Construção Concessivo-comparativa Anteposta Simples (CCCAS), em (2), esquematizada por “PARA X, Y”. Nesses esquemas, “X” é marcado como um Sintagma Nominal preferencialmente Indefinido, que gera certas expectativas sobre frames; e “Y” contém um comentário avaliativo contrário às expectativas. Nesse sentido, contribuem para a pesquisa os estudos sobre Semântica de Frames (FILLMORE, 1982) e estudos complementares sobre Avaliatividade (MARTIN & WHITE, 2005). Seguindo uma metodologia empírica, constituímos um banco de dados, por meio de busca em três domínios da internet: “abril.com.br”, “blogspot.com.br” e “br.answers.yahoo.com”, com as seguintes expressões de busca: “(até que) para/pra alguém”; “(até que) para/pra quem”; “(até que) para/pra um”; “(até que) para/pra uma”. Ao final, obtivemos 19 ocorrências válidas em CCCAS e 385 ocorrências válidas em CCCAE. A partir das análises dos dados, podemos considerar alguns aspectos das construções. Foi verificado que, quando configuradas com correferencialidade (direta ou indireta) entre X e o elemento comentado em Y, essas construções atuam tipicamente para estabelecer uma relação concessivo-comparativa entre a expectativa gerada a partir de X e a quebra de expectativa feita no comentário em Y, sobre um elemento que atua como membro menos prototípico da categoria acionada pelo frame evocado em X. Quanto à CCCAE, os frames mais evocados nos comentários feitos em Y – Desirability, Success_or_failure e Aesthetics – são esquemas conceptuais ligados à avaliação, o que é um forte indício de que esta construção tenha caráter avaliativo. Como recurso avaliativo, a CCCAE é mais comumente usada para apreciar a qualidade de produtos e julgar comportamento humano em relação à capacidade. Tanto CCCAE como CCCAS parecem promover um processo de mesclagem conceptual, que relaciona escalas entre os espaços mentais e promove o surgimento de categoria ad hoc, em que a avaliação feita é relativizada a um grupo de expectativas; podendo variar entre o elogio e a crítica. Assim, essas construções, ao promoverem um tipo de crítica velada, mostram-se fortes recursos argumentativos e avaliativos da língua. / Utterances as (1) “até que para um carro 1.0 ele anda bem na estrada” and (2) “PRA QUEM JÁ MORDEU UM CACHORRO POR COMIDA, ATÉ QUE EU CHEGUEI LONGE” call our attention to the fact that they express a kind of concessivity (frustration of expectations) whilst an element is put in evidence as compared to the frame to which it is bound. Based on the assumptions of Construction Grammar (GOLDBERG, 1995, 2006; FILLMORE;-LEE GOLDMAN & RHOMIEUX, 2012), Mental Space theory (FAUCONNIER, 1994, 1997; FAUCONNIER & TURNER, 2002), and also approaches to concessivity (KÖNIG & SIEMUND, 2000) and linguistic comparison (HASEGAWA et al, 2010), we aim to legitimize these kinds of occurrences as instances of Emphatic Prefixed Concessive-comparative Construction (henceforth CCCAE), in (1), schematized by “ATÉ QUE PARA X, Y”; and Simple Prefixed Concessive-comparative Construction (henceforth CCCAS), in (2), schematized by “PARA X, Y”. In these schemes, “X” is marked as a Noun Phrase preferably Indefinite, which creates certain expectations of frames; and “Y” contains an evaluative comment contrary to expectations. In this sense, studies on Frame Semantics (FILLMORE, 1982) and further studies on Appraisal (MARTIN & WHITE, 2005) contribute to the research. Following an empirical methodology, we set up a database by searching in three areas of the Internet: “abril.com.br”, “blogspot.com.br” and “br.answers.yahoo.com” with the following search expressions: “(até que) para/pra alguém”; “(até que) para/pra quem”; “(até que) para/pra um”; “(até que) para/pra uma”. At the end, we obtained 19 valid occurrences of CCCAS and 385 valid occurrences of CCCAE. From the data analysis, we can consider some aspects of the constructions. When there is coreferenciality (directly or indirectly) between X and the element mentioned in Y, these constructions typically act to establish a concessivecomparative relationship between the expectation generated from X and the break of expectations in the comment in Y, which is about an element that acts as a less prototypical member of the category driven by the evoked frame in X. As for CCCAE, the three most mentioned frames in Y – Desirability, Success_or_failure and Aesthetics – are conceptual schemes linked to the evaluation, which is a strong indication that this construction has an evaluative character. As an evaluative resource, CCCAE is most commonly used to assess the quality of products and judge human behavior in relation to capacity. Both CCCAE and CCCAS seem to promote a conceptual blending process, which relates scales between mental spaces and promotes the emergence of ad hoc category, in which the evaluation is relativized to a group of expectations; ranging between praise and criticism. As these constructions promote a kind of veiled criticism, they act as powerful argumentative and evaluative linguistic resources.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/2283
Date20 June 2016
CreatorsPires, Gabriela da Silva
ContributorsRocha, Luiz Fernando Matos, Oliveira, Mariangela Rios de, Pinheiro, Diogo Oliveira Ramires, Vieira, Amitza Torres, Salomão, Maria Margarida Martins
PublisherUniversidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística, UFJF, Brasil, Faculdade de Letras
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFJF, instname:Universidade Federal de Juiz de Fora, instacron:UFJF
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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