O aumento ósseo de rebordos mandibulares posteriores atróficos continua sendo um grande desafio para os cirurgiões orais. Sabe-se que o osso alógeno pode ser utilizado para realização de enxertos aposicionais nessa região, com bons resultados clínicos e histomorfométricos, porém não há estudos sobre a manutenção óssea volumétrica desses enxertos em longo prazo. O objetivo deste estudo foi avaliar tomograficamente, por meio de medidas lineares e volumétricas, a dinâmica de manutenção do osso alógeno córtico-medular fresco congelado em bloco na cirurgia de aumento ósseo de rebordos mandibulares posteriores atróficos em humanos. Os pacientes do estudo foram submetidos à realização de enxertos aposicionais de osso alógeno fresco congelado em bloco na região posterior mandíbula. Os blocos foram modelados manualmente, fixados aos leitos receptores com parafusos de titânio de 1,5 x 10,0 mm e recobertos com osso mineral bovino e membrana absorvível de colágeno suíno. Para avaliação do ganho ósseo em altura, espessura e volume, cada paciente foi submetido a exames de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) em 03 períodos experimentais: imediatamente após a cirurgia de enxerto (T1); 06 meses após a enxertia, no momento de instalação dos implantes (T2) e 01 ano após a carga funcional protética (T3). Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise estatística por meio do teste de Kruskal-Wallis seguido do post test de Tukey. Para comparação entre dois grupos, foram empregados os testes t de Student e Mann-Whitney. Foram operados 20 pacientes, 15 mulheres e 05 homens, com idade entre 37 e 64 anos (51,8 ± 7,5 anos), para os quais um total de 50 blocos ósseos foi utilizado. Dos 50 blocos, 8% foram utilizados para aumento ósseo em altura, 50% para espessura e 42% para altura e espessura. O ganho ósseo em altura foi de T1 = 5,15 ± 1,04 mm, T2 = 3,91± 0,94 mm e T3 = 2,92 ± 0,71 mm; em espessura, foi de T1 = 6,42 ± 1,20 mm, T2 = 4,64 ± 1,32 mm e T3 = 4,02 ± 0,71 mm. O ganho ósseo em volume foi de T1 = 1176,62 ± 358,08 mm³, T2 = 785,78 ± 201,16 mm³ e T3 = 689,72 ± 187,45 mm³. Foi observada diferença estátistica entre os três tempos experimentais tanto para altura quanto para espessura. Porém, volumetricamente, não foi possível observar diferença entre T2 e T3. No total, foram instalados 50 implantes (01 implante/bloco), para os quais foi obtida uma taxa de sobrevivência de 96% após 31,75 ± 6,99 meses de acompanhamento pós-operatório. Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que o osso alógeno fresco congelado em bloco constitui uma alternativa viável para cirurgia de aumento de rebordo mandibulares posteriores atróficos, apresentando uma manutenção volumétrica aceitável em longo prazo e permitindo a instalação de implantes com alta taxa de sucesso. / Atrophic posterior mandible bone augmentation remains a major challenge for oral surgeons. It is known that allogenic bone can be used for appositional grafts in this region, with good clinical and histomorphometric results, howerer there are no long term studies on the volumetric bone maintenance of these grafts. The objective of this study was to evaluate tomographically, through linear and volumetric measurements, the dynamic maintenance of corticocancellous fresh frozen allograft bone blocks for atrophic posterior mandible augmentation in humans. The patients of the study were submitted to fresh frozen allograft bone block appositional grafting surgery in the posterior mandible. The blocks were manually shaped, fixed to the recipient bed with 1.5 x 10.0 mm titanium screws and covered with bovine bone mineral and porcine collagen absorbable membrane. For assessment of bone gain in height, thickness and volume, each patient underwent cone beam computed tomography (CBCT) at 03 experimental periods: immediately after grafting surgery (T1); 06 months after grafting, at the implant placement (T2) and 01 year after prosthetic functional loading (T3). Data were tabulated and submitted to statistical analysis using the Kruskal-Wallis test followed by Tukey post test. For comparison between two groups, Student t test and Mann-Whitney were employed. Twenty patients were operated, 15 women and 05 men, aged between 37 and 64 years (5.8 ± 7.5 years), for which a total of 50 bone blocks was used. Of the 50 blocks, 8% were used for bone augmentation in height, 50% in thickness and 42% for both height and thickness. The bone gain in height was 5.15 ± 1.04 T1 = mm, T2 = 3.91 ± 0.94 mm and T3 = 2.92 ± 0.71 mm; while in thickness was T1 = 6.42 mm ± 1.20, 4.64 ± T2 = T3 = 1.32 mm and 4.02 ± 0.71 mm. The bone gain in volume was T1 = 1176.62 ± 358.08 mm³, T2 = 785.78 ± 201.16 mm³ and T3 = 689.72 ± 187.45 mm³. Statistical difference was observed between the three experimental times for both height and thickness. However, volumetrically, no difference was observed between T2 and T3. Fifty implants were installed (01 implant/block), with a survival rate of 96% after 31.75 ± 6.99 months of postoperative follow-up. Based on these results, it can be concluded that the fresh-frozen allograft bone block is a viable alternative for atrophic posterior mandible augmentation, presenting an acceptable long-term volumetric bone maintenance and allowing dental implant installation with high success rates.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-18022016-144831 |
Date | 19 January 2016 |
Creators | Silva, Erick Ricardo |
Contributors | Xavier, Samuel Porfirio |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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