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O grande movimento é a volta: viagem e espaço em “O Recado do Morro”

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Previous issue date: 2016-02-29 / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Dans ce mémoire on développe une proposition d’interprétation du récit “O recado do morro”, nouvelle de João Guimarães Rosa (1908-1967), publiée dans le second volume de Corpo de baile (1956), avec l’intention de répondre à la face mythique et empirique du message du Morro da Graça à travers une lecture de l’espace et du thème du voyage dans le récit. Dans la nouvelle “O recado do morro” nous avons l’opposition de deux ordres de réalité (plan réel et plan mythique) qui se déroulent dialectiquement dans la composition d’un espace mythique, à savoir, celui-ci est caractérisé comme un environnement qui fait partie de l’espace physique (réel), en présentant également des “références mythiques”. Pour composer cet espace, l’écrivain brésilien utilise les récits des voyageurs du XIXe siècle, surtout ceux qui voyagent le sertão de Minas Gerais, comme Spix (1781-1826) et Martius (1794-1868), ainsi que la référence au travail paléontologique et spéléologie de Peter Lund (1801-1880), un pionnier dans les études de l’espace de l’arrière-pays. Ces “influences” ou corrélations sont évidentes dans le récit à travers l’utilisation des classifications et descriptions scientifiques enregistrées par les naturalistes. Bien que Guimarães Rosa s’utilise de cette précision documentaire pour créer une “impression de la réalité”, le factuel est transfiguré par l’imagination poétique à fin de singulariser l’intérieur dans les moules de la sensibilité du personnage Pedro Orósio. Dans ce jeu, “O recado do morro” est situé dans une dimension “symbolique”, où se multiplient les préoccupations présentes dans l’univers de l’arrière-pays de Guimarães Rosa. Le rôle du lecteur n’est pas celui d’un seul récepteur, mais d’um récepteur productif, qui, au contact de l’oeuvre littéraire, assigne leurs propres significations et effectue mécanismes particuliers d’interprétation. Ainsi, la recherche proposée pour ce travail suit une division en trois chapitres, Dans le premier chapitre, nous avons une approche théorique et méthodologique, en exposant la théorie de la récepcion de Hans Robert Jauss (1921-1997), les théories sur le mythe de Mircea Eliade (1907-1986), et, pour déterminer comment Guimarães Rosa fusionne les plans du réel et du mythique dans la composition d’un espace particulier, le sertão-monde, et re(crée) le langage de l’arrière-pays, les écrits de Antonio Candido (1918). Dans le deuxième chapitre du travail on examine la réception critique de “O recado do morro” pour identifier les principales orientations théoriques et méthodologiques de la critique, et vérifier les différents horizons d’interprétation en ce qui concerne le récit, qui, sous différentes approches, la lecture, les interprétations mythopoétique géographiques et allégoriques de l’espace et les discussions d’aspects culturels renouvellent des études sur le travail de Guimarães Rosa, en provoquant de nouvelles questions et différents horizons de lecture. Dans le troisième chapitre, nous développons une interprétation du récit “O recado do morro” mettant l’accent sur l’espace et le thème du voyage, soutenue par les théories présentées dans le chapitre d’ouverture pour permettre de nouveaux chemins d’interprétation et pour répondre à certaines questions ou à des dilemmes herméneutiques sur la nouvelle, ainsi que sur son épilogue mythopoétique qui fournit au lecteur des plusieurs possibilités d’interprétation. / Na dissertação em tela desenvolve-se uma proposta interpretativa para a narrativa “O recado do morro”, novela de João Guimarães Rosa (1908-1967), publicada no segundo volume de Corpo de baile (1956), com o intento de abordar a face mítica e empírica do recado proveniente do Morro da Garça por meio de uma leitura do espaço e do tema da viagem na narrativa. Na novela “O recado do morro”, temos a contraposição de duas ordens da realidade (plano real e plano mítico) que, dialeticamente, se desdobram na composição de um espaço mítico, ou seja, este se caracteriza como um ambiente que faz parte do espaço físico (real), mas também apresenta “referências míticas”. Para compor esse espaço, o escritor mineiro se utiliza de relatos de viajantes do século XIX, em especial daqueles que percorreram o sertão de Minas Gerais, como Spix (1781-1826) e Martius (1794-1868), além de referência aos trabalhos paleontológicos e espeleológicos de Peter Lund (1801-1880), pioneiro nos referidos estudos no espaço sertanejo. Essas “influências” ou correlações transparecem na narrativa mediante o uso de nomenclaturas e descrições científicas registradas pelos naturalistas. Conquanto Guimarães Rosa se valha dessa precisão documental para criar uma “impressão de realidade”, o factual é transfigurado pela imaginação poética para singularizar o sertão aos moldes da sensibilidade do personagem sertanejo, o enxadeiro Pedro Orósio. Nesse contexto, “O recado do morro” se situa em uma dimensão “simbólica”, onde se multiplicam as inquietações presentes no universo do sertão rosiano. Diante desse jogo, o papel do leitor não é o de um simples receptor, mas o de um receptor produtivo, que, ao entrar em contato com a obra literária, atribui a ela os seus próprios significados e executa mecanismos de interpretações particulares. Dessa forma, a investigação proposta por este trabalho obedece a uma divisão em três capítulos, sendo que, no primeiro capítulo, temos uma abordagem de caráter teórico-metodológico, com a exposição da teoria estético-recepcional de Hans Robert Jauß (1921-1997), das teorizações a respeito do mito de Mircea Eliade (1907-1986), e para averiguar o modo como Guimarães Rosa mescla os planos real e mítico na composição de um espaço particular, o sertão-mundo, e re(cria) a linguagem sertaneja, os escritos de Antonio Candido (1918). No segundo capítulo desta trabalho, será feito um exame da recepção crítica de “O recado do morro”, com o intuito de identificar as principais orientações teórico-metodológicas da crítica, verificando os diferentes horizontes de interpretação em relação à narrativa, que, sob diferentes enfoques, a leitura mitopoética, as interpretações geográfica e alegórica do espaço e discussões de aspectos culturais, acabam por renovar os estudos sobre a obra de Guimarães Rosa, ao provocarem novas perguntas e proporcionarem diferentes horizontes de leitura. No terceiro capítulo, desenvolvemos uma interpretação da narrativa “O recado do morro”, focalizando o espaço e o tema da viagem, tendo como suporte as teorias apresentadas no capítulo inicial para possibilitar novos caminhos interpretativos e responder alguns questionamentos ou impasses hermenêuticos sobre a novela em foco como acerca do seu final mitopoético que oferece ao leitor diversas possibilidades de interpretação.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpa.br:2011/8137
Date29 February 2016
CreatorsROCHA, Wellington Diogo Leite
ContributorsHOLANDA, Sílvio Augusto de Oliveira
PublisherUniversidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Letras, UFPA, Brasil, Instituto de Letras e Comunicação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPA, instname:Universidade Federal do Pará, instacron:UFPA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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