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Por uma política cultural que dialogue com a cidade: o caso do encontro entre o MASP e o graffiti (2008-2011)

Em 2008 o Museu de Arte de São Paulo (MASP) recusou uma exposição da dupla de grafiteiros OsGemeos. Em 2011, organizou sua segunda mostra de graffiti em três anos. No mesmo ano, a Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo criou na capital o Museu Aberto de Arte Urbana (MAAU). Em 2008, a Prefeitura de São Paulo apagara um mural de grandes proporções dos mesmos OsGemeos. Pretende-se compreender por que, no final da primeira década do século XXI, a política cultural formulada pelo MASP escolheu o graffiti como uma manifestação urbana a ser ali exibida, traçando-se um paralelo com opção similar feita pela Secretaria da Cultura em relação ao graffiti no espaço público. Está nessas ações uma tentativa de estabelecer novos modos de relacionamento com a cidade e, de algum modo, participar de sua reconfiguração? A ação permitiria estabelecer-se algum paralelo com as origens do museu concebido por Lina Bo Bardi, que nas suas primeiras décadas de criação travava forte diálogo crítico com a cidade? Considera-se a intensificação do diálogo entre os equipamentos culturais e o espaço público -- e com as manifestações artísticas e culturais no espaço público -- como potente para religar os laços entre os cidadãos e os equipamentos culturais da cidade, ao mesmo tempo em que se considera que uma maior intensificação no relacionamento entre pessoas, arte e cultura, equipamentos culturais e cidade contribui para uma ampliação dos usos da cidade e do relacionamento de seus moradores com o simbólico, entendendo-se que pelo diálogo passam obrigatoriamente as ideias de dissenso (RANCIÈRE, 2012), negociação e conflito (CANCLINI, 2004). / In 2008 the São Paulo Museum of Art -- MASP (\"Museu de Arte de São Paulo\") rejected an exhibition by the graffiti artists OsGemeos. In 2011 it organized its second exhibit of graffiti in three years. In the same year the Culture Department of the Government of the State of São Paulo created the Open Museum of Urban Art -- MAAU (\"Museu Aberto de Arte Urbana\") in the City of São Paulo. In 2008 the Municipality of São Paulo had erased a very large mural by the same OsGemeos. The purpose of this work is the examine why, at the end of the first decade of the 21st century, the cultural policy established by MASP chose graffiti as one of the urban exhibits to be displayed there, compared with a similar choice made by the Department of Culture in relation to graffiti in urban spaces. Are those actions an attempt to establish new relationships with the city and somehow to participate in its reconfiguration? Would such actions establish a parallel with the origins of the museum as conceived by Lina Bo Bardi which, in the first decades of the museum\'s existence used to engage in a powerful critical dialogue with the city? The development of the dialogue between cultural facilities and public spaces -- and with the exhibits of art and culture in public spaces -- is strong enough to restore the bonds between citizens and the cultural facilities of the city. A greater intensification of the relationship among persons, art and culture, cultural facilities and the city contributes to expand the uses of the city and the relationship of its inhabitants with symbolic representations. The dialogue is necessarily crossed by the ideas of dissension (RANCIÈRE, 2012), negotiation and conflict (CANCLINI, 2004).

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-10022014-095731
Date09 October 2013
CreatorsVerano, Paulo Nascimento
ContributorsOliveira, Lucia Maciel Barbosa de
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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