O uso correto de produtos químicos com ação antimicrobiana na terapêutica de feridas tem sido uma das preocupações dos profissionais da saúde. A temática em questão representa uma séria problemática agravada, principalmente, pela diversidade de opções, o que traz a insegurança sobre qual é a mais indicada, bem como, pelo uso indiscriminado o que pode resultar na seleção de cepas resistentes. Diante do exposto, foi estabelecido como objetivos: avaliar in vitro a atividade antimicrobiana do ácido acético e do vinagre por meio da Técnica de Difusão de Poço sobre as cepas de Pseudomonas aeruginosa, E. coli e Staphylococcus aureus; determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM); e revelar a citotoxicidade dos referidos produtos sobre Artemia salina Leach. Para análise estatística foi usado o teste de variância ANOVA ONEWAY seguida do teste de comparações múltiplas; com nível de significância  = 5%. Assim sendo, pelo método de difusão de poço o vinagre branco, tinto (30,0 e 25,0%) e o ácido acético a 1,0 são mais eficazes que o ácido acético a 0,7%, vinagre branco e tinto a 10,0% (p<0.05) sobre as cepas de Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli. Vale considerar que os produtos analisados não apresentaram ação antimicrobiana sobre Staphylococcus aureus. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) do ácido acético nas cepas avaliadas foi a 0,25%, e do vinagre branco a 2,0% para Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli sendo que para Staphylococcus aureus a 3,0%. As cepas de P. aeruginosa e E. coli foram todas inibidas pelo vinagre tinto a 1,5%, e sobre as de Staphylococcus aureus a 3,0%. Ainda, com relação a CIM dos produtos químicos testados, não se verificou diferença entre cepas de Staphylococcus aureus hospitalar e comunidade. O ácido acético foi citotóxica em todas as concentrações estudadas. Já, o vinagre branco e tinto em 0,25% e 0,125% não apresentaram citotoxicidade. Ainda que, não tenha sido a preocupação nesse momento de buscar correlação entre os dados desse estudo com o uso in vivo é importante atentar que tais produtos têm sido amplamente utilizados como agente antimicrobiano no tratamento de feridas, e muitas vezes em concentrações elevadas que podem causar danos aos tecidos dificultando, assim, o processo de cicatrização. A nosso ver é premente despertar nos profissionais da saúde a consciência crítica-reflexiva em relação à utilização das evidências científicas de maneira que possam analisar e aplicar com critério os resultados das pesquisas em prol da qualidade da assistência à saúde. / One of the concerns of health professionals has been the correct use of chemical products with antimicrobial action on wound therapeutics. This issue represents a serious problem, which is made even worse due to the facts that there is a diversity of options of products, which builds insecurity in regards to which product is more appropriate, and there is an uncontrolled use that may result in the selection of resistant species. In this sense, we set the following goals for this study: perform an in vitro assessment of the antimicrobial activity of acetic acid and vinegar using the Technique of Diffusion of Well on strains of Pseudomonas aeruginosa, E. coli, and Staphylococcus aureus; determine the Minimal Inhibitory Concentration (MIC); and reveal the cytoxicity of the referred products over Artemia salina Leach. ANOVA ONEWAY test was used for statistic analysis, followed by the multiple comparison test; with a significance level  = 5%. By the well diffusion technique, the white vinegar, red vinegar (30 and 25%), and the acetic acid at 1.0 % are more effective than the acetic acid at 0.7%, white and red vinegar at 10% (p<0,05) over the strains of Pseudomonas aeruginosa and Escherichia coli. The analyzed products did not present antimicrobial actions over Staphylococcus aureus. The Minimal Inhibitory Concentration for the acetic acid on the species was 0.25%. For white vinegar on Pseudomonas aeruginosa and Escherichia coli was 2.0%, and 3.0% on Staphylococcus aureus. All P. aeruginosa and E. coli were inhibited by red vinegar at 1.5%, and at 3.0% for Staphylococcus aureus. In regard to the MIC of the tested chemical products, no difference was found between the hospital and community Staphylococcus aureus. Acetic acid was cytotoxic in all studied concentrations, while white and red vinegar in 0.25% and 0.125% did not show any cytoxicity. Although this study was not concerned with finding a relation among the studys data with the in vivo use, it is important to observe that such products have been largely used as antimicrobial agents for wound treatment, at concentrations often so high that human tissue might suffer damage; thus hindering the healing process. It is, therefore, essential to stimulate health professionals a critical-reflexive consciousness regarding the use of scientific evidence in a way to analyze and apply the research outcomes in favor of a quality health care.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-21052004-114541 |
Date | 29 September 2003 |
Creators | Utyama, Iwa Keiko Aida |
Contributors | Andrade, Denise de |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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