Por sua praticidade e facilidade na aplicação e avaliação, o Desenho da Figura Humana (DFH) sempre foi muito utilizado por psicólogos de todo país. Em 1968, Koppitz propôs uma escala para avaliação do DFH, conciliando o seu uso como técnica projetiva na investigação da personalidade e como teste de maturidade/inteligência. A falta de dados normativos atualizados para as crianças brasileiras criou uma demanda por pesquisas e estudos de precisão e validade para os testes, inclusive o DFH. Assim, esta pesquisa tem como objetivo estabelecer normas para o DFH segundo os indicadores emocionais (IEs) de Koppitz para as crianças de São Paulo; estabelecer a precisão pelo reteste e a precisão entre juízes; verificar a frequência de cada item em cada faixa etária para saber quantos e quais itens podem ser considerados indicadores emocionais para as crianças da cidade de São Paulo; e verificar se existem diferenças entre as idades, sexo e tipo de escola em relação aos resultados do teste. Fizeram parte desta amostra 1568 crianças entre cinco e 11 anos, sendo 778 do sexo feminino e 790 do sexo masculino, sorteadas de modo a ser representativa de escolares da cidade de São Paulo. Foram realizadas análises de variância para as variáveis idade, sexo e tipo de escola e constatou-se que a quantidade de IEs nos desenhos apresentou variação em função da idade da criança, não havendo interação com o sexo ou tipo de escola. Para o estudo da precisão pelo Reteste foram selecionadas 68 crianças de duas faixas etárias: seis e nove anos. A correlação entre o teste e o reteste mostrou um aumento das médias dos IEs, indicando uma pior qualidade do desenho no reteste. A segunda maneira de verificar a precisão do teste foi pela comparação da avaliação entre juízes. Foram enviados 416 xvi protocolos para avaliação por uma psicóloga clínica experiente. A precisão entre avaliadores, para todos os itens foi significante e alta (maior que 0,782) e do reteste foi menor mais significante (0,581). A análise das frequências percentuais dos IEs por idade e por sexo, estabeleceu quais os IEs válidos por faixa etária, por sexo e pela pontuação total. Na tentativa de estabelecer normas para os IEs, foram avaliadas as frequências totais dos IEs na amostra total e depois na amostra corrigida, de onde foram retirados da pontuação total, os IEs não validados para determinada faixa etária. Os resultados indicaram que 77,3% da amostra tinha um total de pontos de zero ou 1, os demais 22,7% totalizaram entre 2 e 7 pontos, confirmando assim, o que foi postulado por Koppitz: que a presença de dois ou mais IEs no DFH é altamente sugestivo de problemas emocionais e relacionamentos interpessoais insatisfatórios. Os resultados desta pesquisa confirmam a validade dos IEs para avaliação emocional da criança, porém ressalta a necessidade de se estabelecer critérios mais claros para pontuação ou não do indicador / The Human Figure Drawing (HFD) has always been used by psychologists across the country for its practicality, ease of administration and evaluation. In 1968, Koppitz proposed a scale to assess the HFD, combining its use as a projective technique in personality assessment and as a test of maturity / intelligence. The lack of updated normative data for Brazilian children created a demand for standards, reliability and validity studies of tests, including the HFD. Therefore, this research aims to establish standards for the HFD according to the Koppitz emotional indicators (EIs) for children from São Paulo; to establish the reliability by retest and between judges; to verify the frequency of each item in each age group in order to identify how many and which items can be considered emotional indicators for children in São Paulo city; and to determinate significant differences between age, sex and type of school in relation to the test results. The sample comprised 1568 children aging between 5 and 11 years old, 778 girls and 790 boys randomly selected in order to be representative of student population of São Paulo city. Variance Analysis were performed for age, sex and type of school demonstrating that the amount of EIs in the drawings varied in function of the child\'s age, but not for sex or type of school. In order to study reliability by Retest, 68 children from two age groups, six and nine years old were selected Scores differences between test and retest showed an increase in average of EIs, indicating a worse drawing quality in the retest. The second method to check for test reliability was by comparing the evaluation between two judges. An experienced clinical psychologist evaluated 416 protocols. The correlation between judges of total score was significant and high (0.782) and by retest was lower (0,581) and significant. The analysis of the xviii percentage frequencies of each EI by age and sex, established which EIs are valid for this variables and total score. In an attempt to establish standards for EIs, it was evaluated the total frequencies of the EIs in the total sample and then in the corrected sample, from which were removed from the total score the EIs not validated for a certain age group. As a result, 77.3% of the sample had a total score equal to zero or 1, the remaining 22.7% scored between 2 and 7 points, thus confirming what has been postulated by Koppitz: the presence of two or more EIs in HFD is highly suggestive of emotional problems and poor interpersonal relationships. The results confirm the validity of EIs for emotional evaluation of children, but emphasize the need to establish stronger criteria for scoring or not the indicator
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-30092015-113843 |
Date | 12 June 2015 |
Creators | Kobayashi, Cristiani |
Contributors | Alves, Irai Cristina Boccato |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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