Com o desenvolvimento do mercado nacional de cruzeiros marítimos, a partir dos anos 2000, o número de cruzeiristas passou a crescer ano a ano até o final da primeira década. Entretanto, esse mercado tem declinado nos últimos anos, tendo a infraestrutura de cruzeiros como um dos fatores que justificam essa queda. Em contrapartida, neste mesmo período, o Brasil se destacou pelos investimentos na área de infraestrutura, dentre elas a estrutura dos portos brasileiros. A falta de estudos sobre o tema dos cruzeiros marítimos e a baixa expectativa sobre o desenvolvimento do setor, criaram um cenário de incertezas e controvérsias sobre o desenvolvimento de sua infraestrutura para os próximos anos. Neste contexto, o estudo visou analisar quais as perspectivas de desenvolvimento da infraestrutura de cruzeiros marítimos no Brasil, baseando-se na investigação suas características, na participação dos stakeholders-chave indicadores de poder, influência e interesse e na discussão de estratégias para o seu desenvolvimento. Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativo de natureza descritiva e exploratória, baseando-se na revisão de literatura e na investigação documental. Utilizou-se a entrevista semiestruturada e a amostragem snowball como técnica de coleta de dados. A análise e tratamento dos dados tiveram como princípios a triangulação de dados e a análise de stakeholders. Identificaram-se como stakeholders-chave no processo de desenvolvimento da infraestrutura de cruzeiros brasileira: as armadoras (companhias) de cruzeiros, os investidores privados, a Secretaria de Portos, o Ministério do Turismo e as associações CLIA-Abremar e Brasilcruise. A burocracia e a legislação brasileira apresentam-se como elementos que impedem o desenvolvimento da infraestrutura de cruzeiros, devido à grande variedade de stakeholders envolvidos, em diferentes esferas e competências de atuação, tornando o setor uma estrutura organizacional complexa, lenta e burocrática, revertida em elevados custos operacionais e em grandes barreiras na retomada do crescimento do setor. O segmento de cruzeiros, por sua vez, exige que todas as ações sejam feitas em conjunto e de maneira articulada com os interesses dos stakeholders envolvidos. Apesar disso, apresentam-se expectativas positivas diante da chegada de novos navios ao mercado brasileiro, a partir de 2020, enquanto o seu atual declínio encontra-se principalmente baseado na baixa competitividade do país em relação aos novos destinos emergentes, como Austrália, Nova Zelândia, Cuba e China. Por fim, concluiu-se que a atividade tem nas parceiras parcerias público-privadas um caminho promissor, necessitando de ações integradas entre armadoras, investidores privados, associações e o poder público para o seu pleno desenvolvimento / With the development of the market of sea cruises, mainly from the 2000s, the number of cruise passengers began to grow until the end of the first decade. However, this market has declined in the recent years and the cruise infrastructure is a factor that justify this fall. In contrast, during the same period, Brazil was highlighted by investments in infrastructure, such as the structure of Brazilian ports. The lack of studies on cruises and the low expectations about the industry development created a scenario of uncertainty and controversy about the development of cruise infrastructure in the coming years. In this context, the study aims to analyze what are the perspectives of cruise infrastructure development in Brazil, based on the research of its characteristics, key-stakeholders participation power, influence and interest indicators and discussion of strategies for its development. This qualitative research is also descriptive and exploratory, based on the literature review and documentary research, using semi-structured interviews and snowball sampling as data collection technique. The analysis and processing of the data had the principles of triangulation data and stakeholders analysis. In the process of cruise infrastructure development have been identified as key-stakeholders: cruise lines, private investors, Ports Secretariat, Tourism Ministry and associations CLIA-Abremar and Brasilcruise. The bureaucracy and the Brazilian legislation are presented as elements that prevent the development of cruise infrastructure due to the wide range of stakeholders involved, in different areas and kills, making the industry a complex, slow and bureaucratic organizational structure, converted in high operating costs and high barriers in reactivating the sector\'s growth. Cruise industry, in turn, requires that all actions are made together and meshing with the interests of the stakeholders involved. On the other hand, there are positive expectations about the arrival of new ships to the Brazilian market from 2020, while its current decline is based on the low competitiveness of the country in relation to new emerging destinations such as Australia, New Zealand, Cuba and China. In addition, cruise infrastructure has public-private partnerships as a promising path, requiring actions between cruise lines, private investors and local government
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-14102016-161636 |
Date | 12 September 2016 |
Creators | Wallace Bezerra Farias |
Contributors | Luiz Gonzaga Godoi Trigo, Debora Cordeiro Braga, Antonio Carlos Sarti, Elizabeth Kyoko Wada |
Publisher | Universidade de São Paulo, Turismo, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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