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Velocidade de crescimento durante os primeiros três meses de vida de crianças geradas em ambientes intrauterinos adversos

Introdução: Estudos vêm demonstrando que o ambiente intrauterino influencia no crescimento fetal e extrauterino, repercutindo no perfil de saúde em longo prazo. Objetivo: Comparar a velocidade de crescimento durante os primeiros três meses de vida de crianças geradas em ambientes intrauterinos considerados adversos. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo controlado desenvolvido com pares de mãe-filho residentes em Porto Alegre/RS. Cinco grupos de exposição foram estudados (diabetes, hipertensão arterial, tabaco e restrição do crescimento intrauterino) e um controle. O crescimento foi avaliado em cinco momentos (pós-parto, sete dias, quinze dias, um mês e três meses) utilizando os índices peso para idade (P/I), comprimento para idade (E/I) e Índice de Massa Corpórea para idade (IMC/I). A análise de regressão Equações de Estimativas Generalizadas foi utilizada para avaliar a relação entre o ambiente intrauterino e o crescimento. A velocidade de crescimento foi avaliada com um e três meses, utilizando a diferença entre as medidas de escore z (delta). Identificou-se a influência de fatores sociodemográficos, maternos e neonatais no peso ao nascer e na velocidade de crescimento. Resultados: Os fatores que influenciaram no peso ao nascer foram: paridade, IMC pré-gestacional, ganho de peso durante a gestação, tipo de parto e sexo. Ao utilizar o escore z de P/I, verificou-se que os grupos tabaco e restrito apresentaram médias significativamente menores do que o controle. De zero a um mês, a velocidade de ganho de peso entre os restritos foi significativamente maior do que os demais. De zero a três meses, só não foi significativamente maior do que o grupo hipertensão arterial. A velocidade de ganho de comprimento de zero a um e de zero a três meses foi significativamente maior no grupo restrito ao comparar com o controle. Ao utilizar o escore z de IMC/I, os grupos tabaco e restrito apresentaram médias significativamente menores do que o grupo controle. A velocidade de ganho de IMC de zero a um mês do grupo restrito só não foi significativamente maior do que o grupo hipertensão arterial. De zero a três meses, foi significativamente maior do que todos os demais. Os fatores que influenciaram na velocidade de crescimento foram: situação conjugal, IMC pré-gestacional, ganho de peso durante a gestação e internação hospitalar da criança. Conclusão: O presente estudo identificou que a velocidade de crescimento nos três primeiros meses de vida é influenciada por ambientes intrauterinos adversos e diferentes fatores gestacionais e neonatais estão envolvidos neste contexto. O grupo restrito foi o que apresentou os escores médios mais baixos e a maior recuperação. O grupo hipertensão arterial, que possuiu escores médios negativos, apresentou velocidade de ganho de peso positiva durante os primeiros três meses, sinalizando recuperação. Já o grupo tabaco, que apresentou escores médios negativos, não possuiu recuperação significativa. Os achados deste estudo poderão auxiliar na elaboração de estratégias de prevenção do crescimento acelerado em crianças expostas a fatores considerados de risco. Intervenções realizadas na infância inicial poderão refletir no perfil de saúde e na carga de doenças durante o curso da vida destas crianças. / Introduction: Studies has demonstrated that the intrauterine environment influences on fetal and extrauterine growth, reflecting the long-term health profile. Objective: To compare the growth velocity during the first three months of life among children born in intrauterine environments considered adverse. Methods: It is a prospective controlled longitudinal study developed with mother-infant pairs living in Porto Alegre/RS. Four exposure groups were studied (diabetes, hypertension, smoking and intrauterine growth restricted) and a control. Growth was evaluated in five moments (postpartum, seven days, fifteen days, one month and three months) using the weight for age (W/A), height for age (H/A) and Body Mass Index for age (BMI/A). Regression analysis with generalized estimating equations were used to evaluate the relationship between the intrauterine environment and growth. The growth velocity was performed with one and three months using the difference between the z-score measures (delta). Were identified the influence of sociodemographic factors on maternal and neonatal birth weight and growth velocity. Results: Factors that influence the birth weight were: parity, pre-pregnancy BMI, weight gain during pregnancy, type of delivery and sex. By using the z score for W/A, it was found that tobacco and intrauterine growth restricted groups had significantly lower average than the control. From zero to one month, the weight gain velocity between intrauterine growth restricted was significantly higher than the others. From zero to three months, weight gain velocity of the intrauterine growth restricted group was significantly higher than the other groups, except hypertension. The length gain velocity from zero to one and three months was significantly higher in the intrauterine growth restricted vs. control. By using the BMI/A z score, tobacco and intrauterine growth restricted groups had significantly lower average than the control group. From zero to one month, only BMI gain speed intrauterine growth restricted group was not significantly higher than the hypertension group. From zero to three months, was significantly higher than the others. The factors that influenced the growth velocity were: marital status, pre-pregnancy BMI, weight gain during pregnancy and the child's hospitalization. Conclusion: The present study identified that the growth velocity in the first three months of life is influenced by adverse intrauterine environment and different gestational and neonatal factors are involved in this context. The intrauterine growth restricted group was the one with the lowest average scores and higher recovery. The hypertension group, which owned negative average scores showed positive weight gain velocity during the first three months, signaling recovery. Otherwise, the tobacco group, which showed negative average scores, did not possess significant recovery. The findings of this study will assist in developing prevention strategies in the accelerated growth in children exposed to the risk factors. Interventions in early childhood may reflect the health profile and burden of disease during the course of life of these children.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/139768
Date January 2015
CreatorsRocha, Priscyla Bones
ContributorsGoldani, Marcelo Zubaran, Bosa, Vera Lúcia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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