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Morcegos (Chiroptera: Phyllostomidae) no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais – Brasil: composição da assembléia e frugivoria

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Previous issue date: 2013-02-26 / FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais / A ordem Chiroptera encontra sua maior diversidade nos trópicos, e no Brasil o número
de espécies chega a 174, sendo que 60% do território permanece sem o registro de nenhuma
espécie de morcego. Na Mata Atlântica, cujos remanescentes florestais ocupam somente cerca
de 7% da área original, muitas áreas florestais se restringem a locais montanhosos, onde
existem poucos estudos relacionados à ordem Chiroptera. O Parque Estadual do Ibitipoca
(PEI) está inserido nos domínios da Serra da Mantiqueira, em área de Mata Atlântica, na Zona
da Mata do estado de Minas Gerais (21º42’ S e 43º54’ W). Abrange os municípios de Lima
Duarte ao sul e sudeste, Santa Rita de Ibitipoca ao norte e Bias Fortes a leste, o parque possui
área de 1.488 hectares com altitudes variando entre 1.200 a 1.784 metros. Neste sentido, os
objetivos deste estudo foram verificar a riqueza e diversidade de morcegos Phyllostomidae
bem como estudar os hábitos alimentares dos morcegos frugívoros no PEI. O estudo foi
conduzido em duas formações de Floresta Ombrófila Densa, sendo estas a Mata de Grota e a
Mata Grande. Foi realizada uma comparação entre as áreas com relação à riqueza, diversidade
e consumo de frutos. Os morcegos foram capturados com 8 a 10 redes de neblina durante 14
meses (abril de 2011 a maio de 2012) e quatro noites por mês totalizando 62.171,25 m2h de
esforço de captura. No campo, os morcegos foram triados e mantidos por uma hora em sacos
de pano de algodão para a obtenção de sementes contidas nas fezes. Após a triagem os
morcegos foram soltos no local de captura e as sementes contidas nas fezes foram levadas
para o laboratório para triagem e identificação. No total, foram obtidas 400 capturas, sendo
98% (12 espécies) pertencentes à família Phyllostomidae. As espécies mais abundantes foram
Sturnira lilium (59,9%), Platyrrhinus lineatus (11,3%), Artibeus lituratus (8,7%) e Carollia
perspicillata (7,6%). As duas áreas amostradas apresentaram diferenças relacionadas à
riqueza, diversidade e composição de espécies de morcegos, sendo esta diferença influenciada
predominantemente por S. lilium. É provável que as diferenças observadas na assembléia de
morcegos entre as duas áreas amostradas sejam resultado de variações na composição
florística. O registro de A. lituratus e P. lineatus somente em poucos meses do ano e próximo
a Ficus mexiae em frutificação, sugere que estas espécies de morcegos se desloquem para o
PEI durante poucos períodos do ano em busca de recurso alimentar. Os resultados obtidos no
PEI, assim como dados presentes na literatura, sugerem que locais montanhosos da Mata
Atlântica na Região Sudeste abriguem uma composição de espécies de morcegos diferenciada
de locais mais baixos.
Com relação a dieta, foram obtidas 126 amostras fecais com sementes, distribuídas em
14 espécies de plantas. Dentre estas, as mais consumidas foram Solanum swartzianum
(31,1%), Ficus mexiae (23,5%), Solanum pseudoquina (9,2%) e Dyssochroma viridiflorum
(8,4%). Não houve diferença na riqueza de sementes entre a Mata de Grota e a Mata Grande,
porém, houve elevada diferença entre as diversidades de sementes para essas áreas. Na Mata
de Grota, o consumo de F. mexiae foi mais pronunciado, por outro lado, para a Mata Grande,
S. swartzianum representou expressivo consumo em relação à outra área. Sturnira lilium
apresentou 71,8% de Solanaceae em sua dieta. Esta família também predominou na dieta de
C. perspicillata (53,8%). Ficus mexiae constituiu a espécie de planta consumida por mais
espécies de morcegos, sendo item exclusivo na dieta de A. lituratus, A. fimbriatus e
Platyrrhinus recifinus, e predominante na dieta de P. lineatus. A família Solanaceae foi a que
ocorreu com maior frequência ao longo dos meses. O consumo de F. mexiae em grande
quantidade durante poucos meses do ano sugere que algumas espécies se deslocam para o
parque durante esses períodos.
Tendo em vista o importante papel ecológico dos morcegos Phyllostomidae, a carência
de estudos sobre a fauna de morcegos em áreas de altitudes elevadas dificulta o conhecimento
sobre a estrutura da comunidade desse grupo nestes locais. Assim, somente o incremento de
estudos sobre a fauna de morcegos em locais de maiores altitudes pode gerar informações que
direcionem áreas prioritárias para a preservação da ordem Chiroptera. / The order Chiroptera has its higher diversity in tropics, with 174 species in Brazil,
being 60% without any registered bat species. In Atlantic Rainforest whose remnants occupy
about 7% of the original area, several Forest areas are restricted to mountainous places, were
there is a lack of studies related to this order. The Parque Estadual do Ibitipoca (PEI) is
located at Serra da Mantiqueira, em área de Mata Atlântica, of Zona da Mata in Minas Gerais
State (21º42’ S e 43º54’ W). It comprises the municipalities of Lima Duarte in South and
Southeast, Santa Rita de Ibitipoca in North and Bias Fortes in East, its area has 1488 hectares
with altitude varying between 1200 to 1784 meters. This Study aimed to verify the richness
and diversity of bats from the Phyllostomidae family, so as to study the feeding habits of
frugivorous bats in PEI. The study was conduced in two areas of Ombrophilous Dense Forest
named Mata de Grota and Mata Grande. Richness diversity and fruit consumption of both
areas were compared. Bats were captured with 8 to 10 mist nets during 14 months (April 2011
to May 2012) four nights a month, totaling 62.171,25 m2h of capture effort. In field, the bats
were screened and kept by one hour in cotton bags for obtaining the seeds contained in faeces.
After this, bats were released in capture places and the seeds contained in faeces were
screened and identified in laboratory. It was realized 400 captures, being 98% (12 species)
from the Phyllostomidae family. The more abundant species were Sturnira lilium (59.9%),
Platyrrhinus lineatus (11.3%), Artibeus lituratus (8.7%) and Carollia perspicillata (7.6%).
Both sampled areas showed difference in richness, diversity and species composition of bats,
being this difference predominantly influenced by S. lilium. The difference observed in bats
assemblage between the two sampled areas is probably due to a variation in floristic
composition. The presence of A. lituratus and P. lineatus only in a few months and next to
fruiting Ficus mexiae, suggests that these bat species dislocate to PEI for food resource. These
results suggest that the bats species composition from mountainous areas of Atlantic
Rainforest in Southeast is different from that found in lower sites.
With regarding to diet, it was obtained 126 fecal samples with seeds from 14 plant
species. Among these, the most consumed were Solanum swartzianum (31.1%), Ficus mexiae
(23.5%), Solanum pseudoquina (9.2%) and Dyssochroma viridiflorum (8.4%). There was no
difference in seeds richness of both areas Mata de Grota and Mata Grande, although it was
observed difference in seeds diversity in these areas. In Mata de Grota, the consumption of F.
mexiae was more pronounced, on the other hand, in Mata Grande, S. swartzianum presented
more expressive consumption in relation to the other area. Sturnira lilium presented 71.8% of
Solanaceae in its diet. This family also predominated in the diet of C. perspicillata (53.8%).
Ficus mexiae was the plant species consumed by a larger number of bat species, being an
exclusive item in the diet of A. lituratus, A. fimbriatus and Platyrrhinus recifinus, and
predominated in the diet of P. lineatus. The family Solanaceae was the more frequent over the
months. The consumption of F. mexiae in large amounts in a few months along the year
suggests that some species dislocate to the park during these periods.
With a view to the ecological importance of Phyllostomidae bats, the lack of studies
about bat fauna in high altitude areas makes difficult the knowledge of community structure
in these areas. Thus, additional studies on bat fauna from high altitude areas can provide
information in order to prioritize areas for the conservation of individuals from Chiroptera
order.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/1196
Date26 February 2013
CreatorsMello, Rodrigo de Macêdo
ContributorsNobre, Pedro Henrique, Manhães, Marco Antônio, Mello, Marco Aurélio Ribeiro de, Sousa, Bernadete Maria de
PublisherUniversidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-graduação em Ecologia, UFJF, Brasil, ICB – Instituto de Ciências Biológicas
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFJF, instname:Universidade Federal de Juiz de Fora, instacron:UFJF
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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