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Aspectos clínicos e epidemiológicos de pacientes portadores de cardiopatia chagásica crônica com cardiodesfibrilador implantável / Epidemiological and clinical features of patients with chronic Chagas disease with implantable cardioverter

PEREIRA, Francisca Tatiana Moreira Pereira. Aspectos clínicos e epidemiológicos de pacientes portadores de cardiopatia chagásica crônica com cardiodesfibrilador implantável. 2013. 78 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina, Fortaleza, 2013. / Submitted by denise santos (denise.santos@ufc.br) on 2013-06-11T11:33:58Z
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Previous issue date: 2013 / Chagas disease is one of the major social-medical problems of Brazil. Sudden death is one of the clinical phenomena characteristic of the Chagas disease since their initial descriptions. More than 50% of mortality in patients with Chagas disease are attributable to sudden cardiac death. The Implantable Cardioverter-defibrillator (ICD) has become the main therapeutic strategy for prevention of sudden death. However, the efficacy and safety of treating Chagas patients with CDI was assessed in a few observational studies. The aim of this paper was to evaluate the clinical, epidemiological and outcome of patients with chronic Chagas heart disease and implantable cardioverter-defibrillator in the state of Ceará. This was retrospective, descriptive and analytical study. The population consisted of chagasic patients with ICD for primary or secondary prevention of sudden death, enrolled at a sole university hospital. For comparative analysis, we included patients with ischemic cardiomyopathy and ICD for primary or secondary prevention of sudden death. The outcomes analyzed were: appropriate therapy (shock therapy and appropriate antitachycardia), appropriate shock, mortality and event-free survival (appropriate shock, appropriate therapy or death). Results: 146 patients were evaluated, 63 (42.5%) chagasic patients with median follow-up time of 27 months (Q1 = 9.0 and Q3 = 47) and 83 (57.5%) with a median of ischemic follow-up time of 35 months (Q1 = Q3 = 22 and 59). The annual mortality rate, the incidence of sudden death, the incidence of arrhythmic storm and the incidence of inappropriate shock were similar in both groups. The ischemic patients were on average 10 years older than the Chagas patients (p <0.001). Observed appropriate therapy triggered by CDI in 27 (42.9%) chagasic patients and 14 (16.9%) ischemic (p = 0.001). Appropriate shock was observed in 23 (36.5%) chagasic patients and 14 (16.9%) ischemic. Chagas heart disease increased by 2.07 times (95% CI: 1.02 to 4.17) the risk of the patient receiving appropriate therapy. The functional class (I to IV), ejection fraction (normal or mild dysfunction to severe) and type of prevention were not predictors of shock or appropriate therapy in patients with Chagas heart disease. There was no significant difference in survival time between patients with Chagas disease and the ischemic ones. The event-free survival (shock, appropriate therapy and death) was similar in both groups (Chagas disease and ischemic). There was no sudden death during follow-up of patients with Chagas disease. The low educational level (HR = 4.6 95% CI 1.6 to 13.3) and the ejection fraction of the left ventricle less than 30% (HR = 6.3 95% CI 1.2 to 31.7) were associated significantly with the outcome of death. Conclusions: The higher frequency of appropriate shock therapy in chronic Chagas disease is consistent with the presence of an arrhythmogenic substrate. Despite this higher frequency, there was no sudden death following, which suggests the effectiveness of ICD in patients with Chagas disease. The lack of difference in the rate of appropriate therapy or appropriate shock among chagasic patients with and without ventricular dysfunction suggests that LVEF should not be used as a preponderant and decisive criterion of the defibrillator indication in these patients. / A doença de Chagas é um dos principais problemas médico-sociais do Brasil. A morte súbita é um dos fenômenos clínicos característicos da doença de Chagas desde suas descrições iniciais. Mais de 50% da mortalidade nos pacientes com doença de Chagas são atribuíveis à morte súbita cardíaca. O cardiodesfibrilador implantável (CDI) tornou-se a principal estratégia terapêutica para prevenção de morte súbita. Contudo, a eficácia e a segurança de se tratar o paciente chagásico com o CDI foi avaliada em poucos estudos observacionais. O objetivo do presente trabalho foi avaliar as características clínicas, epidemiológicas e a evolução de pacientes com cardiopatia chagásica crônica e desfibrilador cardíaco implantável no Estado do Ceará. Delineamento, população e métodos: estudo retrospectivo, descritivo e analítico. A população consistiu de pacientes chagásicos com CDI por profilaxia primária ou secundária de morte súbita, atendidos em único hospital universitário de referência. Para análise comparativa, foram incluídos pacientes com cardiopatia isquêmica e CDI por profilaxia primária ou secundária de morte súbita. Os desfechos analisados foram: terapia apropriada (choque apropriado e terapia antitaquicardia), choque apropriada, mortalidade geral e sobrevida livre de eventos (choque apropriado, terapia apropriada ou óbito). Resultados: foram avaliados 146 pacientes, sendo 63 (42,5%) chagásicos com a mediana do tempo de seguimento de 27 meses (Q1=9,0 e Q3=47) e 83 (57,5%) isquêmicos com a mediana do tempo de seguimento de 35 meses (Q1=22 e Q3=59). A taxa de mortalidade anual, a incidência de morte súbita, a incidência de tempestade arrítmica e a incidência de choque inapropriados foram semelhantes nos dois grupos. Os pacientes isquêmicos eram em média 10 anos mais velhos que os chagásicos (p<0,001). Observou-se terapia apropriada deflagrada pelo CDI em 27 (42,9%) pacientes chagásicos e 14 (16,9%) isquêmicos (p=0,001). Choque apropriado foi observado em 23 (36,5%) pacientes chagásicos e 14 (16,9%) isquêmicos. A cardiopatia chagásica aumentou em 2,07 vezes (IC 95%: 1,02-4,17) o risco de o paciente receber terapia apropriada. A classe funcional (I a IV), a fração de ejeção (normal ou disfunção leve à severa) e o tipo de prevenção não foram preditores de choque ou terapia apropriada nos pacientes com cardiopatia chagásica. Não houve diferença significativa no tempo de sobrevida entre os pacientes chagásicos e os isquêmicos. A sobrevida livre de eventos (choque, terapia apropriada e óbito) foi similar nos dois grupos (chagásicos e isquêmicos). Não houve nenhuma morte súbita durante o seguimento dos pacientes chagásicos. A baixa escolaridade (HR=4,6 IC 95%;1,6-13,3) e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 30% (HR=6,3 IC 95%: 1,2-31,7) estiveram associadas de forma significante com o desfecho de óbito. Conclusões: a maior frequência de pacientes chagásicos com registro de terapia apropriada e choque apropriado é consistente com a presença de um substrato arritmogênico mais grave nessa patologia. Apesar dessa maior frequência, não houve nenhuma morte súbita no seguimento, o que sugere a efetividade do CDI nos pacientes chagásicos. A ausência de diferença na taxa de terapia apropriada ou choque apropriado entre os chagásicos com e sem disfunção ventricular sugere que a FEVE não deveria ser usada como critério preponderante e decisivo de indicação do cardiodesfibrilador nesses pacientes.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/5024
Date January 2013
CreatorsPereira, Francisca Tatiana Moreira
ContributorsPires Neto , Roberto da Justa
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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