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Influências teóricas e políticas nas práticas educativas da rede ecovida de agroecologia

A Rede Ecovida de Agroecologia se define como parte do “movimento agroecológico” brasileiro e latino-americano. Foi constituída oficialmente em 1998, como tentativa de se contrapor a alguns aspectos da instrução normativa da agricultura orgânica, mas sua origem remonta à ação prática da Igreja Católica através da Teologia da Libertação, a partir dos anos 70; da aproximação com o marxismo – em grande parte através da referida teologia – e do surgimento de um movimento ambientalista que se desenvolveu no âmbito de algumas universidades brasileiras. Diante do avanço da modernização da agricultura brasileira, as ONGs que mais tarde contribuíram com a constituição da Rede Ecovida, colocavam-se, em sua maioria, como assessoria aos movimentos sociais do campo no que se refere ao desenvolvimento de tecnologias que se apresentavam como alternativas ao processo hegemônico, além de contribuir com a organização política dos agricultores através da “educação popular”. As mudanças ocorridas no cenário econômico e político, destacadamente a mundialização do capital e a queda do socialismo, promoveu também profundas mudanças nas concepções e na prática política e educativa dos movimentos sociais do campo, embora de formas distintas. Com a autonomização dos movimentos sociais do campo, através da especialização destes em função de temas mais específicos (sindicalismo, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Movimento dos Atingidos por Barragens etc.), as referidas ONGs desenvolvem também certo grau de autonomia em relação aos movimentos e continuam a se contrapor ao “modelo de desenvolvimento da agricultura”, ao mesmo tempo em que propõem a organização de agricultores ecológicos, bem como de consumidores, através de uma nova forma organizativa (grupos de agricultores, conselhos de ética, núcleos etc.) que mantém a proposta de educação popular desenvolvida no período anterior, mas também incorpora as concepções que passam a ser assumidas pelo ambientalismo neste novo período. Como se propõe que a agroecologia também seja um processo educativo, articulado aos projetos de mudança social, cabe perguntar, no sentido de compreender suas contradições, quais são as bases teóricas e políticas desta proposta adotada pela Rede Ecovida e pelo movimento agroecológico. Ou seja, qual é a concepção de homem, sociedade, natureza, realidade, prática educativa, Estado etc. Amparado em pesquisa de campo e bibliográfica, partiu-se do estudo de sete dos vinte e sete núcleos da Rede atualmente existentes, localizados na região Sul do Brasil, bem como da inserção na Articulação Nacional de Agroecologia e no Movimento Agroecológico Latino-americano. A partir deste trabalho é possível afirmar que a prática educativa da Rede Ecovida corresponde a uma espécie de “educação popular ecológica” que se apoiou historicamente no “método Paulo Freire” de educação popular e a ele passou associar um conjunto de concepções e autores próprios da agroecologia como base técnica de produção ou daqueles que propuseram sua articulação com uma prática política. Mudanças no contexto histórico alteraram o sujeito político da educação da Rede Ecovida, o que a obriga revisar seu projeto histórico. / The “Rede Ecovida de Agroecologia” is defined as part of "agroecological movement" Brazilian and Latin American. It was officially constituted in 1998 as an attempt to counteract some aspects of normative instruction of organic agriculture, but its origin goes back to the practical action of the Catholic Church through the “Teologia da Libertação”, from the 70s, the rapprochement with Marxism - in largely through said theology - and the emergence of an environmental movement that developed in some universities. Faced with the advance of modernization of brazilian agriculture, NGOs that later contributed to the establishment of Ecovida, put up, mostly as a consultant for social movements in relation to the development of technologies that were presented as alternatives the hegemonic process, besides contributing to the political organization of farmers through "popular education". The changes in the economic and political scenario, notably the globalization of capital and the fall of socialism, also promoted profound changes in the concepts and practice of educational policy and social movements, although in different ways. With the autonomy of social movements through the specialization of these due to more specific themes (syndicalism, the Landless Workers Movement, Movement of People Affected by Dams etc..), These NGOs also develop some degree of autonomy in relation to movements and continue to oppose the "development model of agriculture", while proposing the organization of ecological farmers and consumers through a new organizational form (farmer groups, ethics committees, centers etc.). That keeps the proposal for popular education developed in the previous period, but also incorporates the concepts that are being assumed by environmentalism in this new period. How do you propose that agroecology is also an educational process, the articulated projects of social change, one wonders, in order to understand its contradictions, which are the theoretical basis of this proposal and policies adopted by Ecovida and the agroecological movement. That is, what is the conception of man, society, nature, reality, educational practice, etc. Supported in field research and literature, we started with the study of seven of the twenty-seven centers currently existing Network, located in southern Brazil and insertion into the Joint National Agroecology Agroecology Movement and Latin America. From this work we can say that the educational practice of Ecovida corresponds to a kind of "eco popular education" that historically relied on the "Paulo Freire Method" of popular education and he spent associate a set of concepts and authors in the agroecology as the technical basis of production or of those who proposed its relationship with political practice. Changes in historical context altered the political subject of education Ecovida, which requires review the historical project.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.utfpr.edu.br:1/285
Date30 March 2012
CreatorsNunes, Sidemar Presotto
ContributorsFloriani, Dimas, Schmitt, Claudia Job, Mielitz Netto, Carlos Guilherme Adalberto
PublisherUniversidade Federal do Paraná, Dois Vizinhos, Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UTFPR, instname:Universidade Tecnológica Federal do Paraná, instacron:UTFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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