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Análise nutricional em pacientes com câncer de pulmão mestastático através da avaliação subjetiva global produzida pelo paciente

Introdução: O câncer de pulmão é um dos tipos mais comuns de câncer, sendo ele responsável pelo maior número de mortes por neoplasias no mundo. Pacientes com câncer de pulmão apresentam alta prevalência de desnutrição, que está relacionada com piora do prognóstico. A desnutrição ocorre em 60% dos pacientes no momento do diagnóstico, levando a um mau prognóstico, independente do estágio do tumor. Avaliação nutricional de pacientes com câncer deve ser realizada à luz de qualquer proposta terapêutica, ainda que esta seja paliativa. Neste sentido, o método validado de Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP) e adaptado por Ottery et al para pacientes oncológicos a partir da Avaliação Subjetiva Global, ajuda a identificar precocemente os pacientes que estão em risco nutricional. A nutrição é fundamental nestes pacientes em doença avançada, pois fornece a quantidade adequada de nutrientes, tem um importante papel psicológico, social, espiritual e cultural, além de ajudar a manter um sentido de autonomia e bem-estar. Objetivo: Relacionar a Capacidade Funcional através do índice de Karnofsky e o estado nutricional, sinais e sintomas avaliados pelo método subjetivo (ASG-PPP), com a sobrevida de pacientes com neoplasia pulmonar mestastática. Pacientes e métodos: Trata-se de um estudo transversal, constituído por 51 pacientes, ambos os sexos, portadores de neoplasia pulmonar com doença metastática em estadiamento IIIb e IV, atendidos em nível ambulatorial e hospitalar no Hospital Santa Rita, Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre. A sobrevida dos pacientes foi verificada ao final do estudo, através de revisão de prontuários e contato telefônico com o responsável pelo paciente. Resultados: Os pacientes apresentaram-se com idade 61,84±10,83 anos (40 a 82 anos); 34 (66,7%) eram gênero masculino e 17 (33,3%) do feminino. A mediana do tempo de sobrevida foi de 186 dias (IC 95%: 158,8; 213,2). Os pacientes internados tiveram sobrevida significativamente inferior (mediana=145 dias (IC 95%=135 - 155) aos que foram atendidos ambulatorialmente (mediana=221 dias (IC 95%=199 - 243). Os pacientes em estágio IV tiveram sobrevida significativamente inferior (mediana=176 dias; IC 95%=127 - 225) àqueles em estágio IIIb (mediana=221; IC 95%=147 - 295). Os pacientes com metástase hepática tiveram sobrevida significativamente inferior (mediana=115 dias; IC 95%=74 - 155) aos sem metástase hepática (mediana=199; IC 95%=174 - 224). Os pacientes com metástase pleural apresentaram sobrevida significativamente superior (mediana=386 dias; IC 95%=129 - 643) aos sem metástase pleural (mediana=174; IC 95%=133 - 214). Não houve diferença estatisticamente significativa entre as curvas de sobrevida dos diferentes estágios nutricionais (teste de log rank; p=0,651). Os acamados tiveram sobrevida significativamente inferior (mediana=115 dias; IC 95%=87 - 143) que os com capacidade física normal (mediana=255 dias; IC 95%=202 - 308). Quanto maior a depleção corporal total, pior a sobrevida do paciente (p=0,014). O aumento de 1 ponto neste item da ASG-PPP (RDI=1,70; IC 95%=1,12 – 2,59) pode aumentar o risco de óbito, em média 70%. O índice de Karnofsky também se associou significativamente com a sobrevida (p=0,016), sendo que para um aumento de 10% na escala de nível de desempenho, o risco de óbito diminuiu em 23% (RDI=0,77; IC 95%=0,76 – 0,79). Os sintomas mais prevalentes que afetaram a alimentação entre os pacientes foram a falta de apetite (66,7%), depressão (51%) e dor (39,2%) e os menos relatados foram dor na boca e vômitos (5,9%). Os fatores que permaneceram associados estatisticamente com o óbito após o ajuste pela análise multivariada de Regressão de Cox foram metástase hepática e internação hospitalar como fatores de risco para óbito e metástase pleural e melhor índice de Karnofsky como fatores protetores. Conclusão: A sobrevida dos pacientes eutróficos foi levemente superior a dos pacientes em risco nutricional e a dos severamente desnutridos. Quanto maior a depleção corporal total e pior o índice de Karnofsky maior o risco de óbito. Não foi encontrada uma associação estatisticamente significativa entre os valores de Hemograma, Albumina Sérica e Contagem Total de Linfócitos (CTL) com o estado nutricional da população em estudo e a sobrevida. / Introduction: Lung cancer is one of the most common cancers in the world, and it is today the most lethal of the neoplastic diseases. Patients with lung cancer show high prevalence of malnutrition, the latter being related to worsening of the prognosis. Malnutrition occurs in 60% of the patients at the moment of diagnosis, leading to a bad prognosis, regardless of the tumor stage. Nutritional evaluation of patients with cancer should be conducted in the light of a therapeutic proposal, even if it’s palliative. In this way, the validated method Scored Patient-Generated Subjective Global Assessment (PG-SGA), adapted by Ottery et al for oncologic patients from the questionnaire of Subjective Global Assessment, helps to precociously identify patients that are in nutritional risk. Nutrition is fundamental in these patients with advanced disease for it supplies the adequate amount of nutrients, performs an important psychological, spiritual and cultural role, besides helping to build a sense of autonomy and well-being. Objective: to relate Functional Capacity through the Karnofsky Index and the nutritional state, signs and symptoms evaluated by the subjective method (PG-SGA), to the survival of patients with metastatic pulmonary neoplasia. Patients and methods: It’s a transversal study, constituted by 51 patients, both genders, carriers of pulmonary neoplasia with metastatic disease on stages IIIb and IV, both in and outpatients at Santa Rita Hospital, Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre. The survival of the patients in the study was assessed at the end of the study, through review of the chart and phone contact with the patient’s keeper. Results: The average age is 61.84 (± 10.83 varying between 40 and 82), being 34 (66.7%) male and 17 (33.3%) female. The median of survival is 186 days (CI 95%; 158.8; 213.2). The inpatients have a significantly inferior survival (median=145 days; CI 95%=135 – 155) than the outpatients (median=221 days; CI 95%=199 – 243). Patients on stage IV have a significantly inferior survival (median=176 days; CI 95%=127 - 225) than patients on stage IIIb (median=221; CI 95%= 147 - 295). Patients with hepatic metastasis have a significantly inferior survival (median=115 days; CI 95%=74 - 155) than patients without hepatic metastasis (median=199 days; CI 95%=174 - 224). Patients with pleural metastasis have a significantly superior survival (median=386 days; CI 95%=129 – 643) than patients without pleural metastasis (median=174; CI 95%=133 – 214). There was no meaningful statistical difference between survival curves of different nutritional stages (log rank test; p=0,652). Bedridden patients have a significantly inferior survival (median=115 days; CI 95%=87 – 143) than patients with normal physical capacity (median=255 days; CI 95%=202 – 308). The higher the total body depletion, the lower the patient survival (p=0.014). The increase of 1 point in this item of the PG-SGA (IDR=1.70; CI 95%=1.12 – 2.59) may increase risk of death, averagely, by 70%. Karnofsky index was also significantly associated with survival (p=0.016), seeing that for an increase of 10% in the performance scale the risk of death decreased in 23% (IDR=0.77; CI 95%=0.76 – 0.79). The most prevalent symptoms that affect nourishment among the patients were lack of appetite (66.7%), depression (51%) and pain (39.2%) and the least mentioned were mouth pain and vomit (5.9%). Factors that remain statistically associated with death after the adjust by the multivariate analysis by regression of Cox were hepatic metastasis and hospital internment as risk factors for death, and pleural metastasis and better Karnofsky index as protective factors. Conclusion: The survival of eutrophic patients was mildly superior to that of patients in nutritional risk and to that of severely malnourished patients. The higher the total body depletion and the worse the Karnofsky index, the higher the risk of death. No significant statistical association was found between Hemogram, Serum Albumin, and Total Lymphocyte Count (TLC) with the nutritional status of the population in study and survival.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/72415
Date January 2010
CreatorsBortolon, Fernanda Selhane
ContributorsMoreira, José da Silva
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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