Cette recherche sâintÃresse à la thÃrapie communautaire, en tant que modalità thÃrapeutique faisant partie dâun Projet dâExtension du DÃpartement de Santà Communautaire de lâ Università FÃdÃrale du Ceara (UFC), en partenariat avec une ONG, le Mouvement IntÃgrà de Santà Mentale Communautaire (Movimento Integrado de SaÃde Mental ComunitÃria / MISMEC). En partant de la relation entre lâÃmergence de la thÃrapie communautaire et lâhistoire des mouvements sociaux dans le domaine de la santà au BrÃsil, je cherche à identifier jusquâà quel point cette relation constitue un espace de transformation sociale par le biais de ces instruments privilÃgiÃs que sont le dialogue et la parole. Je postule quâau-delà mÃme dâun changement dans la perception du processus  santÃ-maladie Â, la thÃrapie communautaire promeut lâapprentissage de lâautonomie et le dÃveloppement de la dimension politique de lâhomme. Lâinvestigation sur le terrain a Ãtà rÃalisÃe dans le cadre dâune dÃmarche ethnographique privilÃgiant lâobservation participante, des entretiens semi-dirigÃs et des histoires de vie. Ont participà à cette enquÃte, 20 sujets des deux sexes, ÃgÃs de 27 à 65 ans, en cours de thÃrapie, provenant, en majoritÃ, du quartier Pirambu (Fortaleza/Ceara), et ayant une scolarità situÃe entre le niveau primaire et celui du collÃge. Les observations indiquent que la thÃrapie communautaire, sâintÃressant plus à la souffrance quâà la pathologie, met en Ãvidence des consensus et des dissensions avec la mÃdecine officielle et les pratiques populaires de soin, tout en favorisant une resignification de la douleur et de la maladie, ainsi que la rÃaffirmation de la capacità dâautogestion de leurs parcours thÃrapeutiques par les patients. De cette maniÃre, elle rÃaffirme le pouvoir dâimplication personnel et collectif, tout en offrant des alternatives pour affronter le stress psychosocial. à partir de ces rÃsultats, on peut Ãtablir que la thÃrapie communautaire sâapparente à une institution ample dont le degrà de complexità est à mettre en perspective avec la multiplicità de ses objets et de ses relations. Se caractÃrisant comme une expÃrience de construction de savoirs collectifs, elle promeut lâinteraction entre diverses pratiques complÃmentaires de soins et la formation dâun rÃseau Ãtendu avec dâautres institutions sociales telles que les Alcooliques Anonymes, des ONG, ainsi que des participants à divers mouvements religieux, universitaires ou des militants de quartier. Elle constitue ainsi un vaste rÃseau systÃmique dÃdià au soin de soi et à la valorisation de la vie. / O presente estudo investiga a terapia comunitÃria, modalidade terapÃutica que faz parte de um Projeto de ExtensÃo do Departamento de SaÃde ComunitÃria da UFC em parceria com uma ONG, o Movimento Integrado de SaÃde Mental ComunitÃria (MISMEC). Partindo da relaÃÃo entre o surgimento da terapia comunitÃria e a histÃria dos movimentos sociais em saÃde no Brasil, busco identificar atà que ponto ela vem se constituindo como um espaÃo no qual o diÃlogo e a palavra sÃo valorizados como instrumento de transformaÃÃo social. Procuro desvendar se a participaÃÃo no ritual da terapia comunitÃria contribui para a ampliaÃÃo da percepÃÃo do processo saÃde-doenÃa, aprendizagem da autonomia e desenvolvimento da dimensÃo polÃtica do homem. A pesquisa de campo foi realizada atravÃs da abordagem etnogrÃfica com os procedimentos da observaÃÃo participante, entrevistas semi-estruturadas e histÃrias de vida. Foram escolhidos como sujeitos 20 participantes da terapia, de ambos os sexos, com idades que variam entre 27 e 65 anos, procedentes, em sua maioria do bairro do Pirambu, com nÃvel de escolaridade predominante entre o ensino fundamental e mÃdio. Os resultados indicam que a terapia comunitÃria tendo como foco o sofrimento e nÃo a patologia, possibilita consensos e dissensos entre a medicina oficial e as prÃticas populares de cura, promovendo a ressignificaÃÃo da dor e da doenÃa e a reafirmaÃÃo da capacidade de autogestÃo de itinerÃrios terapÃuticos. Desta forma favorece o empoderamento pessoal e coletivo, apontando alternativas para o enfrentamento do estresse psicossocial. A partir desses resultados pode-se concluir que a terapia comunitÃria à uma instituiÃÃo ampla cujo grau de complexidade relaciona-se à multiplicidade de seus objetivos e relaÃÃes. Caracterizando-se como experiÃncia de construÃÃo de saberes coletivos, ela promove a interaÃÃo entre diversas prÃticas complementares de cura e a formaÃÃo de uma extensa rede com outras instituiÃÃes sociais como AlcoÃlicos AnÃnimos, ONGs, participantes de diversas igrejas, universidades e lideranÃas comunitÃrias. CompÃe assim uma teia sistÃmica de apoio social voltada para o auto-cuidado e valorizaÃÃo da vida.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:2097 |
Date | 07 November 2008 |
Creators | Francinete Alves de Oliveira Giffoni |
Contributors | Bernadete de Lourdes Ramos Beserra, Eliane Dayse Pontes Furtado, Sonia Pereira Barreto, JoÃo Tadeu de Andrade, Gabriel de Santis Feltran |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em EducaÃÃo, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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