Este trabalho tem por objetivo investigar os banhos e as práticas balneárias públicas no Egito do século I a.C. ao século VI d.C., procurando detectar que modificações foram introduzidas pelo conquistador romano. Este contingente trouxe consigo hábitos culturais consolidados durante séculos em que estabelecera suas próprias práticas e desenvolvera técnicas construtivas e inovações tecnológicas, fruto de influências variadas e iniciativas locais resultantes de sua expansão colonial. Ao se estabelecerem no Egito anexado como província, os romanos encontraram uma cultura balneária solidamente enraizada, tão ou mais antiga que a sua, em consequência da conquista macedônica trezentos anos antes. O que vemos nos séculos seguintes é um movimento contínuo de manutenções e rupturas, em que uma população crescentemente \"romanizada\" adotou e descartou seletivamente práticas, feições e inovações técnicas, enquanto manteve hábitos tradicionais. Os edifícios balneários no Egito revelam que algumas destas práticas perduraram em seu território por mais tempo do que em qualquer outra província, e materializam escolhas feitas a nível local. Pretendemos demonstrar como, em sua arquitetura e em suas formas de banhar-se, os numerosos banhos públicos no Egito configuram uma prática cotidiana generalizada, amplamente adotada por uma população multiétnica e socialmente heterogênea, que contribuiu para lhes dar as feições híbridas que os distinguem, e que culminaram na geração de um modelo regional original e único. / This dissertation aims to investigate baths and bathing practices in Egypt from the 1st century BC to the 6th century AD, in order to determine which changes were introduced by the Roman conquerors. The Romans brought with them cultural habits formed over centuries, during which time they developed their own practices, building techniques and technological innovations, developed further during their colonial expansion. When they annexed Egypt, they encountered a solidly rooted bathing culture of similar or greater antiquity to their own, established following the Macedonian conquest three hundred years earlier. The picture which emerges over the following centuries is one of a constant movement of continuity and rupture, whereby the increasingly \"Romanised\" population selectively adopted and discarded practices, features and technical improvements, while retaining traditional habits. Egyptian baths show that some of these practices were kept alive on that territory far longer than on any other province, embodying choices made locally. We propose to demonstrate how - in their architecture and bathing forms - the numerous public baths of Egypt translate a generalised everyday practice, amply adopted by a multi-ethnical and socially heterogeneous population, who contributed towards the hybrid features which distinguish them, and which ultimately generated an original and unique regional model.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-02052019-084623 |
Date | 15 February 2019 |
Creators | Gradim, Claudia Ribeiro Campos |
Contributors | Porto, Vagner Carvalheiro |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Reter o conteúdo por motivos de patente, publicação e/ou direitos autoriais. |
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