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O Engrossamento, o Capital e a Ordem: a Visão de Graciano Neves na Análise da Primeira República (1892-1903)

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Previous issue date: 2016-11-16 / Esse estudo busca compreender a relação entre o capital e a ordem na estruturação política e social no Espírito Santo da Primeira República (1892-1903) nos anos de governo de Muniz Freire (1892-1895), Graciano Neves (1896-1897), que renunciou, Constante Sodré (1897), vice-presidente que assumiu até a definição do substituto, José Marcelino de Vasconcelos (1898-1899), que completou o período do mandato que seria de Graciano Neves, e novamente Muniz Freire (1900-1903). A análise foi construida a partir do filtro criado pelo livro Doutrina do Engrossamento de Graciano Neves. Nossa hipótese é a de que o engrossamento como prática do adesismo e da bajulação do grande líder eram as bases do relacionamento político na busca pela participação no poder, evitando guerras e batalhas que desestabilizassem a ordem, pois quem sabe engrossar, governa. O capital financia os detentores do poder em busca da estabilidade necessária para se multiplicar, resultando no esquema que é o cerne do livro: o capital faz a ordem e a ordem faz o capital. Para analisar o capital, a ordem e o engrossamento nos primeiros três mandatos de governo republicano no Espírito Santo, utilizou-se como referencial teórico parte da literatura indicada por Graciano Neves em seu livro, especialmente Augusto Comte e Karl Marx. Como fontes utilizou-se as mensagens de governo do período, e jornais da época, abrangendo também períodos anteriores e posteriores ao recorte temporal adotado na análise. A metodologia utilizada é de base histórica indiciária (GINZBURG, 2002), levando ao rastreamento e mapeamento de pistas que possibilitarão inúmeras possibilidades de verificações de diversos planos de análise, e pode ser sintetizado como um conjunto de princípios e procedimentos que contêm a proposta de um método heurístico centrado no detalhe, nos dados marginais, nos resíduos tomados enquanto pistas, indícios, sinais, vestígios ou sintoma. Concluiu-se que a dinâmica do engrossamento foi constante nos relacionamentos políticos, refletindo em grande parte o equilíbrio de forças narrado na Doutrina, porém insuficiente para evitar tomadas de poder e traições, especialmente nos períodos em que o capital se viu ameaçado e autorizou uma mudança de liderança nas forças políticas. Ficou patente que a ordem social foi edificada a partir de decisões políticas que tiveram como intenção inicial a multiplicação do capital, de quem o Estado ficou refém. Viu-se que a mudança de líderes não foi revolucionária, mas deu-se pela troca de atores de dentro de um mesmo grupo político, demonstrando a tendência, descrita por Graciano Neves, de busca pela manutenção da ordem pelo capital.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/9306
Date16 November 2016
CreatorsDINIZ, C. M.
ContributorsSOUZA, C. R. P., DADALTO, M. C., FRANCO, S. P., MISSE, M., RODRIGUES, M. B. F.
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Doutorado em História, Programa de Pós-Graduação em História, UFES, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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