Return to search

Dos nós em nós: um estudo acerca das categorizações raciais com crianças do ensino fundamental em Camaragibe-PE

Submitted by Isaac Francisco de Souza Dias (isaac.souzadias@ufpe.br) on 2016-06-09T18:47:53Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5)
Tese Rebeca Oliveira Duarte Biblioteca Central.pdf: 2921448 bytes, checksum: 71933d4f181ec362beb45dee38a8a8bc (MD5) / Made available in DSpace on 2016-06-09T18:47:53Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5)
Tese Rebeca Oliveira Duarte Biblioteca Central.pdf: 2921448 bytes, checksum: 71933d4f181ec362beb45dee38a8a8bc (MD5)
Previous issue date: 2015-02-26 / CNPQ / O cenário atual das relações raciais brasileiras persiste em apresentar processos de desigualdades, segregação e violências que atingem, sobretudo, as populações negras e indígenas. Como parte do reconhecimento de um processo histórico em que essas populações representam grupos vulneráveis, mas ainda assim constitutivos da formação nacional, a Lei nº 10.639/03 propõe, com a inclusão do ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira, conduzir um trato pedagógico da temática como instrumento de combate ao racismo e fortalecimento do direito à diferença. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi investigar aspectos relevantes para a elaboração e planejamento de ações voltadas a uma educação antirracista das relações raciais. Optando por uma pesquisa-ação, realizamos uma intervenção pedagógica e construímos dados antes e depois de sua realização, com o objetivo de levantar questões relativas às reações das crianças com a introdução da temática da História e Cultura Africana e Afro-brasileira. Assim, realizamos quatro estudos. O primeiro construiu uma base de categorias raciais, tendo sido realizado com 27 adultos(as) que cumpriram o papel de juízes(as). Com esta base, desenvolvemos os demais estudos, realizados com 73 crianças do ensino fundamental em escola pública municipal de Camaragibe/PE acerca das categorizações, representações sociais e autocategorizações raciais, relacionadas à formação de identidade social. Resultados indicaram que as crianças realizam categorizações sociais pelos aspectos fenotípicos, além de reproduzirem representações sociais de negras(os) e brancas(os) constituídas sobre estereótipos racistas, o que se relaciona a uma forte rejeição das crianças negras em relação ao seu grupo social; rejeição essa que, estruturada sobre o contexto da invisibilização negra, mobiliza grande resistência das crianças quanto à introdução da temática racial. Observamos que tanto o grupo controle quanto o experimental apresentaram variações após a intervenção pedagógica, embora apenas o segundo a tenha vivenciado. O sentido das variações, porém, nos permitiram chegar à conclusão de que as crianças demonstram as contradições de uma pedagogia da mestiçagem, observando as categorizações raciais do entorno, percebendo-se negras, mas que, ao mesmo tempo, por viverem sob representações sociais racistas, buscam elementos de embranquecimento para fugirem de seu grupo racial. Atividades pedagógicas isoladas em datas comemorativas ou em projetos circunstanciais, portanto, não atuarão sobre as barreiras que o racismo impõe nas relações entre as pessoas e das pessoas consigo mesmas; antes, poderão mesmo estimular uma reação contrária de negação e reforço de estereótipos, sendo necessário redimensionar o trato pedagógico da questão racial para a constituição de uma pedagogia do reconhecimento da diferença. / The current reality of race relations in Brazil continues to present various incidents of inequalities, segregation and violence that affect the Afro-Brazilian and Indigenous peoples in particular. As part of the recognition of a historical process in which these populations constitute vulnerable groups, Law nº 10.639/03 proposes to put into effect a pedagogical tract, which includes the teaching of Afro-Brazilian culture and history, as an instrument to combat racism and strengthen the right to difference. The objective of this study then is to investigate aspects relevant to the elaboration of actions dedicated to an antiracist education of race relations. Operating through an activist-research methodology, a pedagogical intervention was implemented and data was collected throughout all stages of research with the objective of raising questions relative to the reactions of children who were previously introduced to the themes of Afro-Brazilian culture and history. This study was comprised of four stages. The first stage served as a foundation in which a series of racial categories was created to be used subsequently, and in which 27 adults played the role of judges. With this groundwork laid, the other stages were developed and conducted along with 73 elementary school children from the public school of Camaragibe-PE. Throughout this phase of investigation, several categories related to the formation of social identity, including social representations and racial self-categorizations were discussed with the children. The results showed that children demonstrate social categorizations based on phenotypic features, and also reproduce social representations of blacks and whites which correspond with racist stereotypes. These findings relate to a strong rejection by black children of their social group. This rejection is structured within the context of black invisibility and promotes a strong resistance to the introduction of racial themes. It was observed that both the control and experimental groups showed variations after the pedagogical intervention, despite the fact that the intervention was only presented to the latter group. The meaning of the variations, however, allow us to arrive at the conclusion that children demonstrate contradictions of a pedagogy of mescegenation. Children observe the racial categorizations of their surroundings and perceive themselves as black but, because they live socially amongst repressive racists representations, they simultaneously search for elements of whitening in order to escape from their racial group. Isolated pegagocial activities during comemorative dates or occasional projects did not work against the frontiers that racism imposes on the relationships that one forms both with others and the self. These kinds of practices, however, can stimulate a reaction of rejection and reenforce esterotypes and for this reason it is necessary to reorient this pedagogy of race relations in a way that allows for the construction of a pedogogy of difference.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/17062
Date26 February 2015
CreatorsDUARTE, Rebeca Oliveira
ContributorsROAZZI, Antonio
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva, UFPE, Brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageBreton
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0016 seconds